Heaven | h.s |

Quinze

* só pra pedir os votinhos e comentários hihi *

● eu amoooo essa música da multimídia - canto horrores - ●

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Londres, 2018

Harry

Abri os olhos e senti minha cabeça latejar, como se fosse explodir. A porta do quarto estava aberta e consegui ver minha mãe arrumando a escrivaninha, mesmo que com os olhos meio fechados. Grunhi e ela suspirou.

- Parece que eu perdi meu filho de vez - ela jogou a meia dúzia de garrafas de cerveja no saco de lixo, e deu uma olhada na garrafa de úisque pela metade.

- Mãe...

- Harry, cala a boca. Olha isso aqui - ela apontou pra sacola e pra garrafa - Meu filho não bebia. Você fez uma cirurgia há quatro dias e com tantos remédios pra tomar, você bebe. Você apareceu bêbado no jantar que era pra ser especial pra sua irmã. Você humilhou a Rebecca, sabendo de tudo. Você fez por maldade. Meu filho não era cruel.

- Eu mudei muito, você não entenderia.

- Não mesmo. Você se tornou uma pessoa ruim. No começo de tudo eu dizia que isso não iria dar certo.

- Sério que nessa altura do campeonato você vem falar mal do meu trabalho ? Você vai deixar de me apoiar agora, mãe ? Aliás, que eu me lembre, você sempre me deu força.- perguntei incrédulo, e notei Dona Anne suspirar.

- Realmente Harry, eu dei forças. Mas você foi cabeça fraca demais para esse mundo - ela saiu do quarto carregando a sacola e fez questão de bater a porta. Me joguei de novo na cama e a porta foi aberta novamente. Gemma se sentou na ponta da cama e me cutucou.

- Harry, acorda - ela balançou minhas pernas.

- Você sabe que eu estou acordado. Que foi ?

- Eu só queria entender o motivo de você ter ficado com raiva por eu estar namorando o Nicholas.

- Eu só não gostei. Ele não é homem pra você - cobri os olhos com o braço, mas conhecendo minha irmã, com certeza ela fez cara feia.

- Você não gostou porque é mais um contato com a Becca. Ela rejeitou seu pedido de desculpas e você ficou com raiva porque vai precisar conviver com ela em alguns momentos e vai estar se corroendo de culpa por tudo.

- Eu não tenho culpa por ela ter sofrido bullying no ensino médio - me sentei na cama, encontrando minha irmã vestida em pijamas de donuts.

- Não mesmo. Mas o que você fez foi cruel. Uma coisa é você não ter culpa, outra é contribuir com isso. O que você fez ontem só te tornou igual aos outros.

- Eu tenho minhas próprias dores, não tem como me preocupar com as dores alheias - quando eu me tornei tão horrível ?

- Isso não te impede de pedir desculpas e ser gentil com ela. Vai te tornar um ser humano melhor, não com mais problemas - ela levantou e saiu do quarto, me deixando com o peso da culpa nas costas.

[...]

Toquei a campainha do apartamento 801, e pude ouvir leves passos, seguidos de uma risada de bebê invadindo meus ouvidos. Segundos depois, a porta foi aberta, revelando uma Rebecca com roupa de ficar em casa e um bebê loiro agarrado em suas pernas. Ela franziu as sobrancelhas quando me viu, e abaixou logo em seguida para pegar o bebê, que se escondeu no pescoço dela.

- Ta fazendo o que aqui ? Como descobriu onde eu moro ? E como você subiu sem ser anunciado ? - ela me metralhou com perguntas e eu me permiti sorrir ao me lembrar de como ela sempre foi assim.