Capítulo 52

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- Tudo certo para amanha, então?- Ouvi a voz de Rose do outro lado da linha, ansiosa. Sorri, contente por estarmos compartilhando do mesmo sentimento.

- É claro que sim- Sai do meu quarto, descendo as escadas praticamente pulando de alegria.- Não vejo a hora de ver vocês. Estou morrendo de saudades.

- Nós também estamos sentindo muito a sua falta- Rose respirou fundo do outro lado.

Eu e minha mãe iriamos pegar um voo para Atlanta no dia seguinte pela manhã. Ficariamos 1 semana por la, para comemorar o natal com a família de Rose e visitar os velhos amigos de Samanta nesses dias festivos. Eu estava mais do que empolgada!

Fazia meses que não via Rose e Luke, e estava morrendo de saudades daqueles dois patetas mais do que nunca. O Instituto daria 2 semanas de recesso nesses ultimos dias do ano, fazendo com que a empolgação por poder ve-los no dia seguinte me preenchesse completamente.

Ouvi a buzina do carro de Jacob, me trazendo de volta para o presente.

- Tenho que ir, Rose. Minha carona chegou- Ri com seu protesto do outro lado da linha que mais parecia um gato grunhindo. - Até amanhã.

- Até.

Coloquei o celular na bolsa e sai porta a fora. Fui de encontro ao carro, sentindo o vento gelado bater em meu rosto e bagunçar meus cabelos. Me encolhi em meu casaco grosso, apressando meus passos.

Faltavam apenas alguns dias para o natal e a neve estranhamente já cobria as ruas de Nova York. As árvores estavam decoradas com luzes piscantes, enquanto as casas alternavam entre os pisca piscas, renas e os vários bonecos do Papai Noel. Era lindo!

Jack encostou seus lábios nos meus em um gesto rápido, antes que voltasse sua atenção para a rua praticamente vazia. Percebi sua mandíbula travada, seus músculos, mesmo debaixo de camadas de roupas, tensos, e seus olhos vazios.

- Tudo bem?- Perguntei com cautela, com medo da resposta.

Ele parecia perdido em seus pensamentos, muito longe para que eu o alcançasse. Abri a boca para perguntar novamente, achando que Jacob não tinha me ouvido, já que um longo minuto havia passado antes que me respondesse.

- Sim e você?- Tirou seus olhos da estrada por um segundo para me olhar de canto. Ele parecia estar no automático, estranho. Alguma coisa estava acontecendo, mas ele não queria me contar.

Olhei para ele mais uma vez, analisando-o milimetricamente. Algo estava realmente errado. Os nós de seus dedos estavam brancos tamanha a força que apertava o volante. Abaixo de seus lindos olhos azuis, agora perturbados, haviam grandes olheiras, o que significava que não havia dormido bem a noite, ou nada.

A ponta de seu nariz estava vermelho e parecia que havia chorado por horas, mas me contentei que era apenas o inverno rigoroso que causara a vermelhidão. Pensei em estender minha mão até ele, tentar conforta-lo, para que soubesse que estaria ao seu lado para o que viesse, mas algo em sua postura me impediu.

- Eu estou bem- Balbuciei, virando minha atenção para a cidade que brilhava nas cores verde e vermelho. Eu confiava nele para ter certeza de que ele não me esconderia algo importante ou crucial.

Não devia ser nada de mais, afinal.

Tentei me convencer disso todo o trajeto, mas uma voz em minha cabeça me alertava dizendo que se não fosse algo importante, ele não teria perdido suas horas de sono, ou estaria tão tenso e com os pensamentos e a alma tão longe. Eu nunca tinha o visto daquela forma. Nem mesmo quando mantinha sua máscara de seriedade, com a expressão muito fria.

Guerra E AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora