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Já era duas da tarde e ainda não tínhamos tido nenhuma chamada, nem mesmo a ambulância. Hoje está a ser até este momento um dia bastante calmo. Eu estou sentada na mesa da equipa de resgate mais conhecida como esquadrão 3. Eu e Severide estamos a ver um filme no seu computador enquanto os outros leem seus livros.

- Dia calmo. - Severide diz.

- Con... - sou interrompida.

Altifalante " Camião 81, Esquadrão 3,Tanque 51, incêndio urbano, rua.."

- Tenente porque tinha de falar? - Cruz diz.

Vamos todos em direção aos nossos camiões e vestimos os equipamentos, entramos no camião e saímos do quartel.

Chegamos ao local que fica perto do Chicago Med, era uma colisão de dois carros ligeiros.

- Severide ficamos com o cinzento. - Casey informa.

Vamos em direção a esse carro e tem um homem de aproximadamente 60 anos.

- Senhor consegue ouvir-me? - meu pai pergunta.

- Sim.

- Como se sente? - meu pai diz enquanto tenta ver melhor seu estado.

- Tonto e doí-me as pernas.

- Pessoal, vamos soltar as pernas dele. - meu pai dá as suas ordens.

Depois de libertarmos o homem, vemos que o Severide e a sua equipa ainda está no outro carro.

- Vou ver se o Severide precisa de ajuda, arrumem os materiais. - Casey diz.

Vou arrumar os materiais com o resto do pessoal até que vejo o carro a começar a arder, a mulher que está no mesmo sai pela janela, com a ajuda de alguém que está lá dentro. Olho melhor e vejo que é Severide. Fico logo aflita mas ele salta do carro antes que o mesmo exploda.

- Foi por pouco. - Otis diz ao meu lado.

- Foi mesmo. - concordo com ele.

Vou em direção ao mesmo.

- Tudo bem? - pergunto a Severide.

- Claro, nada que não esteja habituado.

...

Já tínhamos voltado ao quartel e eu vou para o dormitório e sento-me na minha cama a ler um livro. Ouço a porta passado uns minutos e vejo Severide a vir na minha direção.

- Ei. - ele diz enquanto senta-se de frente para mim.

- Ei.

- Vem ter comigo a sala de equipamentos daqui a 5 minutos.

- Se o meu pai estiver lá de novo, eu juro que te bato. - digo na brincadeira.

- Sempre podes dizer que vais ver se o casaco cheira bem. - ele diz a rir-se.

Mando-lhe com a almofada e ele sai do dormitório. Passado 5 minutos pouso o meu livro e vou até à sala de equipamentos . Antes de entrar vejo se alguém está-me a ver e quando percebo que não, entro e rezo para não ser o meu pai a estar mais uma vez lá. Graças a deus só está lá o Severide. O mesmo vem até a mim e beija-me, encosta-me à porta por onde entrei.

- Já tinha saudades disto. - ele diz entre o beijo.

- Eu também.

Continuamos a beijar-nos e ele tenta puxar minha camisola para cima mas eu impeço.

- Que foi? - ele pergunta sem entender aquela atitude minha.

- Tenho de confessar uma coisa. - era agora que ia contar.

- Diz.

- Eu nunca passei dos preliminares com um homem. - digo muito depressa.

Severide larga-me e afasta-se de mim.

- És virgem? - ele pergunta chocado.

Fico bastante corada mas este é o momento de ele saber, bem na verdade já percebeu só quer que eu diga a palavra acho eu.

- Sim, sou virgem.

O mesmo olha para mim incrédulo e sai da sala pela outra porta sem dizer mais nada. Oh deus, o que fui fazer? Será que ele vai rejeitar-me por ser virgem? Saio da sala de equipamentos e vou em direção à cozinha. Severide está sentado na mesa redonda a ler o jornal. Ganho coragem e vou sentar-me ao lado dele.

- Sev. - digo receosa.

- Tens a certeza que queres continuar isto? - diz baixo para que quem está na cozinha não ouça.

- Porque perguntas isso? - digo no mesmo tom.

- Eu não quero só preliminares contigo, se é que me entendes.

- Eu também não, quero dizer quero mais muito mais. - ele tira os olhos do jornal e olha para mim.

- Tens a certeza que é comigo que queres fazer isso?

- Sim Sev, acho que nunca o quis tanto como quero agora - digo envergonhada.

- Bom saber isso. - ele sorri para mim.

- Para a próxima vê se não vais embora assim.

- Desculpa fiquei sem saber o que dizer.

- Kelly Severide sem saber o que dizer essa é nova.

- Que achas de amanhã irmos jantar e depois dar um passeio por Chicago, a nossa cidade é linda a noite. - ele sugere.

- Acho uma ótima ideia.

- Depois poderás ficar lá em casa a dormir, se quiseres claro. - ele diz e vejo que ele tem receio de eu dizer não.

- Adoraria , mas o que digo ao meu pai? A única amiga que eu dormia em casa dela era a Susan.

- Pois temos de pensar em algo.

- Que tal uma miúda da minha turma depois do funeral da Susan voltou a falar comigo e me convidou para ir a casa dela dormir para por a conversa em dia. - penso nessa sendo a desculpa que vou dar.

- Boa ideia.

- O que é boa ideia? - meu pai diz quando senta-se ao meu lado.

- Estávamos a falar dos anos da Katniss estão quase a chegar e ela estava a dizer as suas ideias. - Severide mente.

- Deixa-me adivinhar, como todos os anos comida chinesa e maratona de Friends. - meu pai diz.

- Na verdade este ano, vai ser uma festa. - quase esgano Severide quando ele diz aquilo.

- Uau, pensava que odiavas festas de anos cadete.

- E odeio mas acho que está na altura de ter uma. - dou um sorriso forçado.

- Bem então vamos falar das ideias. - meu pai diz todo animado.

- Matt. - Gabby chama meu pai e sem saber acaba de salvar-me.

- Sim?

- Preciso de falar contigo. - ela diz.

- Ok , já volto não saiam daí quero ouvir as ideias todas. - meu pai diz enquanto levanta-se.

Ele sai da nossa beira e olho para o Severide com cara de poucos amigos.

- Não sabias inventar algo melhor?

- Parece que este ano vamos ter festa no teu aniversário. - sorri para mim.

...

O nosso turno já tinha acabado e já estou em casa. Inventei a desculpa da colega de turma querer meter a conversa em dia e ir dormir a casa dela e meu pai acreditou. Durante o resto do turno só tivemos mais uma chamada de acidente entre uma mota e um veículo, só uns arranhões e nada de grave. Agora vou dormir e logo a noite tenho a certeza que será inesquecível.

Até ao próximo capítulo.

Chicago Fire - A Verdadeira Paixão de SeverideOnde histórias criam vida. Descubra agora