Meu melhor amigo gay

Capítulo 50

Derek Point of View:

Tombei a cabeça pra trás gargalhando vendo ela toda desesperada sem saber o que fazer quando um dos pratos que preparava praticamente explodiu na cara de um dos convidados e sujou todo o cenário. Ainda me pergunto como alguém não sabe fazer uma simples sopa? Aquilo era tão cômico que chegava a ser deprimente, porque eu sabia que ela estava se esforçando pra fazer algo que preste mesmo não sendo boa na cozinha. Porra, ela é péssima.

-Ainda assistindo esse programa culinário lamentável?- escutei a voz da Margareth e logo arrumei minha postura desligando o tablet, peguei um dos papéis em cima da mesa fingindo o ler.

-Hum? Programa? Que programa?- me faço de desentendido e ela me olha com cara de "sério mesmo que ta mentindo pra mim?". Pigarrei pegando uma pasta e a entreguei.- Leve isso para o departamento de marketing, diga ao senhor Smith que teremos uma reunião as seis com os diretores dos outros departamentos.

Murmurei evitando a encarar, sabia que ela tinha aquele olhar julgador pra cima de mim. A verdade é que tá tanto tempo longe de Portland estava me fazendo um mal terrível, eu sentia falta da minha família, amigos e... Dela. Lilian fazia falta na minha rotina, suas trapalhadas, planos mirabolantes, brigas sem sentido e seu jeito desbocado de ser faziam falta. Por Deus, eu tinha virado dependente daquela garota e só vim perceber agora. O pior é que nem ao menos ela mandava mensagens pra mim e eu já tinha desistido de tentar conversar com ela, na verdade Lia ainda estava magoada pelo jeito que decidi me mudar para Los Angeles repentinamente.

-Você anda tão estressado ultimamente.- Gina faz bico manhosa se sentando em cima da minha mesa.-Acho que anda precisando se divertir um pouco.

Seu sorriso sacana denúncia o modo de diversão que ela estava se referindo, mas eu não sentia nenhuma vontade de comer a loira a minha frente. A vida não era só festas e mulheres, demorei um pouco pra entender isso mas ao que parece amadureci com os anos. Hoje em dia eu tenho que admitir que sosseguei, eu não queria mais viver de balada na verdade eu queria alguém fixo, uma companheira.

-Não estou no clima Margareth, faça apenas o que pedi.- peso meus olhos não sentindo tesão algum ao ver a loira oferecida a minha frente.

Ela me olhou indignada e saiu da minha sala puta da vida. Soltei uma risadinha me derretendo na cadeira e coloquei os pés em cima da mesa voltando a assistir a tragédia culinária da Lia. Eu não assistia só o programa culinário, também via o talk show que ela fazia a noite, claro tudo pela internet já que em Los Angeles não tinha como eu ver os programas da TV local de Portland. Fiz careta vendo ela mexer algo gosmento, aquilo era pra ser um Steak Tartare? Como ela consegue errar até um prato que se come crú? Por Deus, ainda bem que não sou um dos convidados. Acho que alguém passará uma adorável noite no hospital com intoxicação alimentar. Tombei a cabeça pra trás gargalhando, ela era muito ruim mesmo, de quem foi a brilhante ideia de botar ela como apresentadora de um programa culinário? Sinto pena do Alec, o pobrezinho não merece ter dor de barriga sempre que come algo preparado pela mãe. Falando em Alec, lembro bem de quando ele era apenas um pingo de gente.

Flashback:

Alec tinha apenas seis meses, Lia aos poucos estava tentando se acostumar com a rotina maluca de mãe... Quando falo se acostumar com a rotina me refiro a acordar as quatro da manhã pra dá leite ao molequinho birrento. Ele podia se parecer com o chinês fisicamente mas o aquele menino era tão bipolar e genioso quanto a mãe. Era todo caladão e nem parecia que tinha um bebê na casa mas quando tiravam da TV seus desenhos ele parecia uma sirene, sem falar nas vezes que jogou o chocalho na minha cabeça quando não lhe dei algo que eu comia. Ele tinha como dizia minha vó, o olho maior que a barriga. Sem dúvidas é filho da Lilian.