Emoções

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- Tens a certeza que é isso que queres? - Boden pergunta.

- Sim se eu ficar aqui o tenente Casey e o tenente Severide vão estar mais preocupados com a minha segurança do que com as ocorrências.

- Bem, se calhar tens razão vou encaminhar os papéis para a transferência.

- Obrigada Chefe.

Saio da sala de Chefe Boden e vou até a cozinha e sento-me ao lado do Herrmann.

Eu tinha tomado aquela decisão de forma precipitada mas era o que quero neste momento e iria ser o melhor para todos.

- Não devias de culpar tanto o Severide ele só quer te proteger tal como o teu pai, as ações dele não são as melhores mas demonstra que se importa contigo. - Herrmann diz.

- Eu pedi transferência para outro quartel, é o melhor. - conto a ele.

- Linda, pensa um bocado, mesmo que vás para outro quartel eles vão continuar a se preocupar contigo e se calhar até será pior.

- Como assim? - pergunto sem entender.

- Tu ao estares aqui eles podem estar preocupados mas pelo menos quando acaba o turno eles sabem como estás, se fores para outro quartel é muito pior, pensa bem no que queres fazer.

Altifalante " Camião 81, Esquadrão 3,Tanque 51, Ambulância 61, acidente de viação, rua..."

Saímos a correr em direção ao camião, vestimos o equipamento e entramos.

- Bem quase na hora de almoço e segunda chamada do dia. - Otis diz.

- Ao que parece hoje vamos ter trabalho. - Herrmann diz.

Eu passo o caminho todo calada. Chegamos ao local do acidente e aquilo está uma total confusão, um carro tinha capotado e o outro tinha ido contra um poste e os fios do mesmo tinham caído e estavam em cima do mesmo.

- Central precisamos de mais ambulâncias. - Boden diz para o rádio dele.

- Herrmann, Mouch vão para o carro capotado , Otis e Katniss vão ajudá-los também. - Casey dá as ordens.

Vamos todos em direção ao carro capotado. Eu deito-me no chão para ver as vítimas lá dentro.

- Temos uma mulher no banco do condutor e uma criança no banco de trás. - informo os outros.

- A criança está atrás do condutor ou do de pendura? - Herrmann pergunta-me.

- Do de pendura.

- Vamos tentar tirar as duas sem virar o carro- Mouch diz.

- Temos de virar. - Otis diz.

- Não o Mouch tem razão se elas tiverem algo partido e virar-mos será pior. - constato.

O Herrmann vai buscar a serra para abrir a porta do condutor e conseguimos tirar a mulher que está inconsciente, depois de abrimos a porta da criança a tiramos ela com cuidado e a metemos na maca da Gabby. A menina que deve ter quatro anos tinha muito sangue na cabeça.

A Gabby começa os exercícios de reanimação e poucos minutos depois mete a mão no pescoço da mesma e olha para nós abanando a cabeça em forma de negação o que queria dizer que a menina está morta.

Lágrimas insistem em cair de meus olhos mas eu faço tudo para evitar isso. Meu primeiro dia de trabalho e a primeira morta que presencio é de uma criança.

De repente ouvimos alguém a gritar dentro da outra ambulância que tinha vindo.

- Eu quero ver a minha filha. - a mulher diz.

Vou até a mesma que ainda tem as portas abertas e a mulher está sentada na maca a tentar debater-se para sair de lá.

- Ei, ei tenha calma como se chama? - pergunto a ela.

- Mia, onde está a minha filha?

- Os paramédicos a irão levar para o hospital e lá vão tratar de si. - finjo que não ouvi a sua pergunta.

- Não respondeu à minha pergunta.

O Mouch aparece atrás de mim.

- Conta-lhe. - ele diz em meu ouvido.

- Lamento muito Mia, a sua filha não sobreviveu.

A Mia começa a debater-se e a chorar muito eu entro na ambulância e a abraço. Sei que aquela abraço não ia ajudar em nada a sua dor mas pelo menos a confortava.

- Lamento, lamento muito.

- A minha bebé só tinha três aninhos ia fazer quatro daqui a um mês, não não pode ser. - ela diz enquanto chora ainda mais.

-Mia sei que é difícil e quase impossível em momentos assim mas tem de ter calma.

- O meu filho ele amava a irmã ela não pode estar morta, não pode.

Paro de a abraçar e agarro nas mãos da mesma.

- Mia pense no seu filho ele irá precisar da mãe, sei que não é fácil mas tem de ser forte pela sua família a sua menina não iria querer a ver assim.

- Eles estão bêbados. - ela diz.

- Que? - pergunto sem entender. -

- Os jovens que vieram contra nós estão bêbados eu tinha os visto num posto de gasolina umas ruas trás e tinha comentado com o dono da mesma que ainda matavam alguém e mal eu sabia que iam matar a minha bebé.

Saio de ao pé da Mia com bastante raiva e vou em direção a esses dois que estão noutra ambulância.

- Seus trastes. - grito com eles.

Tento bater neles mas sinto alguém segurar-me, olho para ver quem é e claro que é o Severide.

- Larga-me eles mataram uma menina, ela só tinha três anos. - falo alto muito alto.

- Katniss, chega. - Boden diz.

O Severide tira-me de lá e leva-me para o camião do esquadrão e manda-me sentar nos bancos de trás, sento-me e ele senta-se ao meu lado. Os outros elementos do esquadrão entram e ele manda o Capp sentar-se a frente no lugar dele e vem para o meu lado.

- Katniss és a primeira bombeira do 81 que regressa conosco. - Capp diz.

- Olha que bom. - digo de forma irônica.

- Ui, que mau humor. - Capp diz.

- Não a chateies.- Severide pede-lhe.

O Capp cala-se e o Severide olha para mim com cara de poucos amigos.

- Não devias de ter feito aquilo, agora de certeza irás ter uma advertência e só és uma cadete. - Severide diz.

- Quero lá saber eu fiz o que achei correto.

- As vezes o que achamos correto não é o indicado a fazer-se, neste trabalho já te disse várias vezes não nos podemos mover pelas emoções.

- Fazes isso? - pergunto olhando diretamente em seus olhos.

- O que? - ele pergunta sem entender.

- Não deixas-te mover pelas emoções?

- Às vezes é difícil mas sim faço isso, mas já perdi o controle algumas vezes se é isso que queres saber.

- Vês as vezes não nos conseguimos controlar por muito que tentamos. - admito a verdade.

Chegamos ao quartel e vamos em direção a cozinha para almoçar. Vou buscar a comida e sento-me ao lado do meu pai de frente para o Severide.

- Ainda hoje é o primeiro dia da cadete e já teve o privilégio que nenhum dos que está no camião teve, regressou ao quartel no camião do esquadrão. - Herrmann diz.

- Eu sempre te disse que era especial. - falo e todos riem-se do que digo.

- Depois quero falar contigo. - Boden diz.

- Sim, chefe. - digo de forma receosa.

O que virá aí?

Até ao próximo capítulo.

Chicago Fire - A Verdadeira Paixão de SeverideOnde histórias criam vida. Descubra agora