LXI - O Quanto Você Me Ama?

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"O destino me guiou
Até o seu amor
Mas a inveja nos tocou
E o ódio afundou
Nosso Reinado se perdeu
Mas meu amor ainda é teu
— As Cinzas".

CAPÍTULO 61

O pesadelo se foi quando a realidade me tomou. O medo e pavor foram substituídos por um conforto que me atingiu quando me dei conta de onde estava. Meu corpo se sentia leve deitado sobre a cama macia, que apenas pela textura delicada dos lençóis soube de quem era. Eu me encontrava no quarto de Ian e ao abrir os olhos confirmei o que já sentia. Apenas estar nesse lugar era capaz de acalmar a minha alma.

A roupa que eu trajava era tão confortável quanto o tecido que cobria a cama. Minha pele estava limpa, um alívio, e meu corpo se encontrava parcialmente coberto por uma camisola preta, de cetim, com detalhes de bordado dourado no busto e extremidades, algo que dava um charme sexy a ela. Era uma coisinha verdadeiramente bela.

Ian não estava ao meu lado, o que era uma pena, pois adoraria imaginar que foram suas mãos me tocando durante o banho, mas não, sabia que, provavelmente, foi mandado que alguma subordinada de tremendo respeito fizesse uma coisa dessas. Ele jamais me tocaria se eu não permitisse.

Notei que ainda estava de noite pela escuridão no recinto, mas não quis o ajustar à claridade com a minha visão noturna, então ele permaneceu assim.

Alonguei meus braços para despertar, porém ainda me sentia cansada, como se um trator tivesse passado por cima do meu corpo. Quase resmunguei e retornei a me deitar, porém virei minha cabeça na direção do vão na parede e vi Ian sentado no largo peitoril, observando as estrelas e a lua lá fora. O céu finalmente estava limpo.

Era bonito observar a paisagem dessa posição tão privilegiada. Eu conseguia entender perfeitamente o motivo de Ian nunca ter colocado uma janela em seu quarto. Dava a sensação de liberdade e proximidade com a natureza. Eu via seus olhos brilharem enquanto encaravam o céu.

Me levantei da cama e caminhei até ele em passos silenciosos.

— Por que não foi se deitar? — Indaguei ao parar bem perto dele.

Como se tivesse tomado um susto, Ian virou sua cabeça em minha direção com extrema rapidez, era como se ele não tivesse percebido minha aproximação, o que fazia sentido, pois estava bem distraído.

Um sorriso presunçoso estampou seus lábios quando seus olhos percorreram meu corpo de cima a baixo.

— Porque seria difícil controlar minhas mãos com uma deusa feito você deitada ao meu lado. — Respondeu em um tom provocante e divertido após umedecer os lábios.

O lancei um olhar cercado de sedução quando a perversão dançou em minha face.

— Você sabe que eu adoraria ter as suas mãos me tocando, não? — Deixei meu tom bem sugestivo. — Não precisa guardá-las somente para si.

— Não me diga uma coisa dessas, Lyanna. — Sua voz soou um tanto rouca. — Não agora.

Um risinho escapou dos meus lábios ao ver o efeito que apenas minhas palavras eram capazes de fazer nele. Certo, sem mais provocações, por enquanto.

Ficamos encarando um ao outro durante alguns segundos, como se apenas a troca intensa de olhares fosse o bastante para que apreciássemos a companhia um do outro. Aquele brilho que emanava das belíssimas íris cor de ônix... eu poderia me perder nele durante tantas horas que jamais reclamaria, mas através delas eu percebia outra coisa. Ian estava preocupado, e muito, por esse motivo não conseguiu dormir até então.

— O que há de errado? — Questionei.

Seus lábios se curvaram em uma linha fina e ele desviou o olhar ao ver que deixou transparecer demais.

A Rainha das Chamas IOnde histórias criam vida. Descubra agora