Capítulo 12

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Já havia se passado uma semana desde que Jeon e Jimin tinham terminado o relacionamento. Por sorte, conseguiram manter a relação profissional sem grandes imprevistos, a grande esforço por parte de Jung-kook que tentava não demonstrar o quanto estava magoado.

Entretanto, a amizade havia terminado. Por mais que gravassem juntos e até conversassem no estúdio, fora do local de trabalho não mantinham nenhum contato. Jimin nunca mais procurou Jeon, e Jung-kook também não tentava nenhuma aproximação.

Era nisso que pensava Jeon enquanto observava a chuva daquela noite de quarta-feira. Da janela do seu quarto, o universo parecia demonstrar-lhe o quanto o mundo era grande e seus problemas ínfimos. Era verdade que Park fora seu primeiro amor, mas ficar sofrendo pelo que não tinha mais volta não era da personalidade de Jung-kook.

A bola enorme de pelos mexeu-se ao seu lado, e Jeon olhou Junior. Alisou o cão, e sorriu. Já estava virando costume ficarem os dois sozinhos no quarto, em total silêncio, meditando.

-Vou levá-lo para pescar... – murmurou Jeon, quebrando a calma.

O cão levantou a cabeça, e encarou o dono como se dispensasse o passeio. Sem poder se conter, Jeon riu. Neste instante, a porta de seu quarto abriu.

-Você tem visitas... – a mãe disse, entrando no quarto.

Quem poderia estar vindo visitar-lhe numa noite chuvosa?

-Quem é, Mãe?

-Ora! Desça e veja!

Pelo sorriso dela, Jeon notou que era alguém da banda. Os membros do BTS costumam refugiar-se em sua casa seguidas vezes quando ainda eram adolescentes. As visitas, porém, começaram a rarear conforme a idade aumentava.

Levantando-se do sofá em que estava, Jeon seguiu a mãe. A mulher ia rindo, falando sobre como ficava feliz que seus meninos estavam crescendo. Jeon não entendeu nada, e simplesmente acompanhava-a quieto. Todavia, ao chegar à sala, não ouviu mais a mãe. Seus olhos estavam fixos em Jimin e na morena que o acompanhava. Completamente estupefato pela audácia de Park em ter vindo a sua casa junto com a namorada, Jung-kook simplesmente não conseguia dizer uma única palavra.

-Jeon! – A voz da mãe o tirou do devaneio. – Como você não me contou que Park está namorando?

Virando-se em direção a mãe, o rapaz enrubescido tentou desconversar.

-Desculpe-me, eu... esqueci.

As batidas no coração estavam tão fortes que Jung-kook sentiu medo de passar mal. Por que Park estava fazendo aquilo com ele? As dúvidas não saiam de sua mente, e uma dor insuportável o estava tomando. Rapidamente, sentou-se em uma poltrona próxima; pois temia perder as forças nas pernas, e desabar no chão.

-Desculpe– a voz apática de Park chegou-lhe aos ouvidos –, por ter vindo sem avisar– explicou.

As mãos de Jeon começaram a tremer, e ele sabia que não era de emoção. Estava com raiva! Park já não havia escolhido? Então porque tinha que expor sua relação à Jung-kook? Qual era a graça de brincar com seus sentimentos?

-Ora essa! Você não precisa avisar! – a mãe de Jeon exclamou, feliz. – Que moça linda que você arrumou! – ela continuou, sorrindo.

Audrey respondeu-lhe com um enorme sorriso, mostrando-lhe todos os dentes alvos e perfeitos. Era simpática, notou Jeon. Mas Jung não gostava dela e isso causava alguma desconfiança em Jung-kook; afinal, Hoseok costumava ter sexto sentido para essas coisas.

-Obrigada.

-Eu já estava começando a achar que esses meninos não nasceram para namorar! Eles nunca agiram de forma séria com alguma garota! – contou a mãe de Jeon. – Vivo dizendo para Jeon que ele precisa arrumar uma bela namorada para colorir seus dias.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora