Canadá, Toronto – 12h:38m PM
— Okay, eu aceitei o fato de que você tem poderes e tal, mas um filho?! Você está esperando um filho?! — Isaac questionou, com espanto. Dejota deu de ombros, assentindo.
— Estou. Também fiquei assustado, na verdade, ainda estou. — Confessou, sorrindo fracamente, pousando suas mãos sob sua barriga.
— Bem, fico feliz por você. Está construindo sua família, e agora está tudo ótimo entre você e seu marido, não é? — Yuri comentou, tomando seu café. Os três se encontravam sentados na grama, próximo de uma árvore, em uma praça repleta de flores, árvores grandes e crianças correndo e brincando para lá e para cá.
— Sim. Em parte isso é tudo maravilhoso. Parece um sonho. Mas a máfia não está nos dando sossego. Já notei o quão cansado Max volta no fim do dia e mesmo assim tenta fingir que está tudo bem na minha frente.
— E... Bento já sabe dessa gravidez? — Isaac questionou, curioso.
— Não. Ainda tenho juízo. Aliás, não conte para seu pai, Isaac. Ele é muito íntimo de Bento.
— Você nem imagina o quanto... — Comentou, soltando uma curta risada, o que chamou a atenção de Yuri e Dejota.
— Okay, pode ter sido impressão, mas sua voz saiu muito macabra. — Yuri comentou, e Dejota se obrigou a concordar.
— Olha... o que eu já vi e já presenciei na máfia... não é para qualquer um. Ninguém me ouve, mas eu ouço todo mundo. Sou tão invisível, que eles não percebem minha presença. — Isaac suspirou, se recostando na cadeira e subindo os pés para a mesa. — A audição apura quando a boca se cala.
— Isaac... Não precisa mais ser assim, sabe que pode contar com a gente. — Dejota murmurou, entristecido pelo amigo.
— Não estou tão mal assim, não vamos chegar a esse ponto. Mas enfim, vamos mudar o assunto porque o Senhor Perfeição aqui não curte esse tipo de conversa. — Comentou, apontando para Yuri e roubando uma batata-frita do prato do mesmo, a pondo na boca e tomando sua cerveja.
— Por que sempre implica comigo, Isaac?! Precisa diminuir alguém para se sentir melhor?! — Yuri rebateu, agora chateado. Isaac o encarou, risonho.
— Não preciso diminuir você, não tem o que ficar menor. — Zombou, comendo mais uma batatinha.
— Não foi isso que pareceu no sábado passado. — Comentou, chamando a atenção de Dejota.
— O que aconteceu no sábado? — Questionou, curioso e confuso.
— Nós... — Yuri começou, mas logo foi interrompido.
— Nada! Não aconteceu porra nenhuma!
— Nossa, Isaac, achei que éramos amigos. — Dejota comentou, fazendo bico.
— Sem essa de draminha emocional, comigo não cola. Não estou nem aí se somos amigos, isso não significa que tenho que ficar detalhando tudo que faço ou deixo de fazer da minha vida. — Ditou, impaciente, terminando sua cerveja. — Aí, tartaruga! Mais uma cerveja! — Exclamou ao garçom.
— Mais?! Isaac, já chega. Já é a oitava latinha que você termina. — Yuri pediu, preocupado.
— Eu bebo o quanto eu quiser. Você não é meu pai. — Isaac riu ao se ouvir. — Se fosse meu pai, ele certamente estaria me embebedando, ele fazia isso. Aquele monte de merda... — Murmurou, fechando a cara. Já se notava que a bebida está tomando conta de si.
— Não é melhor levá-lo para casa? — Dejota questionou, também preocupado.
— E deixá-lo nas mãos do pai covarde? Não. Vamos levá-lo para a minha casa. — Yuri se levantou, obrigando Isaac a se levantar, apoiando o garoto em seu pescoço.
— Quer ajuda? — Dejota questionou, já pegando o braço esquerdo de Isaac e o colocando em volta de seu pescoço.
— Vamos. — E ambos o carregaram, caminhando até a casa de Yuri, que não era muito longe dali. Entraram no lugar, seguindo para o único quarto que havia ali. Yuri havia conseguido um emprego, trabalhando como professor de reforço nos finais de semana, e ganhava o suficiente para pagar o aluguel e se sustentar enquanto não finalizava sua faculdade e então poder trabalhar realmente com o que ama. — Aqui. — Yuri guiou, deitando Isaac em sua cama. O garoto já dormia.
— Ele anda bebendo demais ultimamente... — Dejota comentou, entristecido.
— Talvez para esquecer os problemas. Ele deve ter sofrido muito nas mãos do desgraçado do pai.
— E o que vai fazer quando ele acordar?
— Eu não sei. Isaac nunca me ouve. Na verdade, ele não ouve ninguém. Queria chamá-lo para morar comigo, mas eu sei que ele não aceitaria. Ele me odeia. — Yuri comentou, cabisbaixo.
— Você se preocupa com ele, não é? — Dejota murmurou, sorrindo fracamente. Yuri assentiu, suspirando.
— Mais do que eu gostaria.
— E então? Vai me contar o que aconteceu no sábado passado? — Dejota questionou, ainda curioso. Yuri o olhou, o puxando para a sala, onde ambos se sentaram no sofá.
— Isaac me beijou. — Disse, é Dejota cobriu a boca em espanto.
— Você e o Isaac...?! Se beijaram?! E não iriam me contar?!! — Exclamou, parecendo uma criança aborrecida. — Estou grávido, não podem me esconder esse tipo de coisa. — Yuri riu, revirando os olhos.
— Besta! É que ele estava meio bêbado, e depois disse para eu esquecer, que ele beijava qualquer um, então que eu não alimentasse alguma esperança. — Ditou, em um tom baixo.
— Infelizmente, é a cara dele dizer algo tão cruel assim... — Dejota murmurou, chateado.
— Sim... Mas tudo bem. Não me importo. Vamos preparar algo para ele comer? Conheço uma comida japonesa que é tira e queda para ressaca. — Dejota ficou o olhando em silêncio, com um sorriso de canto. — O que foi? Por que está me olhando assim?
— Você gosta dele. — Afirmou, em um tom calmo.
— O quê?! Não. Claro que não! Que ideia, Dejota!
— Quando você assume para si mesmo, fica bem mais fácil, sabia?
— Eu não estou gostando dele.
— Okay, e eu sou a Chapéuzinho Vermelho. — Ironizou, se levantando. — Vem, vamos fazer esse prato aí.
Yuri se levantou, com um bico formado nos lábios, tentado explicar ao Dejota que ele estava enganado e que não gostava de Isaac. A conversa foi longa durante todo o preparo da comida japonesa...
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MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY)
Romance"Eu me apaixonei pelo jeito que você me tocou, sem usar as mãos". PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3