Capítulo 17

68 6 0
                                    

Ao chegar em casa, fui direto para as escadas, em direção ao segundo andar. Eu só queria tomar um banho e me deitar, nada mais. Parei no meio do caminho ao ver Steve saindo do quarto da minha mãe com os lábios em uma linha reta, tenso.

- O que houve?- Me aproximei dele em poucos passos, começando a me preocupar com o que tinha do outro lado da porta.

- Sua mãe desmaiou enquanto trabalhava hoje. Ela esta muito fraca- Steve explicou me olhando dos pés a cabeça. Podia ver preocupação em seus olhos escuros ao terminar de me analisar. - E você não parece muito distante do estado dela, Clary.

- O que ela tem?- Caminhei em direção a porta, ignorando seu comentário sobre mim, já colocando a mão na maçaneta.

- Uma gripe forte pegou ela- Ele explicou procurando meu rosto, mas apenas assenti sem olha-lo, não querendo que ele se preocupasse comigo também.

Entrei no quarto de Samanta com medo do nível da gravidade que seria aquela gripe. As luzes do quarto estavam apagadas, apenas o abajur ao seu lado iluminava o ambiente. Me aproximei dela com passos silenciosos.

- Mãe?!

Ela abriu os olhos lentamente, parecendo não ter forças nem para esse pequeno movimento. Minha mãe estava pálida, parecendo uma boneca de porcelana.

- Clary, você esta toda suja- Encontrou forças para dizer com a voz meio falha. Ri fraco por ter sido a primeira coisa que ela notara em mim. Bem típico dela. Peguei em sua mão quente.

- Você esta morrendo de febre- Coloquei minha mão em sua testa, sentindo sua temperatura elevada.

- Steve já me medicou, não se preocupe.

Samanta Maclain, sempre tentando ser forte para sua filha.

-Vou tomar um banho e já venho para cuidar de você- Disse e em seguida sai de seu quarto.

Meu banho foi breve mesmo não sendo isso que tinha em mente quando chegara em casa. Saí debaixo do chuveiro com meus músculos reclamando. Assim que terminei, voltei para perto de minha mãe.

Eu passei a noite cuidando dela como uma verdadeira enfermeira faria, sempre preocupada com a falta de melhora. Não consegui dormir direito, pois sempre que caia no sono, minha mãe me acordava falando enquanto dormia ou espirrando. Acordei no outro dia com Denise entrando no quarto.

- Bom dia- Falou me entregando uma xícara de café. - Vá se trocar. Você precisa ir para o Instituto.

- Tem certeza?- Perguntei um pouco sonolenta, olhando para minha mãe deitada ao meu lado em um sono leve. Me levantei da cama, sentindo meu corpo pesar mais que o normal.

-Eu já sou formada a alguns bons anos. Você ainda tem que correr atrás do seu diploma, então vá- Piscou pra mim.

Concordei com a cabeça. Dei um beijo em minha mãe antes de sair do quarto e me troquei rapidamente com Daniel batendo na porta. Ele me apressou tanto que no meio do caminho para o IMNY percebi que tinha esquecido meu celular em cima da cama.

- Eu sinto muito- Daniel murmurou assim que estacionou, parecendo realmente culpado por sempre estar me apressando.

Desci brava do carro, batendo a porta e não o esperando. Sabia que aquilo estava sendo mesquinho da minha parte, mas eu estava exausta. Se já não bastasse o treino, ainda tinha a detenção. Com minha mãe doente, tudo piorou.

Eu estava sobrecarregada, até mesmo as pequenas coisas me incomodavam, me estressavam. Daniel não tinha culpa por eu ter esquecido o celular, mas aquilo me irritou e eu nem sabia explicar o porque. Não era como se eu vivesse grudada naquele aparelho idiota. 

Guerra E AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora