Capítulo Dezoito

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Alemanha

— 15 de Janeiro de 2020


Quase um mês havia se passado desde o natal. Sakura continuava com seu trabalho de babá, e como havia prometido a Sasuke, falou com o filho dele, e com muita paciência e jeitinho, o convenceu a ir à escola. Não tinha sido fácil, o garotinho bateu o pé, chorou, resmungou, e até mesmo recorreu ao tio Itachi, porque não queria ficar sem a babá preferida dele. E depois de Sakura e Sasuke prometerem que ela continuaria cuidando dele mesmo ele indo à escola, ele aceitou; ainda resignado, mas aceitou. O moreno já sabia que seria complicado, afinal ele sabia o amor grandioso que o filho sentia pela rosada, mas nem por isso desistiu, afinal, sabia o quanto a escola era importante. Daisuke estava com quase seis anos, e em sua opinião ele já deveria estar na escola, e isso só não havia acontecido antes, porque os avós acharam que o neto e o filho precisavam de alguns meses só para eles, e o filho mais novo de Fugaku não podia deixar de concordar.

Foram trinta dias corridos desde o Natal, e ainda assim, a Haruno continuava a evitar o pai do garotinho mais fofo do mundo. Ela conversava apenas o essencial para com o Uchiha e tentava fazer tudo para que não ficassem sozinhos. Não queria que acontecesse um novo beijo, não queria que tivessem uma nova conversa sobre o que aconteceu, e com toa a certeza não gostaria de sofrer como sofreu com tudo que houve. E por ter sido tão chocante, cada um dos amigos e familiares puderam perceber o afastamento, o que os deixou um pouco revoltados, e entristecidos por perceber que ambos sofriam. E se perguntavam o que tinha acontecido, com exceção de Itachi, que havia sido o único a saber sobre tudo que houve, e Sakura, achou melhor deixar tudo em segredo, por mais que estivesse sentindo-se um pouco sufocada. Mas apesar disso, nenhum dos dois quiseram falar sobre o que houve e os amigos aceitaram e compreenderam.

Ainda assim, durante todos aqueles dias em que se passaram, o Uchiha percebia como Sakura ficava nervosa perto dele, ficava estranha e envergonhada e por isso decidiu que deixaria seus sentimentos guardados para si. Ela não queria ouvir, não estava pronta, e ele muito menos. Tentou uma vez, e não conseguiu, então ele decidiu desistir pôr ora.

Além dos adultos, as crianças também perceberam o afastamento. E esse era o motivo de Daisuke estar tão inconformado, principalmente porque tudo que queria era os dois cada vez mais perto um do outro, mas estava acontecendo exatamente o contrário, o que o chateava. E ele não era o único, Mayu sentia-se da mesma forma que o melhor amigo. Eles queriam os pais juntos. As duas crianças de quase cinco e seis anos, que gostariam de ter uma família completa, não estavam gostando nada daquele estranhamento entre seus pais, e se chateavam quando tentavam aproximá-los outra vez e não dava certo.

Quem poderia imaginar que algo assim passaria na cabeça de duas crianças? Ainda mais elas sendo tão pequenas? O moreno achava que o filho tinha se esquecido da conversa que tiveram, principalmente porque ele nunca mais havia tocado no assunto, mas continuava querendo a rosada por perto o tempo todo, o que não era uma grande surpresa, principalmente quando se lembrava da conversa que havia tido com o irmão no dia seguinte ao natal. Até mesmo nos finais de semana seu garotinho desejava ver as duas rosadinhas. E Sasuke sabia que Sakura aceitava todos os pedidos de Daisuke, somente por ele, porque se fosse de outro modo, ela não o veria tantas vezes na semana.

O Uchiha se importava com a forma como ela vinha o afastando, mas ainda assim não dizia uma palavra. Ele estava sendo um completo covarde, e isso o irritava profundamente. Nunca, em toda sua vida, havia feito algo parecido. E ele nunca teve medo dos próprios sentimentos.

Bom, é como dizem: para tudo tem uma primeira vez.

E mesmo que ele não quisesse, algo sempre lhe dizia que ele deveria enfrentar seus medos. Mas quem disse que era fácil?

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