A calma na tempestade

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- Susan. - grito e corro até ao carro.

Vejo que a mesma está consciente.

- Katniss. - ela diz muito baixo.

- Calma, onde raio estão os bombeiros? - pergunto de forma alta a quem está ali especado a assistir.

- Nós a tiramos daí. - meu pai diz e só naquele momento noto que ele, Gabby e Severide estão atrás de mim.

- Calma, vocês não têm as ferramentas e é melhor não a movermos pois não sabemos os danos corporais que pode ter. - Gabby diz.

- Aquele senhor disse que já chamou os bombeiros à cerca de 10 minutos. - aponto para o homem.

- Porque raio ainda não chegaram? - pergunto sem entender a demora.

De repente a parte de trás do carro por ter batido no poste de eletricidade e um fio ter-se desprendido começa a incendiar.

- Oh meu deus. - digo aflita.

- Katniss, anda cá. - Susan chama-me.

Volto a aproximar-me do vidro.

- Desculpa por tudo que te disse, tu sempre foste uma ótima amiga e eu a pior de todas, obrigada por tudo, acima de tudo por me aturares sempre.

- Susan pára. - peço a ela.

- Katniss diz aos meus pais que os amo. - ela pede.

- Pára, não me vou despedir de ti.

- Eu te amo amiga, agora sai daqui.

- Não. - nego, eu não ia sair dali.

Tento puxar a porta do carro mas está encravada. Grito de raiva e puxo de novo e de novo e nada dela abrir. Minhas mãos doem de puxar mas eu não ia desistir.

- Katniss tens de sair daí, o carro vai explodir. - Severide diz.

- Eu não a vou deixar, não vou.

- Filha, por favor. - meu pai pede.

- Não! - grito com ele.

Severide vem em minha direção e puxa-me para longe do carro enquanto grito. O carro explode e eu tento soltar-me choro e berro pela minha amiga. Os bombeiros do quartel 35 chegam naquele momento e a minha vontade era bater neles pois agora era tarde demais, era tarde demais.

- Lamento Katniss. - Severide diz ainda segurando-me.

- A culpa é minha. - viro-me para ele e abraço-o.

- Não tens culpa de nada. - ele diz acariciando minhas costas.

- Tenho sim.

Discutimos e agora ela está morta, fomos as duas más uma para a outra e agora não há nada a fazer minha amiga está morta. Como eu iria encarar a família dela e dizer que a menina deles tinha morrido num acidente e eu não consegui ajudá-la?

A culpa era minha devia ter feito mais, devia a ter salvo.

...

Hoje era o dia do funeral da Susan e neste momento estamos dentro da igreja a assistir a cerimónia agora era a minha vez de falar. Fico em frente a todos e olho para sua família. Meus olhos estão cheios de lágrimas e meu rosto molhado por não conseguir parar de chorar.

- Susan, minha melhor amiga eu lamento não ter conseguido salvar-te, eu devia ter feito mais mas não consegui. A última vez que tivemos juntas antes do acidente discutimos e posso dizer que isso me faz sentir ainda mais culpada. Quando no local do acidente disseste que amavas-me eu não respondi pois queria tirar-te de lá, mas digo-te agora amiga eu amo-te melhor amiga e estarás sempre no meu coração.

Desço do altar e vou sentar-me ao lado dos pais da mesma que insistiram que eu ficasse ao lado deles toda a cerimónia. Na hora de ir com o caixão para o cemitério, choro ainda mais agarrada à mãe de Susan, nós éramos muito chegadas, na verdade eu sempre me dei super bem com os pais dela.

Na hora de irmos ao cemitério e descerem o caixão eu deixei uma rosa branca cair em cima do mesmo e fui ter com o meu pai e choro de novo agarrada ao mesmo. Severide também está lá e a sua presença ajudava muito, muito mesmo.

O funeral acabou e vamos para casa dos pais da Susan. Mal chego sento-me no sofá e vejo fotos nossas no telemóvel, enquanto as outras pessoas bebem e falam entre si.

- Ei - Severide diz enquanto senta-se ao meu lado.

- Ei.

- Estás bem?

- Não, mas vou ficar.

- Amanhã se quiseres não precisas de ir trabalhar eu falo com o teu pai e o com o Boden.

- Não, eu vou, preciso de distrair-me.

- Ok. - ele concorda.

- Obrigada por teres vindo ao funeral.

- Eu não me sentiria bem se não viesse, queria estar aqui para o que precisasses.

- Tenho muita sorte em ter-te na minha vida. - admito olhando em seus olhos.

- E eu em ter-te a ti.

- Anda comigo. - levanto-me e ele segue-me.

Vamos em direção à porta dos fundos, saímos da casa e vamos até a um beco que existia atrás da mesma. Paro de andar e viro-me para Severide abraço-me a ele, eu precisava mesmo daquilo.

- Queria tanto este abraço. - digo.

Olho para o mesmo e acaricio o rosto dele, puxo-o para mais perto e beijo-o. Eu precisava tanto de sentir seus lábios.

- Agora sim já estou melhor. - digo a verdade.

Só aquele homem para me acalmar numa tempestade.

Até ao próximo capítulo.

Chicago Fire - A Verdadeira Paixão de SeverideOnde histórias criam vida. Descubra agora