LXXVI - Amor Infinito

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"Às estrelas que brilham
À luz do luar
Ao meu amor
Que foi obrigada a me deixar
Aos meus sonhos perdidos
Por você não estar
Aqui comigo
Não posso respirar
— As Cinzas".

CAPÍTULO 76

O céu estava limpo e as estrelas dividiam seu brilho majestoso com as lanternas alaranjadas que flutuavam vindas do vilarejo mais próximo. A lua cheia iluminava a neve que cobria todo o chão ao redor dos meus pés. Eu era a única em pé, pois Ian se encontrava sentado, também observando o céu, com as costas apoiadas na única árvore existente no topo do pequeno morro em que estávamos.

Eu sabia que lugar era esse, não era a primeira vez que eu tinha pisado nele, mas quando aconteceu eu mal imaginei que me encontrava em Clavadell. Na realidade, naquele dia eu não consegui pensar em muita coisa, a não ser lamentar, mergulhando em profundo luto por aquilo que me foi arrancado.

Uma sensação boa marcava meu peito por eu me encontrar nesse belo lugar. Era como se minha alma estivesse descansando em um relento de extrema paz e tranquilidade. Não sabia o que isso significava, mas tinha certeza de que não foi por acaso que fui parar justo nele em meu pior momento. Algo em meu interior me dizia isso.

Estar ali era reconfortante, mas reconhecia que esse sentimento seria pouco durável, ainda mais quando tantos desastres cercavam minha vida. Eu precisava impedir que o pior acontecesse.

— Precisamos agir contra Joshua o quanto antes. — Virei minha cabeça na direção de Ian ao expor minha inquietação. — Tenho certeza de que ele é o culpado pelo que vem acontecendo, não importa se há ou não marcas de magia em seu corpo.

— Nem será necessário conferir novamente, também tenho certeza. — Ian concordou, porém notei certa relutância em seu olhar.

— O que há de errado? — Perguntei imaginando que algo nele era contra isso.

Ian estendeu a mão em minha direção e, ao pegá-la, me puxou para o seu colo. Após me acomodar, tocou meu rosto com suavidade e me encarou de uma forma que despejava suas preocupações.

— Eu sei que temos pressa, mas não é seguro atacarmos assim. — Percebi o quanto ele queria, mas seus temores eram maiores. — Joshua não está sozinho, Lyanna, e não sabemos as dimensões do poder de seu aliado.

— Então é disso que você tem medo?

— Não dos nossos inimigos, mas da forma como eles podem nos atacar. — Respondeu, me dando certa compreensão do seu temor. — O poder e a magia deveriam andar lado a lado, mas essa é uma regra que se resume apenas a elementais. Temos sido atacados por alguém que tem acesso as duas forças, isso significa algo muito perigoso.

— Pode ser que que Joshua venha contaminando seus poderes com magia, é o caminho mais óbvio.

— Eu ando estudando as magias que têm sido feitas contra nós. — Revelou, fazendo com que eu erguesse minhas sobrancelhas. Claro, ele era cauteloso demais para deixar uma coisa como essa passar em branco. — As magias contidas em cada um deles se encaixa tão perfeitamente que se assemelham a feitiços redigidos por um elemental.

Sacudi a cabeça em negativa, como se desacreditasse.

— Isso é impossível... não existem outros elementais além de mim e minhas âncoras...

— Eu sei, mas não acha que apenas uma gota de seu poder, mesmo que não fosse, exatamente, a força elemental, bastaria para que alguém conseguisse executar feitiços com a mais alta perfeição?

— Do que... — Semicerrei os olhos. — Você está falando?...

Um suspiro deixou seus lábios por provavelmente não ser esse o assunto do qual ele queria tocar no momento.

A Rainha das Chamas IOnde histórias criam vida. Descubra agora