Altura de conversar

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Acabo de chegar a casa depois de o turno acabar e quando entro na mesma ouço meu pai e Gabby a discutir no quarto. Eu como fui tomar o pequeno almoço com Severide demorei mais que eles a chegar.
Gabby sai do quarto e bate a porta com bastante força e quando me vê vem ter comigo e abraça-me a chorar.

- Que se passa? - pergunto.

- Disse ao teu pai que já sabia da tua gravidez e ele se passou.

- Calma ele só está em choque por esta novidade.

- Ele diz que não confia mais em mim e que eu sou uma desilusão. - ela diz e eu fico triste por ser a causadora disso.

- Ele disse isso sem pensar, ele ama-te.

- Não devia ter lhe escondido isto, mas eu não podia trair a tua confiança tu és como uma filha para mim.

Abraço a Gabby, era tão bom ouvir aquilo de uma pessoa que eu adoro. Quem me dera que Gabby fosse a minha mãe ao invés de Stella.

- Tudo vai ficar bem, vou falar com ele. - digo.

- Boa sorte.

Vou em direção ao quarto do meu pai e quando lá chego bato a porta e depois entro. Ele está sentado na cama com uma foto minha de quando tinha 15 anos na mão. Sento-me ao lado dele e olho para a foto.

- No dia em que tiramos esta foto na festa de aniversário da tua amiga, um rapaz da tua escola passou a festa toda atrás de ti. Chegou a uma altura que tu vieste para o meu lado e não querias sair da minha beira porque tinhas medo de ele tentar falar contigo. Nesse dia pela primeira vez vi a minha filha interessada em alguém. Fiquei o resto daquela festa com ciúmes pois aí percebi que a minha menina estava a crescer e que dentro de pouco tempo ela iria começar a namorar. Também nesse dia pensei no teu futuro, irias tornar-te uma grande mulher é um dia casarias e terias filhos, mas o que eu nunca pensei era que essa parte de ter filhos acontecesse tão cedo na tua vida. - meu pai diz emocionado.

- Lembro-me muito bem desse dia, no dia a seguir passaste o dia amuado comigo e eu nem sabia a razão, pai eu sei que não era isto que querias para o meu futuro, sei que querias que eu ainda aproveitasse muito antes de ser mãe, uma vez que tu foste também pai cedo e sabes como é.

- Não me arrependo nem um segundo de ser pai tão cedo, tu foste o melhor que já me aconteceu , eu aproveitei bem a vida contigo ao meu lado. - ele diz e olha para mim.

- Eu sei, este bebé apareceu de repente e eu sinceramente tenho medo do que o futuro reserva. - admito.

- Vais ser uma ótima mãe disso não duvido.

- Vou dar o meu melhor para isso e sei que estás magoado comigo mas gostava muito de te ter ao meu lado neste momento da minha vida. - digo e ele sorri para mim e eu fico mais aliviada.

- Eu só fiquei em choque, não estou magoado só estou triste por não me teres contado quando descobriste.

- Tive medo de o fazer. - admito.

- Não precisavas, sabes que estarei sempre aqui.

- Sempre juntos.

- Sempre juntos. - ele repete-me.

Abraço o meu pai e ele beija-me a testa.

- Já escolheste o nome do bebé ?

- Matthew. - digo e uma lágrima cai do seu olho.

- Vais lhe dar o meu nome?

- Sim, é um nome lindo e que significa muito para mim, no futuro ele irá adorar ter o nome do avô que é um herói sem capa. - repito o que Severide disse.

Meu pai abraça-me e depois acaricia minha barriga que eu já não escondo mais.

- Devias de ir falar com a Gabby, ela está bem triste. - peço a ele.

- Tens razão fui bem injusto com ela.

- Ela só não contou porque eu lhe pedi para não dizer.

- Vou falar com ela.

Meu pai sai do quarto e eu volto a meter a foto que está em cima da cama no sitio dela. Olho mais uma vez para a mesma. Incrível como mudou tanta coisa desde que tiramos aquela foto. Quem diria que eu hoje com 19 anos iria estar à espera de um filho de Kelly Severide.

...

Era de noite e eu estou no Molly's com Jay e Brett.

- Mas eles já estão bem? - Brett pergunta sobre meu pai e Gabby.

- Sim meu pai viu que errou e pediu desculpa.

- Às vezes as pessoas dizem coisas sem pensar. - Jay diz uma grande verdade.

- Oh fogo! - Brett diz e olhamos os dois para ela sem entender.

- Que foi? - pergunto.

- Stella acabou de entrar e vem na nossa direção. - mal ela diz isso Stella para ao nosso lado.

- Boa noite, será que posso falar com a minha filha a sós? - Stella diz.

- Não. - Brett responde por mim.

- Deixem estar eu falo com ela. - digo a eles.

Brett e Jay vão para outra mesa e Stella senta-se à minha frente. O olhar dela transmite raiva muita raiva e eu sabia a razão.

- Com que então deste o golpe da barriga a Severide. - ela diz.

- O que?

- Engravidas-te dele para o conseguires agarrar para sempre.

- Deves pensar que eu sou como tu. - digo e reviro os olhos.

- Sempre ouvi dizer que maior parte das filhas saem às mães. - ela diz de forma cínica.

- Como bem disseste maior parte, eu graças a Deus não faço parte dessa contagem.

- Eu devia ter-te abortado mesmo.

- És mesmo uma víbora, nem sei como o meu pai gostou de ti.

- Severide um dia vai ver que me ama é a mim e já agora o que o teu pai irá achar quando descobrir quem é o pai dessa criança?

Stella levanta-se e vai embora. Aquela questão só pode significar que ela mais tarde ou mais cedo irá contar ao meu pai. Não posso deixar que ele soubesse por ela. Severide aparece e senta-se ao meu lado.

- Amor que cara é essa? - ele diz preocupado.

Brett e Jay voltam para a mesa no momento em que ele pergunta isso.

- Stella teve aqui a falar com ela. - Brett responde-lhe.

- Que ela queria? - ele pergunta-me.

- Irritar-me como sempre.

- Ela não sabe fazer mais nada da vida? - Jay pergunta e todos riem.

- Tenho a sensação que ela irá contar a Casey quem é o pai deste bebé. - digo.

Todos olham para mim no momento em que falo aquilo. E o silêncio invade aquela mesa.

Será que Stella irá contar?

Até ao próximo capítulo.

Chicago Fire - A Verdadeira Paixão de SeverideOnde histórias criam vida. Descubra agora