XI - Os Reis do Inferno

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"Minha alma e corpo ardem
Me sinto no inferno
Em meu peito há saudades
Sem você viver não quero
Meu anseio me corrói
E minha alma se destrói
Sem você, meu amor
Meu coração apenas dói
— As Cinzas".

CAPÍTULO 11

Quando entrei no hall da OMH não tive muito tempo para ficar admirando. Mal pus meus pés em seu interior e Caluna segurou em meu antebraço, me arrastando até o corredor de elevadores enquanto eu virava minha cabeça de um lado para o outro, observando todos os detalhes. A única coisa que me chamou atenção naquela área de recepção foi um ipê-amarelo, envolto de pedras brancas e água, localizado no centro da recepção. O formato quadrado de seu recanto permitia que em cada um dos quatro vértices se erguessem colunas prata-fosco. Elas ajudavam a sustentar o centro do local.

Fiquei tão vidrada naquele espaço delicado que mal pude notar as paredes entalhadas com figuras que contavam a história de como fundaram a OMH. Não me pareceu algo muito genuíno.

Entrei no corredor de elevadores, um espaço amplamente dividido que fazia parte da área que unia as quatro torres, e Caluna logo chamou um. Entramos em silêncio e ela apenas abriu a boca para ditar a Age o andar em que iríamos, um bem distante no subsolo.

Quando o elevador chegou no andar, saímos dele e andamos por um corredor de paredes de vidro, que possuía portas duplas de madeira clara em seu final. Do outro lado do vidro era possível ver fileiras e mais fileiras de computadores e vários agentes os utilizando.

— Neste andar trabalham apenas aqueles que fazem parte da equipe pessoal de Joshua e Zac. — Caluna comentou. — E também é aqui onde ficam seus escritórios.

— Você trabalha nesta área? — Perguntei.

Minha irmã assentiu em resposta enquanto sorria satisfeita pela sua conquista.

— Esta é a torre onde ficam os principais setores de trabalho, desde os centros de tecnologia até o administrativo da organização. Chamamos ela de torre A. — Caluna explicou enquanto caminhávamos pelo extenso corredor. — A torre oposta a esta é reservada apenas às acomodações dos heróis, é onde ficam os alojamentos, vestiários, áreas de lazer. A chamamos de torre B. — Continuou. Eu tinha uma breve noção de que a torre da qual Caluna se referia era a maior. — Das que ficam entre essas torres, as duas medianas, a da esquerda é reservada somente ao setor hospitalar e na da direita fica o setor legislativo e judiciário. As denominamos de torres C e D. É dentro da torre D que fica o maior e principal tribunal da OMH.

Levantei as sobrancelhas admirada com o lugar. Parecia que eu estava com o entusiasmo de uma criança em sua primeira visita a um parque de diversões. Eu podia até discordar com alguns ideais de heroísmo da OMH, mas o trabalho deles e toda a organização em si eram impressionantes.

A Organização Mundial de Heróis era praticamente a maior instância do governo, apesar de ser completamente independente dele. Ela parecia ser muito maior e ter muito mais influência do que qualquer governador dos quatro países. Um verdadeiro gigante.

Andamos até a porta no final do corredor e olhei para o lado a fim de observar o outro que se estendia a partir desse. No final dele também havia portas duplas, porém a madeira era muito mais escura. Eu sabia que esse era o escritório de Joshua e o que estava à nossa frente pertencia a Zac. Nesse corredor, conectado ao principal, também havia algumas portas de acesso às outras áreas e as paredes eram pintadas de amarelo mostarda.

Enquanto eu observava, Caluna apertou um pequeno botão de um aparelho que estava ao lado da porta.

Consegui ouvir uma movimentação vinda de seu interior. Parecia que havia um pequeno grupo de pessoas ali dentro. Não demoraram muito para nos atender. Em poucos segundos uma mulher, tão bela a ponto de fazer minha garganta secar, abriu a porta.

A Rainha das Chamas IOnde histórias criam vida. Descubra agora