Seize The Day

Capítulo Seis

Alemanha

— 01 de Setembro de 2019

Sasuke ficou pasmo. Tanto, que por alguns minutos ficou ali, parado — sem conseguir se mover — naquele mesmo lugar, olhando para seu filho, quase não acreditando que aquela pergunta havia saído dos lábios de seu pequeno. Estava estarrecido, sem conseguir se mover, de tão surpreso por ouvir aquela pergunta sair da boca de seu filho. E para seu completo desespero seu filho continuava a olhá-lo fixamente, a espera de uma resposta, da mesma forma como fazia quando era pequeno e queria que as pessoas respondessem por seus vários questionamentos. E para piorar a situação, ainda que soubesse que fosse uma pergunta normal que as crianças em algum momento da vida — quando são filhos únicos — faziam. Tinha que ser objetivo para que não tivesse mais perguntas, e mais que isso, não o deixasse confuso. Ainda assim o Uchiha mais velho não sabia o que dizer, ou melhor como dizer, já que tinha a resposta para aquela pergunta — por mais que ela fosse constrangedora —, mas ele, como pai, sabia que ela não seria do agrado de seu pequeno.

— Papai, não vai respondê? – Insisti, fazendo o mais velho voltar a si finalmente, pegando a panela do chão e colocando-a sobre o fogão.

— Daisuke... – Suspirou, antes de se aproximar do filho. – Isso é um pouco complicado.

— Pur que?

— Porque somos só eu e você, filho, e para você ter um... Irmãozinho, o papai precisa estar com alguém, entende? – Daisuke inclinou a cabeça, um pouco confuso e então Sasuke explicou de forma que ele pudesse compreender o que estava dizendo. – Seus tios são casados, o papai não.

— Pur isso eu não posso tê um irmãozinho?

Quase se aliviou por ele estar entendendo.

— Isso mesmo.

— Mais o papai pode casá, né?

E tudo o que ele menos queria aconteceu. Mais perguntas. A pior delas, em sua opinião, já que não tinha a intenção de se casar novamente, ainda que tivesse prometido a si mesmo que deixaria de se focar nos sentimentos que ainda tinha por Karin — em especial as de culpa — para poder criar melhor o filho. E por isso não pode deixar de passar as mãos nos cabelos ao ouvir aquela pergunta — normal para uma criança sem mãe ou sem pai —, um pouco nervoso, um pouco sem saber como fazer o filho entender seus objetivos.

— Para o papai casar, Daisuke... – Se abaixou dianto do pequeno. – O papai precisa estar gostando de alguém.

O menino abaixou o olhar.

— Você tem seus primos. É como se fossem seus irmãos.

— Mais não é a mesma coisa, papai.

Sasuke passou as mãos nos cabelos mais uma vez, dando um suspiro longo.

— Pur que o papai não pode gostá de alguém?

— O papai ainda ama muito a mamãe, filho. – Foi sincero, o mais sincero que poderia ser naquele momento. – Por isso eu não posso gostar de outra pessoa.

— A mamãe... não ia gostá de vê o papai feliz?

E mais uma vez o Uchiha mais velho estava surpreso, provavelmente muito mais do que na primeira vez. Havia sido pego desprevenido novamente e por isso o olhava da mesma forma que a primeira vez, quase sem acreditar que aquelas palavras realmente haviam saído dos lábios de seu filho de apenas cinco anos. Era quase impossível.