Capítulo 45

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Minha tia vivia viajando, segundo ela eram viagens de negócios mas eu tô ligada quais são os negócios que rolavam nessas viagens. Mas enfim, enquanto ela estava fora meu primo fazia cosplay de gata borralheira e se virava nos trinta pra deixar a casa arrumada. Acredite se quiser, mas a bicha era organizada e ainda cozinhava que era uma beleza.

-Liam, se eu não te detestasse tanto juro por Deus que te pedia em casamento.- falo enquanto comia um pedaço da torta de amora que ele fez pro jantar, que menino prendado.

-Graças aos céus que você me detesta, e eu lá tenho cara de quem gosta de comer piranha?- ele diz soltando uma risadinha de deboche e eu reviro os olhos.-Terminou de comer?

-Ahan.- falo com a boca cheia de torta e ainda lambi o prato, aqui é fome zero meus amores. Com tanta gente passando fome, nós temos é que comer tudo e ainda dá uma boa passada de língua no prato só pra garantir que nenhuma migalha de alimento vai ser desperdiçada.

-Ótimo, ta na hora de neném ir pra cama se bem que... A noite é dos poetas, das putas e de quem sofre por ser trouxa.- Liam fala com seu típico sorriso zombeteiro.-Você se encaixa perfeitamente nos dois últimos termos, tá difícil de dormi desse jeito hein? Além de ser puta também ser trouxa, não é mole não.

-Você não consegue ficar um minuto sem me insultar né?- resmungo de cara fechada indo colocar o prato na pia. Não vou mentir, tive medo dele ter colocado pesticidas na minha comida, mas graças a cigana Sandra Rosa Madalena ainda tô viva.

-Esse é meu passatempo favorito.-ele dá de ombros rindo e pisca pra mim.-Te insultar é minha terapia particular, dá uma paz danada.

-Ah é? Te bater agora vai virar minha terapia particular também.- falo cerrando os olhos em sua direção e saio correndo atrás dele para o bater.

Mas o traste é rápido e corre pra sala, eu como a boa atleta que sou corri o máximo que pude para o alçar enquanto ele ia em direção as escadas gargalhando da minha falta de habilidades atléticas. Pego algumas almofadas começando a jogar nele que corria para parte de cima da casa, eu me sentia uma criança de novo brincando de pega a pega.

-Quando eu te pegar vou cortar isso que tu chama de pinto.- digo alto o suficiente para o capeta do meu primo me ouvir e subo as escadas rapidamente.

Mas as risadas dele do nada desapareceram e eu franzi o cenho confusa chegando ao topo da escada, olho pro corredor que liga os quartos silencioso demais. Eu me sentia em um filme de terror, já era noite e como sempre estava chovendo em Portland, fazia um frio danado. Mesmo me sentindo a personagem burra de filmes de terror fui caminhando lentamente até o primeiro quarto.

-Liam?- pergunto abrindo a porta do quarto, boto apenas a minha cabeça dentro do quarto e vejo que é o de hóspedes. Tava tudo escuros e nem sinal do peste então tentei a sorte no segundo quarto.-Liam embuste, cadê tu?

Resmungo abrindo a segunda porta, pela decoração brega estava claro que era o quarto da minha tia então só sobrou uma porta e aquele infeliz tinha que tá lá. Fiz silêncio e fui na ponta dos pés tentando ao máximo não fazer barulho até o último cômodo da casa, se ele tava afim de me assustar eu ia fazer o tiro sair pela culatra. Peguei um vaso de flores que tinha no corredor e tirei todas as flores já que meu interesse todo estava na água que continha nele. Olhei pela porta entre aberta e procurei algum sinal de vida alienígena, mas estava tudo escuro. Aquela praga do Egito realmente tava querendo me assustar?

-Liam, priminho aparece tenho uma surpresa pra ti.- falo entrando devagar no quarto com o vaso escondido atrás de mim. Ergui minha sobrancelha sorrindo de lado ao ver a cortina se mexer, caminho calmamente até lá e com uma mão puxo a cortina enquanto seguro o vaso com a outra.-TE PEGUEI!

Meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora