Guerra E Amor

Capítulo 24

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No fim de semana minha mente disputava entre estudar e pensar no que havia acontecido sexta-feira. Não conseguia evitar o sorriso bobo que se formava em meus lábios quando pensava em Jacob, em sua boca colada na minha, ou em seu corpo tão próximo do meu.

Após me deixar em casa, encontrei uma Samanta Maclain cheia de indagações e desconfiança. Me senti horrível por ter mentido para ela, dando novamente a desculpa de estar com Victória, fazendo um trabalho para a aula. Eu não era de mentir, podia contar nos dedos todas as vezes que não falei a verdade para ela, mas sabia que ficaria furiosa se contasse o que realmente tinha acontecido.

Os meus pelos arrepiavam quando pensava nos dedos de Jack deslizando por minha costa e braços, até mesmo quando foi de encontro com minha barriga. Deitada antes de dormir no domingo, me peguei pensando o que teria acontecido se não tivesse o parado.

Quando o assunto era perder a virgindade, me sentia tensa. Eu já era uma tapada quando o assunto era relacionamento, imagina perder algo tão íntimo e importante. Novamente, meus únicos conhecimentos não passavam dos filmes e livros que lia. Mas, sempre que pensava sobre o assunto, eu desejava que fosse com alguém que compartilhasse um laço importante comigo, que me amasse. E, refletindo sobre o que sentia por Jacob, percebi que era mais uma relação de amor e ódio, atração e desejo.

Sheperd era arrogante, todos sabiam disso, com várias barreiras em volta de si, para ninguém se aproximar. Contudo, e sem querer, vi mais do que ele permitia aos outros verem. E percebi que ele não era o que demonstrava ser, o que foi um grande alívio. Jack parecia ter o dom de me tirar do sério, sempre com uma resposta na ponta da língua, mas quando se aproximava, ou me olhava com aqueles olhos azuis intensos, sentia meu mundo rodar e o chão de baixo dos meus pés sumirem. Era evidente que o garoto mexia comigo de uma forma que não sabia explicar.

Meu despertador tocou as 6, como sempre. Me arrumei, descendo para tomar café com a família reunida na mesa.

- Tudo bem?- Minha mãe perguntou quando me sentei ao seu lado. Assenti, me inclinando sobre a mesa para pegar algumas torradas.

- Como esta no Instituto, Clary?- Steve me olhou animado.- Daniel é um bom instrutor ?

- Um tanto quanto meia boca- Olhei de canto para Daniel, tentando segurar o riso, e vendo sua reação.

Ele me fuzilava com os olhos, e podia jurar ver fumaça saindo de suas orelhas. Dessa vez não consegui segurar e comecei a gargalhar junto ao resto da família. Não havia pessoa mais mal humorada que Daniel Clark pela manhã.

- Acho melhor medir suas palavras, se não vai ficar sem carona- Daniel levantou da cadeira, emburrado. Praticamente enfiei uma torrada inteira na boca, o que fez minha mãe murmurar do meu lado.

Quando chegamos no Instituto, descemos do carro juntos. Daniel andava apressado a minha frente.

-Ei- Peguei em seu braço, o parando. Ele olhou para baixo, evitando olhar em meus olhos. Percebi seus punhos fechados e a mandíbula travada.- Você realmente acreditou no que disse mais cedo?

- Claro que não. Sei que sou ótimo- Deu de ombros, finalmente levantando a cabeça e olhando em meus olhos. - Estou bravo com você porque parece não me ouvir nunca.

- Como?- O olhei confusa. Daniel cruzou os braços na frente do corpo, criando uma barreira entre nós dois. Me encarou com seus lindos olhos verdes escuros e a testa franzida.

- Me diz que aquele Troller parado em frente a minha casa não era do babaca do Jacob, Clary?!- Elevou a voz, me fazendo encolher por dentro, meu coração pararando de bater por um segundo.