Capítulo 67

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6 meses depois...

Olhei pela janela, vendo as nuvens que encobriam o céu e as casas minúsculas vistas de cima.

Respirei fundo, tentando controlar o nervosismo e a ansiedade que me corroiam por dentro. Minhas mãos tremiam, e fechei o punho, tentando parar com aquilo.

Se acalme, Jacob!

Merda.

Voltei a olhar para a visão que o vôo me proporcionava, tentando pensar em outra coisa que não a que estava prestes a fazer. Eu precisava me acalmar, ou teria um ataque cardíaco ali mesmo.

De todos os momentos, aquele era o que eu não poderia mesmo morrer.

As lembranças da minha família, de Clary e Daniel, me veio a mente, e quis muito estar ao lado de todos o quanto antes.

Três horas!

-Você está bem?- O soldado ao meu lado me olhou preocupado, vendo como estava suando e tremendo. Eu não o conhecia, não conhecia ninguém daqueles soldados que compunha toda a tripulação.

- Só estou agoniado- Dei de ombros, fingindo despreocupação. Ele assentiu, voltando a olhar para frente e também se perder em meio a memórias.

As horas passaram em câmera lenta, mas quando o avião pousou, toda a espera havia valido a pena. Peguei minha mala, e saí do aeroporto em passos largos, com medo de que se demorasse alguns segundos a mais, tudo não passasse de um sonho no qual eu iria ser acordado.

Respirei fundo o ar poluído de Nova York, meu peito vibrando com a alegria de finalmente estar em casa.

Não havia ninguém ali para me pegar, ou me recepcionar, mas tudo por uma decisão minha. Não havia mandado mais cartas para ninguém, e nem anunciado minha volta.

Depois de 7 meses em alto mar, era bom poder estar em terra firme.

Graças aos céus, o estado de Aslan e dos Estados Unidos foram sensatos, decidindo acabar com aquela matança desnecessária. Os governantes se sentaram a mesa, discutiram e enfim entraram em um acordo.

Depois de anos!

Quem dera todas as guerras do mundo fossem resolvidas de uma forma tão simples e sábia, usufruindo de algo tão importante como o diálogo.

Aos poucos, os soldados estavam sendo mandados para casa. Como trabalhava nos aviões, a primeira coisa a ser suspensa, tive sorte de ser um dos primeiros a retornar para casa.

Nem todos tiveram a mesma sorte, pensei amargamente, estendendo o braço e chamando um táxi.

Antes de ir para a casa de Jane, rever minha família, eu havia um compromisso.

Disse ao motorista o endereço, e em poucos minutos nós estávamos na frente de uma casa azul, bem cuidada. Apertei a campainha, e uma mulher de cabelos loiros abriu a porta. Ela passou os olhos lentamente por minha farda, e pude ver o ponto de interrogação em sua face.

Não era a primeira vez que um soldado tinha batido a sua porta, mas, diferente do primeiro, esperava lhe trazer conforto de alguma forma.

- Jacob- Ela se apoiou no batente da porta, os olhos começando a marejar.- Ele falava muito de você nas cartas.

Olhei para a Sra. Miller a minha frente, e desejei por um momento que fosse Dylan ali, indo reencontrar sua esposa e seus filhos.

-Antes de falecer, ele me pediu para te entregar isso.- Estendi a ela uma caixa de madeira cujo conteúdo era desconhecido para mim. E não importava.

Guerra E AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora