Capítulo Trinta e Seis

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Alemanha

— 31 de Março de 2020


Sasuke contou tudo para a namorada assim que chegou em casa, ainda que desejasse muito um banho relaxante. Estava ansioso demais, principalmente porque finalmente havia tido a resposta que ele tanto queria, e por isso aproveitou que as crianças assistiam TV, para falar com ela na cozinha. Precisava de conselhos, porque ele realmente não sabia se deveria contar ao irmão sobre sua descoberta. Ele estava casado com a prima e nem sabia. Não seria fácil escutar que a esposa era na verdade a prima que eles haviam procurado e que seus tios queriam tanto ter de volta. E ficava com medo de contar e acabar trazendo um conflito para ele e consequentemente para Izumi, ainda que soubesse que o certo seria contar de uma vez por todas.

Por um momento acabou se perguntando como seu irmão não havia percebido nada, principalmente quando ele tinha mais detalhes da vida da esposa que ele e a família, mas não o julgaria. E por saber que eles estavam casados e que seu irmão estava ao seu lado quando procurou por Kazumi, que sabia que ele merecia saber a verdade. Ainda não contaria ainda aos tios ou aos seus pais, até porque eles não faziam ideia de que estava procurando-a, mas ele pensava que de alguma forma devia isso ao irmão.

Sakura o aconselhou a ter certeza antes. Ter certeza de que a Izumi de Itachi era a Kazumi. Não deveria dar falsas esperanças nem a ela, que sempre quis conhecer os pais, e nem aos tios, que sempre procuraram — incansavelmente — pela filha. E Sasuke não pôde deixar de concordar. Seria um baque muito forte caso isso não fosse verdade, e ele não queria machucar nenhum deles, muito menos seu irmão e Shisui, que sempre teve uma chama de esperança de que um dia poderia encontrar sua irmãzinha. Mas não podia deixar de confessar de que se sentia ansioso demais, e por isso a rosada o aconselhou — mais uma vez — a se acalmar e não dizer nenhuma palavra a ninguém até que tudo seja esclarecido na delegacia.

E era isso mesmo que Sasuke faria.

Apesar de tudo, ele sentia um certo receio da reação dos tios, em especial de Obito. Ele era esquentado e poderia acabar fazendo algo que se arrependeria depois. Pior, poderia ser preso, e isso Sasuke não gostaria que acontecesse. Se seu tio descobrisse que o próprio sogro é o verdadeiro culpado por ele não ver a filha crescer, com certeza surtaria e iria atrás de Hotaru resolver tudo com as próprias mãos. E ainda que o mais novo soubesse que ele tinha esse direito, ainda assim, se preocupava com o que poderia acontecer, e por isso tinha certeza de que o melhor era deixar que a polícia resolvesse aquele caso, para depois deixar o tio se resolver com o homem.

Hotaru pagaria pelo que fez. E Sasuke faria questão de estar presente — e toda a sua família — quando o criminoso estivesse sendo preso.

O que preocupava o Uchiha menor era a forma como a tia reagiria ao descobrir que o próprio pai era o culpado de suas tristezas, angústias e desesperos. O culpado de ter entrado em uma depressão tão forte, que perdeu dois anos da vida de seu primogênito por conta da dor que sentia por nunca ter a filha de volta. E Sasuke tinha ódio só de pensar no que ela passou por culpa do próprio pai. Ele, que sempre o chamou de marginal.

Depois da longa conversa que o casal teve, e das decisões tomadas, eles caminharam em direção a sala afim de chamar as crianças para jantar, e poucas horas depois — após Sasuke tomar um rápido banho para sentar à mesa com a família —, os levou para o quarto. Um novo quarto. Maior, mais colorido — mas não de forma que ficasse estranho — e ainda mais infantil.

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