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Bianca🌻

Bianca: Quer alguma coisa pai? - ele negou.- daqui a pouco é a hora do seu remédio.

Alexandre: Tudo bem minha filha.- falou com um pouco de dificuldade.- nós voltamos pra casa quando?

Bianca: Depois de amanhã.- confirmei.- o senhor quer deitar?

Alexandre: Eu ainda consigo ficar fora da cama, bem pouco mas consigo.- assenti.

Bianca: Mais tarde nós vamos naquele restaurante, depois dessa viajem nós vamos pra onde? - sentei do lado dele.

Alexandre: Você não deve ficar gastando seu dinheiro assim Bianca, eu vou morrer, pra que tudo isso?

Bianca: Lembra do nosso combinando? - falei em meio as lágrimas e ele assentiu.- então, eu vou cumprir.

Alexandre: Você sabe que eu tenho pouco tempo, só não quer aceitar isso.- pegou na minha mão.- eu não queria te deixar sozinha.

Bianca: Tá sendo difícil pra mim, na verdade sempre foi! Mas eu sou forte, e você também.- beijei a mão dele.- eu te amo pai.

Alexandre: Eu também te amo.- sorriu de lado e eu abracei ele.

Minha mãe foi embora assim que soube da doença do meu pai.

Quando descobrimos os médicos disseram que já não tinha mais cura.

Desde então fomos só nós dois, e eu ainda não consigo imaginar que em pouco tempo eu vou perder ele!

Depois disso deixei de ser uma adolescente normal, não saia pra festas, e muito menos tinha amigas.

O que pra mim não importava no começo, mas com o tempo fui começando a sentir falta.

Trabalho em uma loja de roupas, as vezes tenho dois turnos.

Mas muitas vezes não dá, pq tenho que cuidar do meu pai.

Tenho uma tia, irmã do meu pai, ela mora um pouco longe. Mas sempre que dá ela vai passar uns dias lá em casa, pra conseguir cuidar dele.

Nunca passamos necessidades, mas as coisas já chegaram a ficar bem críticas lá em casa.

A aposentadoria do meu pai toda pros remédios que ele tem que comprar.

O que eu ganho vai pro convênio médico, água, luz, aluguel, compras do mês, entre outras coisas.

Eu me orgulho do quanto meu pai é forte, ele que me ensinou a ser assim.

Até agradeço por não ter puxado nada da minha mãe.

Que nunca mereceu o meu pai, nunca.

Lembro até hoje do dia que chegamos em casa e não tinha mais nada dela.

Apenas um bilhete que dizia que ela queria curtir, e não ficar em casa cuidando de um doente.

Eu que encontrei o bilhete, e preferir não mostrar pro meu pai.

Ele já tava abalado demais, eu não podia dar mais um motivo pra ele!

E sinceramente eu agradeço por ela ter ido embora, nem sinto falta.

Levantei do sofá entrando no quarto do hotel e fiquei olhando a vista pela janela que tinha.

Eu não sei se ainda vamos conseguir ir em todos os lugares, mas já me sinto um pouco feliz por ter deixado meu paí feliz.

Depois de muitos anos, consegui arrancar um sorriso verdadeiro dele.

E não me arrependo de nada, já venho separando o dinheiro a um bom tempo.

Deixei ele quase um ano sem mexer, só ia ajuntando.

E mesmo com tudo que a gente passava em casa, eu sempre dava um jeito de pagar sem movimentar esse dinheiro.

Pq eu queria realizar o sonho do meu pai.

Abri minha mala pegando um short jeans e um cropped, deixei em cima da cama e peguei minha toalha entrando no banho.

Assim que sai me vestir rápido e fui até a cozinha pegar o remédio do meu pai.

Levei até ele com um copo de água e ele pegou o comprimido da minha mão jogando na boca.

Levei o copo de volta pra cozinha e sentei no sofá junto com ele.

Amor BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora