⏩ C a p í t u l o || VINTE E CINCO ⏪

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Canadá, Toronto – 14h:30m PM

Dejota se remexeu, despertando. Seu corpo estava dolorido, graças à noite insana que teve ontem, na qual só foi dormir às cinco da manhã. E ao lembrar, rapidamente se levantou, olhando em volta, não vendo Max.

— Bom dia, amor! — Max adentrou o quarto, minutos depois. — Ou eu deveria dizer, boa tarde? — Questionou, risonho, com uma bandeja de café da manhã em mãos, colocando a mesma sob a cama. Dejota suspirou, entristecido. Aquilo não estava certo, não podia prender Max assim. Não podia obrigá-lo a amá-lo. — O que foi? Se sente mal? Não gostou da nossa noite? — Max questionou, preocupado. Dejota prendeu o choro, abaixando a cabeça e retirando a luva da mão direita.

— Não posso fazer isso... não quero te obrigar a nada... Não está certo... — Dejota murmurou, com um aperto no peito.

— Bebê, o que você tem?

— Eu sinto muito. — Dejota tocou o peito de Max, transpassando uma leve corrente elétrica pelo corpo do marido. Ele se contorceu, desmaiando em seguida. Dejota suspirou, repondo a luva e aguardando Max acordar novamente. Certamente, ele lembraria de tudo e iria deixar tudo pior do que já estava.

Max se remexeu, acordando, sentindo uma forte dor de cabeça. O peito de Dejota queimava de tanta aflição.

— Você... — Max murmurou, pousando a mão na cabeça, aos poucos lembrando de tudo que acontecera noite passada. Max rapidamente encarou Dejota, se levantando da cama rapidamente. — Você me enfeitiçou!!! — Exclamou, irritado.

— Max, por favor, não foi por querer. Eu tentei te avisar, eu tentei falar para você. — Dejota se explicou, chorando.

— Não foi o suficiente! Você sabia o que tinha acontecido e mesmo assim não me impediu!

— Como eu ia fazer isso?! Eu não podia usar meus poderes, e você... você não parava de insistir... — Murmurou, choroso. Max o agarrou pelo braço, irritado.

— Por causa dessa sua... maldição! NÃO SOU A PORRA DE UM VEADO, ENTENDEU?! Já estou cheio de você e essa aberração que carrega!!! Não aguento mais! — Gritou, empurrando Dejota na cama. O garoto estava desolado, aos prantos. Max caminhou para a porta, olhando para Dejota uma única vez, sabendo que havia ido longe demais, mas era orgulhoso demais para pedir desculpas. Então saiu, batendo a porta.

Dejota se encolheu, em posição fetal, aos prantos. Seus olhos doíam com tantas lágrimas. Seu mundo havia desabado mais uma vez. Se amaldiçoava por tudo que seus pais fizeram com ele naquele laboratório, e por um momento, desejou ser uma pessoa normal. Sem aquela maldição, uma pessoa comum como qualquer outra.

 Sem aquela maldição, uma pessoa comum como qualquer outra

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Canadá, Toronto – 18h:57m PM

— O senhor precisa comer. — Sarahy murmurou, entristecida e preocupada com o estado de Dejota. Há dois dias ele não saía do quarto, e não se alimentava. Ouvir aquelas palavras de Max foi o limite, foi o que precisava para destruí-lo por dentro.

— Estou sem fome... — Dejota murmurou, com a cabeça deitada no colo de Sarahy, enquanto ela afagava seus cabelos.

— Senhor, eu estou preocupada. Fiquei encarregada de cuidar do senhor, e garantir seu bem-estar. No entanto, está há dois dias sem comer nada, nem ao menos sai desse quarto.

— Eu não quero ser assim... não quero ter isso no meu sangue... — Murmurou, a voz rouca pelos choros recentes.

— Seus amigos estão preocupados... Já vieram aqui várias vezes querendo vê-lo. Não vai nem ao menos respondê-los? Ao menos ligue para eles, talvez eles também possam te ajudar a se distrair um pouco. — Sarahy sugeriu, acariciando o rosto de Dejota, secando suas lágrimas. O garoto estava mais pálido que o normal. Sarahy, disfarçadamente, chorava em silêncio, sofrendo por ver seu patrão daquela forma. Também a machucava. Se ele estava feliz, ela estava feliz. Se ele estava triste, ela ficava mais triste ainda.

— Não quero ver ninguém, Sah. Eu só queria... reverter o que fizeram comigo.

— Mas isso é impossível, senhor... Não é algo ruim. O senhor é especial.

— Para Max eu sou uma aberração. E eu sei que qualquer um pensa da mesma forma.

— Eu não penso assim... O senhor é incrível, faz coisas que nenhum outro é capaz de fazer.

— Obrigado, Sarahy... Ao menos eu tenho você. — Murmurou, baixinho. Sarahy sorriu fracamente.

— Sempre estarei ao seu lado, senhor. — Balbuciou. Dejota forçou um sorriso. Um sorriso que não chegou aos seus olhos. Ele se levantou, ficando sentado na cama, sentindo uma leve tontura o atingir.

— Eu... preciso sair...

— Sem comer nada? Melhor não. Deixe-me fazer algo. O que quiser! É só dizer e eu faço. — Pediu, mas Dejota não respondeu, apenas pegou um casaco e saiu rapidamente da casa, pegando um carro na garagem e saindo sem rumo, até chegar em um lugar totalmente deserto.

Dejota saiu do carro, caminhando pelo local e olhando em volta. De algum jeito iria tirar aquilo de dentro de si. Tinha que haver um jeito. Ele se recusava a ser assim, se recusava a ser visto como uma aberração.

O garoto respirou fundo, retirando as luvas e as jogando em qualquer lugar. Dejota esticou os braços, exalando ao máximo que conseguia seus poderes. Qualquer coisa que estivesse por perto, certamente seria destruída em fração de segundos.

Dejota gemeu, com falta de ar e uma fraqueza incomum. Mas não iria desistir. Queria tirar aquilo de dentro de si. Queria se livrar daquela maldição. O garoto respirou fundo, novamente extraindo seus poderes ao máximo, causando terremotos e ondas de areia em volta.

— AH! — Dejota caiu de joelhos, sentindo seu peito doer, não tendo mais forças para nada. Se sentia tonto, tudo girava. A fraqueza em seu corpo estava totalmente presente, o fazendo apagar em frações de segundos.

Seu poder é a sua fonte de vida. E sem ele... não há como viver.

MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora