Capítulo 59

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Eu estava acabada, emocionalmente destruída. Depois de tudo que aconteceu eu nem ao menos sabia como encarar meu filho. O que eu faria? Contaria que o pai dele na verdade nem ao menos sabia da existência dele porque eu não contei mas se ele quisesse nos encontraríamos com ele? É, isso era o certo a fazer mas e depois? Quando Seung souber que o filho que tenho não é do Derek coisa nenhuma mas sim dele, o que ele vai fazer? Me punir por ter escondido isso dele por tanto tempo? Tirar meu filho de mim? O que eu faria se ele decidisse ir embora novamente mas dessa vez com o meu filho junto? Eu não posso, eu realmente não posso perder meu filho, não sei o que faria da minha vida sem meu Alec. O melhor a fazer é torcer para que ele vá embora e nunca mais volte, que nunca descubra que quando partiu me deixou muito mais que um coração partido e falsas promessas. Ou que esteja andando por ai e do nada um piano caía em sua cabeça fazendo ele perder a memória, espera... Isso não é uma má ideia, será que é muito pesado jogar um piano do quinto andar de um prédio?

-Lia?- escutei alguém me chamar e em seguida bater na porta do quarto, apenas murmurei um "o quê?" sem nem me dá o trabalho de ir abrir a porta.- Precisamos conversar.

-Porque ultimamente todo mundo precisa conversar comigo?- choraminguei saindo da minha cama e indo abrir a porta do meu quarto.

-Jesus Cristo! Você ta horrível, até o cão chupando manga deve ser mais lindo.- Vivi me olhou espantada como se tivesse visto um nudes do Trump.- Até a Belle acordando deve ser mais bonita.

Meu queixo foi ao chão, eu já estava mal e a Viollet além de tocar no nome do rascunho do capeta ainda faz questão de me comparar a ela e dizer que ela é mais bonita? Se ela tivesse me comparado ao Trump ainda seria menos ofensivo. Credo, eu tava tão horrível assim?

-Olha aqui, se sua intenção era só me insultar e me afundar mais no poço das lamentações, conseguiu. Tchau.- a encarei de cara fechada, Vivi era ótima em levantar o astral das pessoas.

-Amiga, desculpa mas verdades precisam ser ditas. Teu cabelo ta mais ressecado e embaraçado que o da Samara do poço, e olha que ela passou anos em um poço nem deve lavar o cabelo, sem falar nessas olheiras enormes ai. Lia, você virou um zumbi.- vivi disse entrando no quarto, lógico que contra a minha vontade.

-Claro que tô acabada, faz dois dias que não durmo e até inventei pro diretor que tava com intoxicação alimentar pra não ter que ir naquele maldito estúdio.- suspirei com pesar me lamentando, eu adorava o meu trabalho. Mentira, mas eu adorava falar mal do meu trabalho estando trabalhando.

-Bom... Pelo menos ele nunca vai desconfiar que é mentira, do jeito que tu cozinha mal tão é comemorando esses dias sem idas ao hospital.- sorriu sem mostrar os dentes.

-Poxa Viollet, valeu ai pela consideração. Tu adora chutar quem já ta morto né?- até bati palmas pela consideração que ela tá tendo por mim. Pra que serve amigos se não pra te afundar mais ainda?

-Morto ainda vai ser é alguém do pessoal que é obrigado a provar da tua comida. Devem até ter advogados preparados pra te processar quando a primeira pessoa morrer envenenada com essas gororobas tua.- gargalhou enquanto eu encarava ela com a maior cara de bunda. Quem precisa de inimigos com uma amiga assim?

-Tá passando tempo demais com o Liam, absorveu todo o veneno dele.

-É exatamente por ele que tô aqui, Liam assim como todos os outros estamos preocupados com você desde o dia que você viu... Aquele que nao pode ser nomeado, você se trancou no quarto e só sai pra botar o Alec pra dormir.

Era explícito o quanto ela estava preocupada comigo e eu até senti uma pontada de culpa por fazer meus amigos se preocuparem assim mas foi meio que inevitável me fechar, eu precisava entender o que estava acontecendo.

Meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora