Capítulo 56

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Abri os olhos lentamente, me acostumando com a claridade do quarto aos poucos. Olhei para o lado, vendo a cama da minha já vazia e perfeitamente arrumada. Eu podia ouvir as vozes animadas vindo do andar de baixo, junto com o barulho das panelas e do piso de madeira estalando quando alguém passava em frente a porta do quarto.

Rolei na cama, fitando o teto branco. O natal havia passado, e dali uns dias estaríamos voltando para Nova York, para nossa rotina. Era horrivelmente estranho pensar nos dias futuros sem ter Jacob ao meu lado, mesmo o vendo o tempo todo.

Eu tinha certeza que o veria nos corredores do QG, no refeitório, ou em qualquer outro lugar do Instituto, e era perturbador a ideia de que teria que ignora-lo. No fim, eu sabia que seria a escolha certa. Seria ainda mais difícil encara-lo com Linda ao seu lado, se dessa vez eles estivessem escolhido ficar de vez.

Ele havia me traído.

Pensar estas palavras já não me doíam tanto quanto nos primeiros dias, pois a ficha já tinha caído e estava mais conformada com tudo o que havia acontecido. Ele não me amava, e todos os momentos, mesmo reais, não passaram disso para ele, momentos. Jacob não havia apenas me traído, mas também me usado para atingir Daniel, o que tornava tudo ainda pior.

Mas era hora de seguir em frente.

Eu já tinha me apaixonado, me entregado a ele e o visto me traindo, duas vezes. Isso era passado. E como diria Victória: "quem vive no passado é museu".

Me levantei da cama determinada a esquecer Jacob. Repeti para mim que tudo voltaria a ser como era antes dele varias e varias vezes. Seria apenas Daniel e Victória, e era mais do que suficiente.

Os dois sempre ficaram ao meu lado, me dando conselhos, me alertando, principalmente sobre Jack, e tinha certeza que, mesmo agora como um casal, não seria diferente.

Tomei um banho relaxante, coloquei uma roupa de frio e desci as escadas animada. Fiquei surpresa ao ver todos reunidos na sala de estar, em volta da TV ligada.

Minha visão caiu diretamente no visor, que exibia a cena de uma bomba causando um grande estrago em uma cidade e logo em seguida a cena mudou para centenas de soldados americanos desembarcando em uma praia.

A reconheci imediatamente.

Li o enunciado, não acreditando nos meus olhos. Não...

- Meu Deus- Ouvi a mãe de Rose balbuciar antes de cobrir a boca com a mão trêmula para não gritar. Seus olhos se encheram de água rapidamente e logo as lágrimas começaram a cair, em desespero.

Voltei minha visão novamente para a TV, vendo a repórter falar sem realmente a ouvi-la. Meus ouvidos começaram a zunir, e me apoiei em algum móvel da sala para não deixar que minhas pernas cedessem de vez.

Nós estávamos em guerra.

Os Estados Unidos havia declarado guerra oficialmente contra Aslan mais uma vez. As tropas americanas já estavam em solo estrangeiro, armadas até os dentes e pronta para o ataque.

- Se acalme- Ouvi alguém dizer ao longe enquanto meu mundo desabava de uma hora para a outra.

Tentei respirar fundo, mas o bolo de emoções entalado em minha garganta me impedia e tornava a tarefa difícil, não deixando o ar chegar em meus pulmões.

O celular em meu bolso apitando foi o que me tirou do transe.

" Você recebeu um email de Institute Military of New York"

Li a notificação e senti meu sangue gelar, me imobilizando no lugar que estava. Abri o email, lendo as rápidas palavras de uma intimação para todos os alunos do Instituto.

Nós deveríamos estar presentes no próximo dia, vestidos formalmente com nossa farda, obrigatoriamente.

Engoli em seco. Nós ainda tínhamos alguns dias de férias antes de voltar as aulas.

Então, o que isso significava?

Fechei os olhos, a sensação de que na verdade nada seria como antes me preenchendo. Algo estava acontecendo em Nova York, algo muito ruim.

Disquei o número de Victória, e ela me atendeu no segundo toque.

- Clary!- Sua voz era falha, parecia que andara chorando, e eu soube imediatamente que minha suposição estava certa.

- O que esta acontecendo, Vicky?- Minha voz saiu desesperada e alta, chamando a atenção de minha mãe. Eu queria gritar, mas me controlei.

Tudo parecia estar desmoronando bem na minha frente.

Os Institutos foram criados para melhorar o exército. Agora estávamos em guerra, e eu havia recebido uma intimação para estar presente amanhã no Instituto. O que isso ... Céus!

- Eu não posso te falar isso por ligação, Clary- Ela respirou fundo, e comecei a tremer dos pés a cabeça de nervosismo. Puxei meus cabelos, tentando me acalmar, até sentir as raízes doendo. - Apenas volte para cá, e você saberá de tudo...

*                                    *                              *

Eu acho que ninguém esperava por isso, não é mesmo?!

Para falar a verdade, desde o início, quando comecei a escrever GeA, pensei que seria dessa forma na parte final da história ashuashua

Até segunda, e não esqueçam de votar!!

Guerra E AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora