Canadá, Toronto – 15h:02m PM
— Então você já é formado em Pedagogia? — Dejota questionou Yuri, impressionado.
— Sim. Mas não me identifiquei muito com a área. Fiz a pós, que seria a Psicopedagogia, mas me encantei quando conheci a área da Patologia Forense. — Yuri falou, orgulhoso e sonhador. Isaac revirou os olhos, se recostando na cadeira da mesa e acendendo um cigarro.
— Ótimo! Papinho de nerd. — Resmungou, jogando os pés para cima da mesa e fechando os olhos, tragando o cigarro.
— Você não tem educação?! — Yuri exclamou, empurrando os pés de Isaac para fora da mesa da lanchonete. O garoto o encarou com fúria.
— Por quê?! Vai me dar bronca com esse seu papinho de professorzinho chato?! — Questionou, sarcástico. Yuri respirou fundo, ignorando a presença de Isaac.
— Como você aguenta ele? — Questionou, olhando para Dejota. Ele já ia responder, mas Isaac se adiantou.
— É simples: não sendo você! — Isaac enviou um sorrisinho sarcástico. Yuri suspirou, revirando os olhos.
— Nossa, você é, de fato, um inconveniente.
— Olha, acho que devíamos ir, já está tarde, né? — Dejota comentou, querendo parar aquela discussão. Já ia pegar o dinheiro para pagar a conta, assim como havia prometido para Isaac, mas o garoto segurou seu pulso, olhando para Yuri desafiadoramente.
— Já que é tão engraçadinho, você fica com a conta. — Isaac afirmou, sorrindo ironicamente.
— Não! Isaac, eu posso pagar, não tem problema. Yuri acabou de chegar e... — Dejota tentou argumentar, mas Yuri o interrompeu.
— Está tudo bem, Dejota-kun. Não sou pão-duro como certas pessoas. — Ditou, encarando Isaac.
— É, não é pão-duro, nem pau duro, né? — Isaac rebateu, deixando Dejoita ruborizado pelo nível que a conversa havia chegado. Yuri apenas sorriu, não se ofendendo com o comentário de Isaac.
— Por que está afirmando? Por acaso já viu? — Insinuou, com o tom calmo.
— Hm... Não me interessa ver algo que não deve ter o tamanho nem do dedo mindinho. Por acaso você sabe o que os outros acham dos japoneses? — Isaac provocou, movendo o dedo mindinho da mão, sarcástico.
— É? Eu tenho o poder de destruir opiniões. — Rebateu, presunçoso. Isaac bufou, não tendo mais paciência para discutir com aquele japonês.
— Okay, vamos embora, Dejota. O ar aqui está poluído.
— Claro que está! Você fumando essa porcaria, só poderia fazer mal ao oxigênio mesmo. — Yuri rebateu, desgostoso. Isaac bufou, se levantando e batendo as mãos na mesa.
— Porcaria é a tua mãe! Cala a boca para falar do meu cigarro, seu mauricinho nerd! — Isaac verberou, irritado. Dejota suspirou, se levantando.
— Chega, gente! Por que estão brigando?! Vocês mal se conhecem! — Dejota interveio, com indignação.
— Preferia nem ter conhecido. — Yuri resmungou, puxando algumas notas na carteira e a colocando em cima da mesa. — Aqui, a conta. E, Dejota-kun, sinto muito não poder ficar, mas vou arrumar as burocracias da faculdade e ver o apartamento em que vou ficar. Depois conversamos, certo? — Dejota assentiu, sorrindo.
— Tudo bem. Vamos marcar uma balada ou coisa do tipo, ando precisando disso, sabe? — Comentou, com um sorriso fraco. Yuri assentiu, sorrindo.
— Certo, até mais então. — Despediu-se, abraçando Dejota e lhe dando um beijo na bochecha. Yuri agia sempre como um verdadeiro pai com os amigos, nem aparentava a idade jovial que tinha. Era responsável, não gostava de bagunça, e sua alimentação era rigidamente correta. Odiava violência e sempre foi o primeiro da classe, desde criança. De fato, um homem trabalhador e estudioso como ele, era raro de encontrar.
— Ainda bem que ele foi embora! Que porra! Cara chato. — Isaac resmungou, cruzando os braços.
— Ah, Isaac. Ele não é chato...
— Claro que você pensa assim! É tão nerd quanto ele. — Dejota revirou os olhos, sem paciência para o drama de Isaac.
— Aliás, lembra o que você fez na minha festa de casamento? — Isaac suspirou, tragando o cigarro mais uma vez, assentindo com a cabeça.
— Infelizmente, eu lembro.
— E não está preocupado?
— Com o quê?
— Com o fato de que você gritou para todo mundo que seu pai e você tinham relações. — Dejota abaixou o tom de voz, não querendo que outras pessoas escutassem.
— Eu não estou nem aí para os outros. Quero mais que todos vão para o quinto dos infernos! Ninguém paga minhas contas, ninguém tem nada haver com minha vida.
— E o que seu pai falou depois?
— Me deixou de castigo. É só isso que ele sabe fazer. Sempre fica calado quando jogo na cara dele que ele fode o próprio filho.
— Não é uma relação saudável. Mesmo que você o ame, não pode esquecer o fato de que vocês são pai e filho. Não podem destruir esse sentimento assim. — Dejota aconselhou preocupado.
— Ele nunca agiu como pai, Dejota. Sempre foi ausente e hoje em dia não é diferente. Ele só quer saber de dinheiro, poder e sexo. Nada mais importa para ele. Nem mesmo eu. — Murmurou, soltando a fumaça pela boca, observando as formas que esta criava.
— Já tentou conversar com ele?
— Não. Nem quero. Se antes ele não fez nada para nos aproximarmos, não vai ser agora que isso vai mudar. Bom, eu vou indo, nos falamos mais tarde. — Dejota assentiu, acenando, e logo seguiu seu caminho, resolvendo passar em um Pet Shop, onde fez inúmeras compras para o seu novo cachorrinho. Aquele animalzinho certamente seria muito mimado pelo dono.
Assim que chegou na nova casa, Dejota seguiu pelos corredores, conhecendo os quarto que estavam disponíveis. Não sabia qual iria ficar, mas sabia que não dividiria o mesmo quarto com Max.
— O que é isso? — Max apareceu na sala principal, observando o cachorro nos braços de Dejota e as incontáveis sacolas de compras, umas maiores que outras.
— Um cachorro. — Respondeu, seco. Max revirou os olhos, cruzando os braços.
— Onde o encontrou?
— Te interessa? — Rebateu de imediato, só deixando Max ainda mais irritado.
— Interessa, Dejota!
— Isaac me deu como um presente de casamento. Satisfeito?
— Tudo bem. Posso pegar? — Pediu, já se aproximando. Dejota hesitou, abraçando o animalzinho mais forte, que por sinal estava quase dormindo, sonolento. Max o pegou com cuidado, o observando. Era tão macio e gordinho, que dava vontade de mordê-lo com tanta fofura. — Ele é lindo. — Max elogiou, devolvendo o animal para Dejota. — Como se chama?
— Orbez. — Dejota respondeu, não o encarando, ajeitando a roupinha do cachorro.
— É, até que fez sentido. Bom, eu vou dá uma saída. Suas malas estão no quarto, do quinto andar. Não se preocupe, estou em outro quarto. Se você quer assim, não vou te obrigar a nada. Até mais tarde. — Falou, calmamente, se retirando da casa. Dejota estranhou, mas o ignorou, seguindo para o quarto, onde se acomodou na cama, brincando com seu cachorro, parecendo uma criança.
O que um animalzinho não era capaz de fazer, não?
VOCÊ ESTÁ LENDO
MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY)
Romance"Eu me apaixonei pelo jeito que você me tocou, sem usar as mãos". PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3