Capítulo Dezesseis - Fazenda White

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Heloyse


Eu estava de olhos fechados quando senti sua mão acariciar meu pescoço.
— Não abra! — ele disse lentamente.

Sua voz estava diferente. Mais grossa, mais rouca e ao mesmo tempo, distante. Seus beijos foram descendo lentamente pelo meu pescoço até chegar à curva dos meus seios. Um gemido escapou da minha boca e logo, ela foi preenchida pelos lábios dele.

- Ainda não abra. Apenas sinta - disse, enquanto eu recuperava o fôlego.

Cada toque que ele me dava, fazia com que despertasse sensações nunca vividas por mim. Estava tudo tão diferente, tão intenso.

Enquanto sua língua acariciava meus seios, eu toquei sua face com minhas mãos. Havia algo estranho e de certa forma, eu estava adorando.

- Oh, Michael - supliquei -, não pare!

- Creio que Michael não esteja aqui.

E então, abri meus olhos.

- Will?

Acordei suada e com as mãos entre minhas pernas. Tirei-as e respirei fundo.

Era ele e não Michael. Ele estava lá, olhando para mim com aqueles olhos felinos que só ele tinha. E isso me afetou durante os dias que se seguiram.

***

No decorrer da semana, todos na cidade estavam empolgados com a festa que haveria na fazenda dos White. A festa teria de tudo. Haveria comida, bebidas, muita dança e prêmios. Eu não estava a fim de ir. Não me interessava conhecer os White e nem participar de todas aquelas coisas.

- Vamos, querida! Você precisa conhecer mais pessoas. Ficar fazendo bolo, arrumando casa, adubando plantas ou limpando fezes de cavalo não irá levá-la a lugar algum. Você precisa se enturmar mais. Não estou vendo nenhuma velhota aqui. Se por acaso você não gostar, você volta pra casa.

- Eu não sei. Você sabe que Patsy não me suporta e eu não caio de amores por ela. Essa coisa de ficar dando sorriso falso, não é meu passatempo. Além do mais, não sei se os pais dela me querem lá.

- Ai, ai, ai... Mas você não fez nada pra eles. Eles são boas pessoas, só erraram na hora de educar a Patsy. Vamos! Se você não for, eu também não vou.

- Uh, eu vejo uma chantagem.

- Que seja! Você vai?

- Sou obrigada?

- Mas é claro que é!

- Droga!

À tarde, Cielo e eu, fomos à cidade comprar um vestido. Ela gostou de um florido, com renda nas mangas e cintura marcada. Ela era muito bonita. Eu tinha certeza que quando jovem, devia ter chamado a atenção de muitos rapazes.

- Você vai usar o quê, Lisy?

- Eu não sei. Por mim, eu iria assim.

Ela avaliou meu short e minha camiseta de algum cantor qualquer. Em seguida, fez uma careta.

- Só por cima do meu cadáver.

- Isso não é justo. Eu não ando armada.

***

No dia seguinte, fomos ao salão de Victoria. Era uma mulher toda extravagante e de voz alta. Os cabelos platinados na altura dos ombros, eram lisos. Ela era uma mulher gordinha de pequena estatura e no rosto, uma maquiagem exageradamente marcante.

- Eu só vou àquela festa porque Margareth White é minha cliente e amiga, mas, aquela filha dela é um demônio. Patsy precisa enxergar os limites. Ontem, meninas, A Floor me contou que aquela safada deu em cima do filho dela. O menino está noivo! - contava enquanto pintava o cabelo da Cielo.

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