Seung Point of View:
Esfrego minha nuca freneticamente olhando para todo aquele amontoado de papéis, eu deveria já ter revisado e assinado todos mas minha dor de cabeça irritante não deixava isso acontecer. Afrouxo um pouco a gravata e abro alguns botões do meu paletó, nunca imaginei que algum dia teria que vestir paletós para trabalhar. O destino gosta mesmo de foder com a vida das pessoas, ou ele gosta apenas de foder a minha? Tô começando a pensar que o destino tem algo exclusivamente contra mim. Bom, eu poderia listar em ordem alfabética ou cronológica os motivos pra não só o destino mas também muitas pessoas me odiarem.
-Presidente Park, a madame ligou perguntando se o senhor dormiria em sua casa hoje.- Nam Young, minha secretária, perguntou entrando em minha sala.
-Mande ela ir fazer compras e me deixar em paz.- resmungo nem me dando ao trabalho de olhar para ela.- Ah, mande o segurança Lee preparar o carro e cancele todos meus compromissos de hoje, irei sair daqui a vinte minutos.
-Peço para o motorista para o esperar?- perguntou pegando o tablet e começando a cancelar todos os compromissos, eu não me importava se hoje teria reuniões importantes ou algo do tipo, precisa respirar um pouco.
-Não, hoje irei dirigir.- falo me levantando e indo até a grande janela em frente a minha mesa.
-Como quiser presidente Park.- diz fazendo uma reverência antes de sair e eu suspiro ascendo um cigarro. Coloco uma das minhas mãos no bolso da calça social olhando a vista, as pessoas iam e viam nas avenidas, as olhando daqui pareciam bonecos. Pra falar a verdade, bonecos não estava longe do que eram, do que eramos.
Eu me sentia cansado dessa vida, não era o futuro que eu queria para mim. Eu tinha dinheiro, era o CEO de uma renomada empresa de cosméticos, tinha todos os carros que sempre quis, vivia em uma grande casa... Mesmo assim, não me sentia feliz. Nunca gostei de fato da Coréia, os costumes, as regras a serem seguidas, a forma que tratam quem não segue os padrões impostos, na minha opinião isso tudo é um inferno. É como se eu vivesse como uma marionete nas mãos de milhares de pessoas, sinto falta da liberdade da América.
-O carro esta a sua espera senhor.- o segurança anuncia entrando na minha sala. Apenas concordei com a cabeça dando um ultimo trago no cigarro e o apaguei saindo da sala.
Ao longo do percurso até o estacionamento as pessoas me saudavam, reverenciavam e sorriam na intenção de ganhar minha simpatia. Eu ainda me sentia desconfortável com toda aquela atenção toda, o que uma boa posição social não faz né? Antes nem ao menos olhavam direito na minha cara por conta das minhas inúmeras tatuagens. Eu disse, não suporto a hipocrisia desse lugar, sei que pessoas assim não existem apenas nesse país mas realmente acredito que aqui é o país da hipocrisia. Posso enumerar mais de mil provas de que vivo rodeado de gente hipócrita, como as mulheres que trabalham aqui que usavam praticamente um quilo de maquiagem na cara mesmo depois de umas vinte cirurgias plasticas, mas um dia desses estavam incentivando as mulheres a se amarem do jeito que são por meio de inúmeras campanhas publicitárias. Sem falar nos caras que tinham como passatempo fazer comentários machistas contra as colegas de trabalho. Por Deus, nunca achei que trabalharia em um lugar tão tóxico feito esse.
-Senhor Park, a madame disse que esta vindo para cá.- um dos meus seguranças me informa e eu reviro os olhos com aquilo.
-Certo, que venha mas aqui não estarei.- resmungo de cara fechada entrando no meu carro e saindo o mais rápido possível dali.
As ruas de Seul eram movimentadas e aquela paisagem urbana de certo modo me acalmava, mesmo que eu preferisse a calmaria de uma praia deserta ou de uma cidadezinha no meio do nada, na verdade qualquer lugar longe dessa empresa era ótimo pra mim. Suspiro ligando o rádio do carro e massageio minha nuca, estava tocando Sorry da banda coreana The Rose, nunca odiei tanto falar fluentemente coreano. Por Deus, aquilo era uma tortura. Não que a música fosse ruim, muito pelo contrário, a música parecia colocar em palavras o que eu sentia durante todos esses anos.
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Meu melhor amigo gay
Novela JuvenilImagina você se apaixonar por seu melhor amigo, clichê né? Mas de clichê essa historia não tem nada, pois da fruta que você gosta esse seu amigo chupa ate o caroço. Sim eu a azarada Lilian Campbell fui me apaixonar justo por meu amigo gay, não é nov...