Capítulo 54

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Certo, eu não sabia mais o que estava acontecendo. Perdi completamente o rumo da minha vida e nem sabia mais em que realidade alternativa eu me encontrava. Primeiro que eu passei a noite com meu primo naja, segundo dou de cara com o Derek que devia estar a sei lá quantas milhas de distância de mim, terceiro só basta alguém aparecer aqui com uma camisa de força pra me levar pra um hospício... Coisa que eu aceitaria de muito bom grado, já que eu realmente estava ficando louca.

-O que tá fazendo aqui? Achei que morava em Los Angeles agora.- perguntei ainda o encarando em puro choque mas não consegui esconder minha cara de nojinho ao falar. Talvez eu seja um pouco rancorosa, mas só um pouquinho.

-Nossa Lilian, você fica séculos sem ver seu amado amigo e quando o vê faz essa pergunta?- fingiu ficar ofendido mas suspirou revirando os olhos quando viu que minha cara não era das boas.- Certo, posso pelo menos entrar? E pode botar uma roupa? Te olhar assim me desconcentra.

Murmurei um "pervertido" dando espaço pra ele entrar e tranquei a porta antes que a vizinha maluca voltasse falando que tô fazendo meus programas no meio do corredor. Será que na deep web consigo alguém baratinho pra me livrar desse encosto? Vou pensar mais sobre isso e analisar as possibilidades, mandar ela pro Alaska não é crime certo? Eu deixaria o plano de me livrar da bruaca fofoqueira pra depois primeiro eu tinha que entender porque raios Derek voltou justo nesse momento. Parece mais que todo meu passado resolveu voltar de uma vez só, é algum tipo de piada do universo ou um reality show com o nome "o passado bate a porta? Realmente acho que alguém lá de cima me odeia, primeiro o Bryan e agora ele? O próximo só podia ser... Não, me recuso até em pensar no nome daquele tratante de uma figa! Voltei pra sala devidamente vestido e penteada depois de alguns minutos e o vi sentando no sofá, ao seu lado tinha uma grande mala que só vim reparar agora. Ele tinha vindo do aeroporto direto pra cá? Estranho.

-Achei que estivesse no hospital morrendo.- falou ao notar minha presença na sala.

-Eu? Morrendo? Fumou um haxixe antes de vir? Achei que tinha largado o mundo das drogas.- falei fazendo careta e sentei no sofá menor o encarando totalmente confusa.

-Alec me ligou a uns dias atrás dizendo que você tava morrendo no hospital e que era pra eu voltar urgentemente.- falou tão confuso quanto eu.- Mas ao meu ver pra quem estava entre a vida e a morte, você tá mais do que bem com essa cara de quem fudeu a noite toda.

-Espera, espera, espera... Ta me dizendo que Alec, meu filho de seis anos, te ligou dizendo que euzinha aqui, tava morrendo e você voltou correndo pra Portland?- arqueei minha sobrancelha e ele acenou com a cabeça concordando. - Você já parou pra pensar que poderia ter sido uma pegadinha? Pelo amor de Deus Blair, você foi enganado por um gurizinho que até tempos atrás ainda fazia xixi nas calças.

-Mas ele até mesmo chorou, que raios de criança de seis anos é tão bom ator a ponto de chorar em uma pegadinha?- falo me encarando descrente.

-Aparentemente a minha criança de seis anos.- falei mordendo meu lábio inferior me sentindo culpada por ele ter viajado de tão longe por conta de uma brincadeira.- Ah, mas esse menino vai se ver comigo assim que voltar de casa da tia Beth!

-Beth? Aquela tia que te odeia? Acho que o coitado já sofreu muito traumas pra uma infância, deu até pena.-falou negando com a cabeça mas suspirou passando a mão pelo rosto.- Puta que pariu! Não acredito que fui enganando por uma criança. Eu realmente cheguei a acreditar que você estava mal e... Por Deus, eu realmente cai em uma pegadinha de um pirralho.

Disse ainda incrédulo e ao mesmo tempo com raiva por ter acreditado em tudo aquilo. Certo, eu até que gostei de o ver assim. Minha vingança particular por ele ter me abandonado e ido para Los Angeles comer várias vadias oxigenadas? Não, magina. Sou contra a vingança, mas como já diziam "o karma não falha". Soltei uma risadinha satisfeita por ele esta bem a minha frente com a maior cara de tacho do mundo.

Meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora