BÔNUS - Isaac & Yuri

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Isaac

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Isaac

Respiro fundo, caminhando pelo cemitério e avistando o túmulo do meu pai. Fazia muito tempo desde que tudo aconteceu, e até então eu nunca tinha vindo o visitar. Eu tinha medo. Confesso. Tinha medo de ter alguma recaída e acabar desabando. Tinha medo de que os pesadelos voltassem. É como se ele ainda estivesse vivo, mas só na minha cabeça.

Me ajoelho em frente ao seu túmulo, colocando as rosas brancas sobre ele. Meu peito sofreu um leve aperto ao estar ali.

— Quando soube da sua morte, eu não tive reação, eu não me importei, e quase comemorei em um bar qualquer por você ter finalmente ido embora da minha vida. Eu já imaginava que isso ia acontecer. E sei que você morreu de uma forma dolorosa, e vindo de Max, eu não espero menos que isso. — Suspiro, fazendo uma pausa, na tentativa falha de ser forte. — Eu sei que você nunca me amou, de nenhuma forma. Nunca recebi um abraço seu, nunca recebi um sorriso sincero, mas eu... eu sempre amei você. Mesmo quando me batia, quando me violentava, quando... dizia que eu era um lixo, que queria me ver morto... Foi doloroso cada palavra, cada dia que eu passava com você. Mas eu continuei te amando, porque apesar de tudo você continua sendo meu pai, e isso é imutável. Depois que você foi embora... tudo mudou, sabe? Eu me sinto em paz. Eu estou... feliz. E, sabe, acabei de me formar em Engenharia Mecânica. E talvez eu inicie arquitetura ou não sei. Alguma coisa bem legal e irada, sabe? Me sinto muito inteligente quando alguém me pergunta sobre minha faculdade e as pessoas formam um O na boca. É engraçado e gratificante. Talvez se você tivesse vivo eu nunca soubesse o que seria estudar novamente. Eu nunca saberia o que era amar de verdade, e principalmente, ser amado. Você foi um péssimo pai, mas eu te perdoo. Não vou viver dominado pelo rancor o resto da minha vida. Sei que você adoraria que isso acontecesse, mas eu não vou mais fazer suas vontades. E certamente, serei alguém melhor do que você foi.

— Papai!!! — Ouço Belinha gritar. Olho para trás, vendo minha pequena de 2 anos correndo em minha direção ao conseguir se soltar da mão de Yuri, meu gostoso namorado. Era uma linda menina qre resolvemos adotar. Pele negra, olhos claros e maravilhosos cabelos afros. Eu me apaixonei assim que a vi sozinha no balanço do orfanato.

Abro os braços, a recebendo calorosamente.

— Eita! Que abraço gostoso é esse?! — A encho de beijos, enquanto ela era banhada por uma crise de risos que sempre me fazia ri junto.

— Amor, está tudo bem? — Yuri questionou, doce e protetor como era. Suspirei, assentindo.

— Estou muito bem, meu japonês. — Falo, me levantando e o beijando docemente. Paramos o beijo ao ouvir um clic. Olho para Belinha, que sorria travessa, com o celular em mãos. 2 anos e essa menina já está pegada nesse aparelho. Culpa do Yuri que vive mimando ela. Por isso eu sempre saio como o pai malvado.

— Ei! O que está fazendo, coisinha? — Yuri questionou, sorrindo.

— Tirando foto dos meus papais para mostrar aos meus coleguinhas da sala de aula, que não acreditam que eu tenho dois papais. — Diz, com um biquinho formado. Yuri e eu nos entreolhamos, sorrindo.

— Certo, agora esquece isso, e vamos comer em alguma lanchonete! — Exclamo, pegando o celular das suas mãos e a erguendo nos braços.

— Amor, lanchonete? Numa hora dessas? — Yuri resmungou, já que ainda era de manhã.

— Quem é o pai malvado agora? — Brinco, lhe roubando um selinho e seguindo na frente, brincando com Belinha, que ria das besteiras que eu fazia. Criança é tão simples de agradar, diferentemente dos adultos.

Certamente, serei um pai melhor do que você, Vitor.

No final das contas, éramos a família perfeita: um japonês, um canadense e uma africana. E se nossa origem é diferente? Tudo bem, não importa. Nosso amor é igual.

E ninguém tem nada haver com isso!

MAX - O Mundo é Nosso (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora