⏩ C a p í t u l o || VINTE E SETE ⏪

12.3K 1.1K 231
                                    

(Não revisado)

Canadá, Toronto - 14h:56m PM

Dejota respirou fundo, buscando silêncio e calma, sentado estilo índio, enquanto permanecia de olhos fechados, concentrado. Havia conversado muito com o cientista, e por fim, aceitou o fato de que não poderia viver sem o seu dom, e também não poderia viver o resto da vida se escondendo de si mesmo. Precisava aprender a controlar seus poderes. E a concentração era o pilar de tudo.

— Senhor! — Sarahy apareceu, logo se calando ao ver que o seu patrão meditava. Dejota aparentemente não havia escutado. Usava fones de ouvido, escutando uma música ambiente, isso o acalmava. Sarahy se escondeu, o observando. Dejota estava sem camisa, usando apenas uma bermuda branca que marcava bem suas coxas e bunda. Sarahy suspirou, o admirando. Seus olhos sempre brilhavam quando via seu patrão.

— O que está fazendo? — A garota se assustou quando ouviu a voz de Max.

— N-nada, senhor...

— Precisam de você na cozinha. — Ela assentiu.

— Com licença, senhor. — Ela rapidamente se retirou. Max suspirou, já desconfiado, olhando na direção de Dejota, vendo o garoto extremamente concentrado, movendo suas mãos a frente do corpo, formando uma bola, composta por uma espécie de fumaça azul, eletrificada. Ali era a fonte, unida de todos os seus poderes. Max o observou, sorrindo. Ultimamente, Dejota andava mais maduro, mais concentrado em si mesmo. Concentrado em ter o controle do seu próprio corpo.

Dejota suspirou, levitando lentamente, não saindo de sua posição. As pedras e vasos do jardim, levitaram junto, em uma difícil tarefa de concentrar e dividir sua mente, podendo controlar tudo à sua volta. Dejota esvaziou sua mente, tentando focar em abaixar um por vez, primeiros os vasos, e depois as pedras. Um por um, sem pressa. E logo em seguida, desceu seu corpo, leve como uma pena.

Max sorriu, orgulhoso de Dejota. Aos poucos, ele estava aprendendo sobre si mesmo, sobre como seu corpo funcionava. Max se dirigiu até Dejota, com um copo com chocolate quente em mãos.

— Dejota? — Max chamou. O garoto retirou o fone de ouvido, o encarando.

— Hm? — Murmurou, se levantando.

— Achei que iria gostar de tomar um suco depois de passar tanto tempo aqui fora. — Dejota suspirou, pegando o copo com chocolate quente e tomando um pouco do líquido.

— Obrigado. Mas Sarahy pode fazer isso. — Ditou, indiferente.

— Hm... Aliás, pode ser só impressão, mas que nome você daria para alguém que fica te espionando com cara de boba? — Questionou, deixando Dejota confuso.

— O que quer dizer?

— Quando cheguei, Sarahy estava escondida, te observando. É óbvio que ela gosta de você.

— Se ela fosse homem, talvez tivesse chance. — Dejota soltou uma curta risada. — Mas eu duvido que seja isso. Tenho Sarahy como uma irmã para mim.

— Você pensa assim, mas e ela? — Dejota não respondeu, pensativo. — Deveria conversar com ela.

— E por que está tão preocupado? — Questionou, o encarando. Max se aproximou, juntando seus corpos e tocando seus lábios na orelha de Dejota.

— Porque você é meu marido. Não dela. — E então se retirou, se afastando. Dejota suspirou, mentalizando que tudo aquilo não passava de uma tentativa fútil te reconquistar o seu perdão.

Canadá, Toronto – 01h:34m AM

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Canadá, Toronto – 01h:34m AM

— O vídeo está circulando em tudo quanto é lugar. — Vitor avisou, entregando o celular nas mãos de Max, onde mostrava o momento exato em que Dejota havia usado seus poderes no casamento, enterrando o cientista debaixo do chão.

— Isso não é nada bom... — Max murmurou, pensativo.

— Não mesmo! Outras facções já estão de olho no garoto, sem contar as pessoas e a mídia. Tudo está viralizando e definitivamente, isso não é bom, Max! — Max refletiu, suspirando.

— Okay, dê um jeito de fazer todos acreditarem que esse vídeo não passa de uma brincadeira, uma montagem. — Vitor assentiu.

— Pode deixar. Com licença. — Ele se retirou, deixando Max sozinho. Ainda estava se adaptando com o novo cargo, e realmente não era nada fácil comandar uma facção inteira. Estava com dor de cabeça e milhões de documentos para ler e assinar. E agora, tinha mais essa.

Max se levantou, seguindo para o quarto, mas ao sair do escritório, encontrou Dejota, o encarando com o olhar estreito.

— O que está fazendo acordado numa hora dessas? — Max questionou.

— Eu não deveria fazer a mesma pergunta? — Rebateu, indiferente. Max suspirou, revirando os olhos

— O que você quer aqui?

— Quando vai tirar Vitor da máfia? — Questionou, cruzando os braços, com um olhar superior e decidido.

— Como assim?

— Não me faça perguntar de novo. — Max suspirou, impaciente.

— Por enquanto, não posso fazer nada. Ainda estou me adaptando e alguns soldados ainda são muito fiéis ao Bento. — Respondeu, com certo desgosto.

— Então renove com novos soldados que te obedeçam calados! — Dejota praticamente ordenou, recebendo um olhar perplexo de Max.

— O que diabos deu em você?! Por que está tão interessado na máfia?

— Porque eu quero fazer parte dela. Te ajudar. — Respondeu de imediato.

— O quê?! Claro que não! — Negou, rapidamente.

— E eu posso saber o porquê?

— Porque já está difícil conseguir controlar toda a facção, se eu colocar você ao meu lado, vai bagunça tudo, Dejota. Para eles, você é...

— Submisso? Me poupe, Max! Já deixei bem claro do que sou capaz de fazer, e certamente não sou a porra de um submisso! Eu quero ser útil na máfia, e quem não gostar... vira pó. Simples. É assim que se ganha respeito, eliminando a maçã podre da árvore. Eu conheço duas maçãs negras e apodrecidas que você não consegue tirar, mas eu tiro em segundos. — Max o olhou, mais atento.

— De quem está falando?

— Vitor e Bento. — Respondeu rapidamente.

— Dejota, eu não sei...

— Max, já está decidido! Eu não vou ficar parado sendo que eu posso ajudar muito mais do que esses idiotas seguidores do Bento! Eu sei que estou sendo a estrela da mídia com o vídeo, mas Vitor não vai obedecer sua ordem.

— Como você sabe disso?! — Dejota suspirou, desviando o olhar por meio segundo.

— Descobri à pouco tempo que posso ler pensamentos...

— Você o quê?!

— Isso não vem ao caso, agora! O fato é que posso ajudar em você em milhões de coisas! Principalmente descobrir se alguém está mentindo ou traindo você. Me deixa te ajudar, Max... Por favor. — Pediu. Max suspirou, sabendo internamente que sozinho seria difícil comandar uma das maiores organizações criminosas do mundo sem ajuda, já que havia tantos integrantes do lado do antigo Capo. Traidores não seria difícil aparecerem.

— No que está pensando? — Max questionou. Dejota sorriu, vitorioso.

Vamos para o quarto e eu te falo tudo. — Falou, o puxando pela mão e ambos seguindo para o quarto de Dejota.

A conversa estava longe de acabar...

MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora