Capítulo 50

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                                                                           ♤

Antes de descermos para almoçar, Victória contou sobre como Daniel havia sido companheiro naqueles dias. Ela também nunca tinha pensado em Dani como qualquer outra coisa se não como um amigo mal humorado, que vivia enchendo seu saco. Entretanto, um dia, tudo mudou. Ela tinha acabado de ter uma de suas crises, achando que Natanael estava a seguindo no Instituto, quando Daniel a achou e cuidou dela. Ninguém nunca tinha sido tão amável ou sincero com ela, como meu amigo tinha sido. A parir dali, Daniel mudou aos olhos de Victória.

Ela tinha pedido para que ele guardasse segredo sobre tudo, e assim ele fez. Victória não esperava, afinal, Daniel e eu éramos muito próximos, mas no fundo, ela deveria saber que ele faria isso. Dani era um ótimo amigo, e, quando necessário, sua boca se tornava um túmulo.

Vicky se apaixonou e quando menos
esperava, ele a beijou. Ao nos ver juntos no hospital, Victória ficou arrasada, achando que nós dois estávamos nos declarando romanticamente e que Daniel ainda gostava de mim, diferente do que ela vinha pensando, já que ele havia a beijado.

Graças aos céus ele foi atrás dela!

Daniel se explicou e acabou alegando finalmente que a amava.

-Naquele momento, ele fez meu coração transbordar- Colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, com a bochecha corada.

Dava para ver como ela estava envergonhada ao expressar tanto seus sentimentos em palavras para outra pessoa, quando na verdade, Victória era muito reservada sobre isso. Via como ela estava se esforçando, pois, além de eu ser sua única amiga verdadeira, Vicky queria muito compartilhar sobre os dois com alguém.

Minha mãe me gritou la de baixo, e descemos.

- Onde estava?- Jacob envolveu minha cintura com seus braços quando chegamos ao primeiro andar, me puxando para si. Ele cumprimentou Vicky com um gesto de cabeça, e minha amiga nos deixou a sós.- Está tudo bem?

- Melhor impossível- Fiz um carinho em seu cabelo negro, adorando sua maciez.

Olhei em seus olhos azuis, me lembrando quantas emoções controversas já tinha visto neles. Nós já havíamos passado tantas coisas, tantos momentos intensos e, até mesmo, conturbados. 

- Eu te amo.

- Também te amo, gatinha- Beijou a ponta do meu nariz, me fazendo sorrir.

Se eu pudesse definir aquele momento família em uma única palavra, seria mágico. Todos estavam felizes, alegres por estarem reunidos e por minha volta para casa. Nós comemos até dizer chega, nos deleitando com o banquete feito por minha mãe, Denise e Jane, e jogamos fora horas de conversa fiada.

Enquanto lavava a louça, com Jack me ajudando, vi o sol se pondo e abaixo do céu, que se transformava naquele magnífico arco-íris das cores laranja, vermelho e azul, Daniel e Victória abraçados e conversando apaixonadamente.

No início da noite, todos se despediram, menos Jacob.

- Eu sei que parece estranho, até porque já está de noite e provavelmente frio la fora, mas estou com vontade de fazer uma caminhada- Disse brincando com meus dedos, sem me olhar nos olhos. Seu braço estava por sobre meus ombros, e minha costa apoiada em seu peito. O olhei, curiosa. - Topa?

-Claro- Me levantei do sofá, animada com sua ideia.

Iria ser bom passar alguns minutos ao seu lado enquanto caminhávamos por entre as ruas, de baixo daquele céu escuro.

- Só vou pegar um casaco.

Nós saímos porta a fora, e pude sentir o vento frio bater em meus cabelos, o bagunçando. Em poucos segundos a ponta do meu nariz ficou vermelha e gelada.

- Vem. Eu te esquento- Jack me puxou para perto de si, circulando minha cintura com seus braços fortes. Nós andamos alguns minutos em silêncio, cada um voltado para os próprios pensamentos.

O céu estava estrelado, com apenas  algumas nuvens encobrindo a lua cheia em todo seu esplendor. Eu adorava admira-lo. Como com corrida, olhar para o céu, principalmente quando sua cor azul claro estava por todos os lados, me trazia paz, tranquila.

Porque me lembrava ele...

Seus olhos, azuis como o céu. Foi o que pensei quando o vi pela primeira vez. Olhei de canto para Jack, vendo-o distraído. Analisei seu maxilar bem definido, seus cabelos bagunçados. Eu nunca me cansaria de admirar não só sua beleza, como também seu jeito, seu caráter. Sentia que poderia olha-lo por um milhão de anos e não seria suficiente.

- No que esta pensando?- Me olhou curioso, e sorri.

- Em você, e em como, estranhamente, gosto de olhar para o céu- Minha resposta fez ele rir, aquecendo-me por dentro. Nós nos aproximamos de um parque do bairro e nos sentamos nos balanços um do lado do outro.- E você?

- Já te contei como foi quando perdemos minha mãe?- Sua voz saiu rouca, e percebi uma fumacinha saindo junto com seu hálito por causa do frio.

- Não- Olhei para ele, não entendo aonde queria chegar com aquela pergunta. Jacob respirou fundo,  parecendo organizar em sua cabeça como iria dizer as próximas palavras

- Jane e eu vimos nossa mãe definhar aos poucos na cama. A cada dia, ela ficava mais fraca e magra. Sempre que a olhava, uma cicatriz profunda parecia  surgir no meu coração.- Ele olhou para o céu, perdido nas lembranças do passado que tanto o machucava.

Eu tinha muito orgulho dele por ter se permitido perdoar seu pai por tudo o que Ash tinha feito no passado. Sabia como era difícil para Jacob todas as lembranças sobre seus pais, mas, mesmo assim, ele tinha o perdoado e aberto as portas da casa para Ashton.

- O que eu quero dizer, Clary, é que meu coração se quebrava aos poucos com minha mãe, mas quando me contaram sobre o acidente, e eu a vi desacordada na maca, veio tudo de uma vez. - Sua voz vacilou. O olhei, vendo como estava aflito mas, ao mesmo tempo, aliviado por me ter ao seu lado. Peguei em sua mão, entrelaçando nossos dedos.-  Meu coração parecia que ia explodir e me sufocar. Eu sabia que não conseguiria seguir em frente se eu a perdesse.

-Jack...

- Se eu te perdesse, e nunca mais pudesse olhar esses seus olhos verdes tão intensos e inocentes, ou sentir sua pele macia contra a minha minha, eu... uma parte de mim iria morrer junto com você- Me sentei em seu colo, passando os braços em volta do seu pescoço e o abraçando. 

Senti seu perfume invadir minhas narinas e me senti em casa. Ele encostou sua cabeça em meu ombro, e pude sentir seu coração batendo forte.

Eu o amava.

Eu sempre desejei encontrar um amor em que todas as células do meu corpo gritassem e ansiasse por aquilo, por alguém. E eu havia encontrado isso com Jack.

Eu me sentia sortudo por te-lo encontrado, e sentia que poderia enfrentar tudo o que tínhamos passado, todas as brigas e momentos ruins, novamente sem pensar duas vezes, pois no fim, estaríamos juntos como agora. Tudo tinha contado para que assim nosso amor fosse construído forte e sólido.

Eu me via com ele para o resto da minha vida. Me via em um lar, com nossos filhos correndo entre os cômodos e Jack brincando com eles no quintal atrás da nossa casa. Era nele quem pensava quando ia dormir, e era nos braços dele que sempre queria estar.

- Eu te amo- Susurrei em seus ouvidos, desejando ter algo mais profundo para dizer que expressasse o tamanho do meu amor.

- Eu amo mais- Fez carinho em meus cabelos, cheirando-os e se aproximando de mim, trazendo seu calor para mais perto.

Ele selou nossos lábios em um beijo apaixonado.

*                                 *                                  *

Lindos *-* !!! Hahaha

Aiai...

Esses tempos de calmaria...

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Até segunda!!

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