Capítulo 61

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Seung Point of View:

Eu a todo momento olhava as horas em meu  celular, mas o tempo parecia passar cada vez mais devagar. Era uma grande tortura está novamente naquela cidade, tudo ali só me trazia lembranças dela e confesso que estava me segurando pra não largar tudo e ir atrás dela. Como será que ela estava? Ainda continuava louquinha como antes ou havia amadurecido? Estava casada? Tinha filhos? Estava feliz? Estava vivendo bem? Ainda pensava em mim? Por Deus, era agoniante não ter resposta pra nenhuma dessas perguntas. Quando os demais acionistas da empresa falaram que precisavam de alguém para cuidar dos assuntos da filial americana eu de imediato disse que cuidaria daquilo pessoalmente, claro, isso era apenas uma desculpa para vê-la novamente. Mas como bom covarde que sou não consego ir até ela, não tenho estômago para vê-la feliz nos braços de outro alguém, eu ainda amo a Lilian.

-Estamos parados aqui a mais de trinta minutos, você vai ou não?- disse Kim Jaehyun, um dos diretores que me acompanharam para resolver os problemas da filial americana.

-Sim, vamos indo.-suspirei cansado pegando minha mala e saindo do aeroporto junto com o diretor Kim.

Exatamente, eu era tão medroso que tinha receio até de sair do aeroporto e dar de cara com a Lia e sua provável família felizes. Três filhos, um marido loiro e alto que bebe socialmente, casa azul com cercadinhos brancos, a típica família feliz americana. Cara, só de imaginar isso eu sentir arrepios pelo meu corpo, era assustador ter pensamentos assim com a mulher que amo. Mas eu também não a culparia afinal ninguém é obrigado a viver em função de um amor dos tempos da adolescência, não faz mal se ela já tivesse me esquecido e nem sequer lembrasse meu nome, na verdade eu merecia aquilo por mais doloroso que fosse.

-Amanhã iremos até a emissora local, fomos convidados para dar uma entrevista sobre a empresa e a expansão dela no mercado americano.- Kim comentava mexendo em seu tablet enquanto eu prestava atenção no clima nublado de Portland pela janela do táxi.-Park? Seung Park? Alô, terra chamando você.

-Ahn?- pisquei confuso enquanto ele estalava os dedos em frente ao meu rosto tentando chamar minha atenção.- Desculpe, eu não estava escutando, pode repetir o que disse?

-Eu disse que amanhã temos uma entrevista e... O que deu em você? Hoje tá mais aéreo que nunca.- franziu o cenho me encarando.

-Não é nada é só que...- parei de falar olhando novamente pela janela do carro e esfreguei minha temporã.- O fuso horário deve está mexendo comigo.

Ele não pareceu acreditar muito mas logo deu início a algum assunto sobre o mercado económico que eu nem ao menos prestei atenção. E foi assim que o restante do dia prosseguiu, eu completamente dominado pela nostalgia que estar ali me trazia enquanto tentava em vão fazer o meu trabalho direito. Visitamos a fábrica e a empresa supervisionando tudo, haviam algumas irregularidades mas sinceramente eu estava pouco me fodendo pra isso tudo. Minha mente estava dominada por lembranças, e assim que pude voltei para meu quarto em um hotel no centro da cidade, queria ficar sozinho e pensar com mais clareza, ou melhor, me torturar com algumas lembranças minha e dela. Óbvio que Lilian ocupou minha cabeça durante todo aquele dia, parecia até que o ar da cidade tinha seu perfume, impressionante o feitiço que essa mulher jogou sobre mim.

Naquele dia enquanto o Kim ia conhecer um pouco da cidade com alguns funcionários, eu me mantive enfurnado naquele quarto de hotel tão pensativo quanto nunca. Até tentei me distrair lendo algumas coisas no jornal ou tentando ver algo na TV mas como o destino parece gostar de pregar peças, em dos canais que eu apenas pulava em busca de distração algo prendeu minha atenção completamente, ou melhor, alguém prendeu minha atenção. Era ela, Lilian Campbell estava apresentando uma espécie de talk show na TV aberta. Nunca, nem em um milhões de anos eu poderia imaginar que ele havia virado apresentadora, aquilo foi uma verdadeira surpresa mas uma surpresa boa. Ela parecia radiante entrevistando um homem que tinha os pelos do nariz mais compridos do mundo, nem preciso falar o quanto aquilo é bizarro e nojento. Mas enfim, deixando as bizarrices de lado eu estava completamente fascinado por ela. O tempo parece que não havia passado, ela estava tão linda quanto era antes e sua risada... Eu esqueci o quanto era bom escutar ela rir.

Meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora