Capítulo 3

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Eram 3 horas da tarde quando uma Land Rover preta estacionou na frente da casa. Nós duas ainda estávamos na calçada sem coragem de entrar novamente no imóvel. Uma mulher de cabelos ruivos saiu do carro, vindo em nossa direção.

- Sam, me desculpe a demora. Está muito trânsito para vir para cá- Denise deu um abraço abertado em minha mãe. As duas eram da mesma altura e aparentavam a mesma idade. Ela se virou para mim- Você deve ser Clarissa, certo?

- Pode me chamar de Clary- Retribui o abraço que me dera. Eu estava encantada com sua beleza; sua pele era clara, tornando seus cabelos ruivos e olhos verdes um grande destaque, e sua postura trazia um ar de inteligência e poder.

- Venham, vou ajudar a colocar a mala no carro-  Abriu o porta malas do veículo. Colocamos as coisas no carro, e me sentei no banco de trás logo em seguida.

- Me desculpe por tudo isso- Minha mãe se desculpou, claramente incomodada com toda a situação.

-Sam, não foi sua culpa. Se quer saber, estou feliz em receber você e Clary na minha casa- Denise deu partida e alguns minutos depois estavamos entre os outros carros no trânsito caótico da cidade.

-Muito obrigada, por tudo- Disse a olhando pelo retrovisor, me sentindo tão grata aos céus por te-la colocado em nosso caminho e salvado meu sonho da completa ruína.

-Imagina. Aliás, você vai estudar no Institute Military of New York, não é?

-Sim- Respondi animada.

-Meu filho também estuda lá. Pode pegar uma carona com ele todos os dias se quiser.- Falou piscando para mim, e retribuo com um sorriso. Ela era incrível!

- O que ele faz?- Minha curiosidade era maior que a vergonha ao perguntar. Seria ainda mais perfeito se ele cursasse enfermagem.

- Ele esta no penúltimo ano de medicina- Respondeu orgulhosa, como toda mãe faria. Bom, não era o mesmo curso, mais ainda estudariamos no mesmo prédio. Ela se voltou para minha mãe e as duas começaram a conversar, colocando as fofocas em dia, como duas adolescentes.

Coloquei meu fone de ouvido, esperando chegar ao nosso destino.

-Bem vindas ao meu lar, meninas.-Denise estaciona em frente a uma casa, enorme, branca.

O segundo andar da casa era completamente avarandada, com janelas de vidro do chão ao teto dando acesso aos quartos, e na entrada havia uma grande porta de madeira, me deixando encantada. A casa também era cercada por um jardim bem cuidado, aonde, do lado esquerdo, uma fonte d'água estava ligada.

-Uau!- Saio do carro, ainda admirada com as grandes vigas do lado de fora da casa e com os mínimos detalhes cuidadosamente arquitetados. Era maravilhosa.

- Até que enfim chegaram- Um homem de meia idade com alguns cabelos grisalhos falou, me acordando do transe que a enorme mansão me causara. Ele ajudou minha mãe com sua mala, enquanto eu pegava a minha.

- A quanto tempo não te vejo, Clark - Minha mãe agradeceu o homem com um aceno.

- É um prazer te reencontrar novamente também, Sam- Falou e se virou para mim logo em seguida.- Uau, você tem os olhos do seu pai.

- É o que minha mãe vive dizendo- Sorri simpática. Estendi minha mão para cumprimenta-lo.- É um prazer Sr. Clark.

-Pode me chamar de Esteven,..- Apertou minha mão, deixando uma pergunta no ar.

- Clarissa, mas pode me chamar de Clary- Senti minhas bochechas esquentarem. Garota tola.

Esteven Clark era cirurgião, pelo o que ouvia minha mãe dizer enquanto éramos conduzidas para dentro da casa. Ele estudava com meu pai e conhecera Denise também na época do Instituto.

A bela mulher nos levou para o andar de cima e nos mostrou nossos quartos. A casa possuia 6 quartos no total, então minha mãe e eu ficaríamos em quartos separados. Todo o trajeto percorrido tentava fixar na minha mente, pois a casa parecia um verdadeiro labirinto.

- Vou deixar as duas se ajeitarem e se arrumarem para o jantar- Denise se retirou junto com Esteven, nos deixando a sós.

-Vou arrumar as coisas e tomar um banho- Também saio do quarto da minha mãe, indo para o meu.

O quarto era todo mobilhado com móveis de madeira escura e as paredes pintadas de branco. Minha cama ficava perto da porta de vidro que ia do chão ao teto, aonde poderia contemplar o céu pela grande varanda ainda deitada, enquanto um guarda-roupa ficava próximo a porta do banheiro.

Decido tomar um banho primeiro, me sentindo suja tanto de cocô de rato, quanto de pó, antes de arrumar meus pertences.

Peguei minha toalha e entrei debaixo do chuveiro. Sentindo a água escorrer por sobre meu corpo, fazendo meus músculos, que eu se quer tinha percebido tensos, relaxarem, sorri contente.

Eu estava tão feliz!

Denise parecia ser ótima e com certeza sua casa não estava repleta de ratos. Respirei fundo. Uma sensação de segurança, de paz, me invadiu. Minha mãe e eu estaríamos seguras ali. Meu sonho estaria seguro neste lugar.

O banho foi longo, mas valeu a pena, pois me sentia revigorada. Coloquei minha mala em cima da cama e a abri, procurando algo para vestir. Passando a mão sobre uma camisa, sinto algo se mexer dentro da mala.

Puxei uma regata preta para vestir, me deparando com uma bola de pelos maior do que as que tinha visto mais cedo.

- Cristo!- Gritei horrorizada. O rato saiu para fora da mala, andando na minha cama completamente desesperado. Sem pensar muito, sai correndo do quarto, virei para entrar no corredor e bati em algo duro. Ou melhor, alguém.

Olhei para cima e vi um garoto de olhos  esverdeados, como os de Denise, arregalados. Sobre seu olhar curioso, percebi que estava apenas de toalha e recuei um passo, envergonhada da minha situação.

- Hohou.. Não se vê isso todo dia- Ele falou e sorri, mostrando suas covinhas. O garoto a minha frente era realmente muito bonito.

- Sinto muito-  Minhas bochechas coraram fortemente. Ele era alguns centímetros maior, magro e tinha os cabelos castanhos. Percebi um silêncio constrangedor entre nós se instalar enquanto nos mediamos dos pés a cabeça e me lembrei do rato em meu quarto. Limpei a garganta, tentando recuperar minha voz. - Pode me ajudar?

- O que um cavaleiro não faria por uma donzela em perigo?- Em seus lábios surgiu um sorriso travesso. O guiei ate a entrada do cômodo, e ele me olhou confuso.

- Há um rato neste quarto- Expliquei, com a voz falha. Argh. O garoto então desceu para o andar de baixo e segundos depois voltou acompanhado de outro homem carregando uma vassoura. Eles caçaram o rato e rapidamente o mataram. Suspirei aliviada assim que o homem, Darcy, levou o animal embora.

- Acho melhor você se trocar- O menino falou rindo apontando pra mim, especificamente para a toalha enrolada em meu corpo. Corei totalmente envergonhada.

-Certo. A quem devo agradecer pelo favor?

- Daniel Clark, a seu dispor.

*                                 *                                  *

Huum, como eu amo esse mininu!! Kkkk

Até o próximo ;)

Guerra E AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora