Capítulo 28

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"Audrey ganhou alta", informou Hoseok.

A frase direta e feliz fez Yoongi sorrir. Logo ele retribuiu o aviso, escrevendo no celular uma mensagem para Jung. Após alguns segundos, percebendo que o loiro estava ocupado, desistiu de aguardar o retorno e fechou o celular, guardando-o no bolso da camisa.

Abriu a porta do apartamento, e o cheiro do novo desinfetante o alcançou. Sorriu, congratulando-se mentalmente por ter comprado a fragrância de lavanda, já imaginando o que mais de lavanda ele iria conseguir para limpar sua casa.

Largou as sacolas no sofá e foi até o peixe. Colocou alguns grãos da ração que lhe dava e então foi ao banheiro.

As noites frias de Seul eram um convite para um bom vinho e, após voltar do banho, Min colocou um CD de jazz no aparelho de som, e sentou-se no sofá com uma taça da bebida de uva, espichando as pernas e atirando a cabeça para trás.

Tudo se resolveria? Era verdade que aquele dia maldito, onde Namjoon quase colocou a perder tudo que eles realizaram durante anos, havia terminado com um bom sinal. Um pouco envergonhado, admitiu que foi com relutância que abandonou os braços do amigo, temeroso que os dois pudessem voltar a brigar assim que saíssem do torpor do sentimento que os unia.

Porém, por mais que amasse Namjoon, estava difícil aguentar sua infantilidade e sua revolta. Kim era alguém quase incontrolável, alguém que precisava de um suporte, de algo que lhe segurasse as rédeas. Ao abandoná-lo, Jung havia o deixado completamente desamparado, refém do próprio temperamento descontrolado, e Min realmente não conseguia ver um final feliz para Namjoon.

Pensou em Audrey automaticamente. Seja-se lá o que a americana tramava, tinha que dar certo. Caso falhasse, Namjoon não teria mais controle, podendo perder o resto de sanidade que ainda mantinha, e destruindo sua imagem, sua carreira e a si mesmo.

Levou o cálice aos lábios, tentando afastar os pensamentos negativos e relaxar, quando a campainha tocou.

Por ser um astro, Min sabia de antemão que a visita ou era famosa ou era importante. Ninguém simplesmente poderia entrar no prédio sem ressalvas. Erguendo-se, então, ele foi até a porta.

— Aera?

Foi uma desagradável surpresa vê-la à sua porta, o sorriso forçado e o olhar numa simulada sensualidade que o fazia ter calafrios.

— Surpreso? – ela sorriu. – Imaginei que ficasse – admitiu. – Posso entrar?

Yoongi deu passagem e viu a jovem Chin dar passos vagarosos dentro de sua sala de estar. Ela admirou o ambiente, pareceu surpresa e satisfeita em ver os moveis caros e todo o requinte que adornava o lar de Min.

— Devo-lhe desculpas, não? – ela indagou, sorrindo.

Min apontou o sofá. Aera logo se sentou, os olhos fixos nele.

Yoongi a observou, o olhar crítico. Aera continuava igual, bonita e bem maquiada. O vestido era do mesmo tom do sofá e ele quase riu pela semelhança. Os cabelos estavam soltos e, longos, caiam sobre os seios bem destacados pelo busto da vestimenta. Ela havia ido até ele naquela noite por um bom motivo... e ele sabia exatamente qual era. Tudo nela exalava sexo, paixão e luxúria.

— Desculpas? – indagou, engolindo seco.

— Eu soube do seu acidente – ela disse, olhando para o sofá e pedindo-lhe que sentasse ao seu lado.

Por alguns segundos Yoongi pestanejou, imaginando o que pensaria Aera se ele saísse correndo de lá. Por fim, vendo que suas possibilidades eram ínfimas – especialmente porque já estava de pijama e também porque nevava naquela noite – ele decidiu-se por obedecê-la.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora