Eu olhava pro Caleb atônita, não podia acreditar que ele tinha feito aquilo comigo, na verdade me sentia traída por ele. Mas a principal coisa que dominava meu pensamento e todo meu corpo era o medo. Seung sabia sobre o Alec e ele poderia o tirar de mim quando quisesse. Eu sabia que era irresponsável e imatura por esconder dele o fato de que quando foi embora não apenas me deixou mas também um filho que nem imaginavamos que existia. Eu vivia mentindo pro meu filho sobre o pai e sabia que um dia a hora da verdade iria chegar mas sempre torcia pra que isso não acontecesse, eu sempre pedia a todas as divindades que existem para que aquele dia nunca chegasse mas como sempre o universo adora transformar minha vida em uma bela novela mexicana cheia de tramas e reviravoltas.
-Eu vou dormir. Já está tarde.- falei me levantando com cuidado para não acordar o Alec e com dificuldade o peguei nos braços para o colocar na cama.
Na sala reinava um silêncio absoluto e todos me encaravam apreensivos e com expectativa, acho que se preparavam para que eu surtasse e saísse atirando os meus móveis pela janela ou usasse o extintor de incêndio pra assassinar o meu irmão, mal sabem eles que o extintor é muito pesado, eu tentaria usar a faca de manteiga.
-Você vai... Dormir?- Liam me encarou totalmente confuso.
-Sem gritar com o Caleb?- Vivi era outra que não acreditava no que via.
-Sem surto?- dessa vez era Bryan que me encarava com estranheza.
-Sem tentativa de assassinato?- Isobel até derrubou um pouco de vinho na roupa de tão em choque que estava.
-Gente, ela não tá bem não. Bryan, me dá o número daquele cara que concertar eletrônicos que tu me recomendou, acho que deu problema na placa mãe da morena.-Derek até se levantou e caminhou até onde eu estava colocando a mão em minha testa.- Com febre ela não tá, o susto foi tanto que ainda não processou a notícia?
-Eu tô bem gente.- falei suspirando com pesar e comecei a caminhar com dificuldade até o quarto do Alec, preciso entrar no crossfit pra aguentar com o peso desse menino. Os desgraçados nem pra me ajudar a levar ele pro quarto, que bela espécie de homens né.
-Lia... Vamos conversar, eu...
-Não Caleb, agora não.- o interrompi e comprimi meus lábios virando pra ele.- Você é meu irmão, sei que se fez isso foi porque achou que era o certo e o melhor a se fazer mas agora eu tô muito puta com você. Puta pra um caralho, só pra deixar claro minha vontade é de enfiar meu salto novinho da Dolce e Gabbana na sua garganta ou orifício anal. Eu tô com medo, confusa, com raiva e me sentindo culpada mas... Eu sei que tô errada e você tá certo, então é melhor eu ir pra não descontar nada em vocês.
Sorri sem mostrar os dentes e finalmente segui caminho até o quarto do Alec. Assim que o coloquei na cama e o cobri me sentei no chão ao lado da cama para o observar dormindo. Eu estava assustada, achei que os sentimentos fossem mais claros quando a gente vira adulta mas parece que tudo só piora. Sim, eu sabia que Seung tinha direito de saber do Alec e o conhecer se assim quisesse mas eu fui uma puta orgulhosa o escondendo todos esses anos. Sei que todos os meus amigos devem achar que fiz tudo por vingança e despeito por ele ter me abandonado mas não era bem assim. Confesso que no começo fosse um pouco disso mas na verdade eu sentia medo. Quando acreditei nele e o esperei voltar eu tinha esperanças, quem sabe até a gente virasse aquelas famílias de comercial de margarina, mas quando ele descumpriu a promessa que me fez e até mesmo estava com outra lá eu desabei, aquele não era mais o homem que eu conhecia e aquilo me assustava. Se ele não era mais meu Seo quem me garante que ele iria aceitar meu filho? E se ele simplesmente rejeitasse nosso Alec alegando que não queria ser pai ou sei lá que eu o tinha traído com algum outro asiático gostoso. O fato era que estava tudo bem eu ser rejeitada, mas eu não queria que meu filho crescesse com a sensação de ter sido rejeitado. Sem contar que eu também tinha medo que ele levasse Alec embora, eu sabia que a família do Seung era cheia da grana e não há nada que o dinheiro não compre, sem falar que quando o vi com aquela aliança no dedo o meu medo só se mostrou ser mais real. Ele tinha uma família, ele poderia dar uma família ao Alec e o que eu podia oferecer? Era só uma adulta desajustada que ainda não tinha conseguido superar totalmente a adolescência. Sei que é egoísmo da minha parte e que eu devia querer o melhor pro meu filho mas desde que eu soube que existia um serzinho vivendo dentro de mim, eu o amei, eu o amo incondicionalmente e não consigo nem me imaginar longe dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu melhor amigo gay
Teen FictionImagina você se apaixonar por seu melhor amigo, clichê né? Mas de clichê essa historia não tem nada, pois da fruta que você gosta esse seu amigo chupa ate o caroço. Sim eu a azarada Lilian Campbell fui me apaixonar justo por meu amigo gay, não é nov...