⏩ C a p í t u l o || QUARENTA E UM ⏪

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Canadá, Toronto – 23h:45m PM

— Max, chega! Não podemos continuar assim. Você está há dois dias sem falar comigo! — Dejota exclamou, entrando no quarto e vendo Max sentado na cama, lendo. O mais velho apenas o olhou, em silêncio. — Também está sendo difícil para mim. Acha que eu também não fiquei surpreso?! Max, não podemos voltar no tempo. Por favor, não me abandone agora. Eu preciso de você ao meu lado. — murmurou, choroso. — Droga, eu aprendi a amar você. Não pode fazer o mesmo por mim?! — Max ergueu o olhar, agora o olhando com certa culpa. Ele suspirou, fechando o livro e se levantando, caminhando até o garoto e o puxando para um abraço apertado.

— Desculpa... Desculpa, bebê. Eu não queria que se sentisse assim, é só que... — Max suspirou, parando de falar e se afastando do abraço. Dejota o olhou, confuso.

— Só que o quê?

— Eu temo por essa criança, Dejota. O meu próprio pai quer acabar comigo, imagine o que ele não vai fazer quando descobrir sobre essa gravidez! E ainda tem esse louco português que quer me matar, sem contar os incontáveis inimigos que adquiri ao longo do tempo. Acha mesmo que eu queria ter um filho no meio de tanto caos e perigo?! Isso me assusta! Eu não tenho que me preocupar agora só com você, mas com uma criança também! Você sabe se defender, mas e um bebê? Ele não tem noção de nada, não vê maldade, eu tenho... medo de que façam mal a ele... Entende? — Max chorava, sentado na beira da cama, cabisbaixo, com os pensamentos conturbados. Dejota chorava com a declaração de Max, e não conseguiu dizer nada de imediato, apenas se aproximou, o abraçando, fazendo com que a cabeça de Max repousasse em sua barriga.

— Eu não vou permitir que machuquem nosso filho, Max. Eu darei minha vida por ele e por você também. Aconteceu, agora não podemos lamentar. Não é uma notícia ruim, só veio... em uma hora errada. — Max apenas balançou a cabeça, erguendo os braços vagarosamente e abraçando a cintura do garoto, beijando a barriga de Dejota, que soltou um sorriso com o gesto.

— Eu amo você, Dejota... E o medo de te perder me fez perceber isso. — Max murmurou, ainda cabisbaixo, com a testa colada na barriga do marido. Dejota apenas afagava seus cabelos macios, querendo acalmá-lo e fazê-lo acreditar que tudo ficaria bem. — Agora com essa criança... tudo vai pesar ainda mais... — Dejota suspirou, puxando o rosto de Max para cima, o fazendo encará-lo.

— Amor, eu também tenho medo. Foi tudo muito rápido. Mas eu sei que vamos conseguir dá conta. Vamos acabar logo com essas pendências e dá uma vida particularmente segura para o nosso filho. Max, vamos ter uma criança, um bebê. Não tem o porquê de estarmos deprimidos. Temos que comemorar. Vamos ter a nossa própria família, e vamos dá a essa criança, o que nós dois não tivemos. — Murmurou, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Max mordeu o lábio inferior, soltando um longo suspiro.

— E se não conseguirmos? Se... acabarmos negligenciando essa criança? Se... agirmos como eles? — Dejota respirou fundo, sentando no colo do marido e o olhando profundamente.

— Você não vai torturar nosso filho, e eu não vou levá-lo a um laboratório maluco e torná-lo um esnobe submisso. — Disse, arrancando um curto riso de Max. — Vamos ser pais de verdade. Vamos dá amor, carinho e muita atenção para o nosso filho. Vamos ser os melhores pais do mundo, e não será o nosso passado que vai mudar isso. Tudo bem? — Max assentiu, sorrindo fraco. Dejota sorriu, enxugando as lágrimas do marido e o beijando docemente. — Eu amo você... Eu amo muito você, seu idiota! — Max riu, o abraçando mais forte e o jogando na cama, ficando por cima e beijando o garoto como se não houvesse o amanhã. — Max... — Dejota gemeu manhosamente, sentindo sua roupa ser arrancada do seu corpo com certa pressa.

— Vamos comemorar do nosso jeito... — Sussurrou, arrancando um sorriso safado de Dejota.

 — Sussurrou, arrancando um sorriso safado de Dejota

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— Eles vão... ter um filho? — Sarahy murmurou, não conseguindo ficar feliz pelo patrão ao saber da notícia tão inesperada. Ela chorava, baixinho, na cozinha, sabendo que o melhor era ir embora e abandonar de vez aquele amor platônico e que jamais será correspondido, mas como teria coragem para deixar Dejota? Ela prometeu a si mesma que aceitaria o fato de ficar somente ao lado de seu patrão e nada mais que isso. Não iria e nem poderia exigir nada.

— Hey, menina. Tudo bem? — Sarahy pulou de susto, se levantando e vendo o homem estranho à sua frente.

— Q-quem é você? Como entrou aqui? — Questionou, assustada, pensando ser mais um dos homens de Bento.

— Ah! Tanto tempo trancafiado em meu laboratório que esqueço da boa e velha educação, ainda mais com uma mulher tão bonita e delicada. Prazer, Friederich Mackenzie. Tudo bem? Eu te vi chorando quando entrei. — Questionou, sorrindo atenciosamente. A menina ficou envergonhada, secando as lágrimas com o avental.

— Não, não! Está tudo bem...

— Certo. Se não quer me dizer, não precisa fingir que está bem. Aliás, o Dejota está? Preciso falar com ele.

— Hm... está, mas acho que não vai poder vê-lo. — Comentou, cabisbaixa.

— E por que não?

— Ele... está no quarto... com o marido. — Falou, sentindo suas bochechas esquentarem ao tentar explicar o motivo. Friederich riu, assentindo.

— Claro... essa juventude! Eles que estão certos. Devem aproveitar o máximo possível. Depois de velho, sexo é o que menos tem. — Comentou, risonho, se servindo com um copo com água. — E você, menina? Namora?

— Hm... não, senhor.

— Ora! Não me chame de senhor. Já sou velho o bastante, não fique querendo aumentar minha idade. Ainda aceito o doutor, já que isso me faz sentir bem mais importante. — Comentou, rindo.

— O senhor não aparente ser velho, apenas maduro... — Sarahy comentou, sem pensar. Friederich sorriu graciosamente, a deixando sem jeito.

— Você é um doce, menina. Como se chama?

— Sarahy.

— É um lindo nome. Quantos anos têm?

— 23. — Friederich demonstrou surpresa.

— Sério?! Imaginei uns 16, ou 17.

— Ouço muito isso...

— Não fiqre chateada. É uma coisa boa. Muito boa. Nunca perca sua essência. A idade está na mente, não no corpo. Eu preciso ir, mas... quero te avisar uma coisa, menina. — Sarahy ergueu o olhar, o encarando.

— O quê?

— Você é um doce. Gostei da nossa conversa, por mais que tenha sido vaga. Agora posso vir aqui arrumando o pretexto para ver Dejota, quando na real eu quero ver você. Se cuida, doce menina. — Comentou, lançando seu belo sorriso e saindo dali, deixando Sarahy vermelha de tanta vergonha, porém, feliz por ter sido elogiada por alguém.

Era um sentimento tão... diferente.

MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora