Jeongguk havia se banhado com rapidez. Estava feliz, após ter passado um dia perfeito ao lado de Park, esperava que a noite ainda rendesse mais daquela paixão.
Impressionantemente, ele nunca cansava. Adorava a forma como Jimin fazia amor, sem reservas, sem qualquer tentativa de mascarar as sensações. Gargalhou ao recordar como o amante gritava, esbravejava, gemia ou simplesmente sorria durante o sexo. Cada ato desses o excitava ainda mais.
Foi sorrindo que ele saiu do banheiro, e se vestiu com uma calça velha. Enquanto Jimin tomasse banho, prepararia o jantar de ambos. Talvez usasse velas sobre a mesa, pois precisava coroar aquele dia com algo romântico.
Ainda mantendo os lábios abertos num sorriso doce, ele entrou na sala. No entanto, parou de forma obtusa, completamente chocado em ver Park com uma garrafa nas mãos. Imediatamente recordou-se de onde viera a bebida, percebendo também que caíra em uma armadilha.
— Diga alguma coisa... Jimin sussurrou.
Os olhos negros que tanto o faziam fraquejar agora estavam repletos pelas lágrimas. A dor e mágoa, igualmente a raiva, representavam o brilho do olhar de Jimin.
— Abra essa maldita boca, e se explique!
O grito foi seguido pela garrafa que voou em sua direção e que, por sorte, passou por ele e chocou-se contra a parede atrás de si.
Jimin nunca havia sido agressivo daquela forma, mas Jeon não podia culpá-lo. Podia ler sua mente, e sabia tudo que Jimin estava sentindo.
— Não é nada do que parece... – sussurrou, vendo os cacos da garrafa negra no chão.
O lábio inferior de Jimin começou a tremer. Os soluços vieram logo em seguida. Ele estava alterado, e Jeon temeu se aproximar e piorar sua revolta.
— Não? Quando fui internado não tinha nenhuma garrafa de vinho aqui! De repente, Yuu Lee me avisa que vocês dois beberam vinho nas noites em que passei no hospital... E, adivinhe: encontro um vinho caríssimo que não compraria nem pro meu casamento adornando minha estante!
— Jimin, não bebemos nada! Deixe-me explicar!
— Não quero mais ouvir – Jimin ergueu a mão, como se mandasse Jeon calar a boca. – Você sempre tem uma desculpa muito plausível e eu, o idiota, sempre acredito. Mas, não mais. Não confio mais em você!
Jimin cobriu a face, para impedir que Jeon visse suas lágrimas. Mais que dor, estava tomado pelo ódio. Mesmo que quisesse muito – e ele não queria! – jamais poderia perdoar Jeongguk por tamanha traição.
Não era somente pelo adultério. Surpreendentemente, o sexo não importava. Mas, a falta de piedade sim; afinal, não estava ausente por causa do trabalho ou por uma viagem para promover algum filme. Jeon sempre reclamava disso, e Jimin sabia que o outro podia simplesmente querer se vingar por tal ato. Não... Não era pelo sexo que ele se sentia compelido a voar no rosto de Jeon e bater nele... Era sim pelo fato que estava doente, precisava de apoio e solidariedade, e fora recompensado com traição.
— Quando Lee falou contigo? – indagou Jeongguk, que aparentava tentar manter a calma.
— Hoje, enquanto você foi entregar a chave do barco ao zelador – Jimin se viu explicando. – Ele me contou também que vocês se encontraram no porto no dia do meu aniversário.
Jeongguk baixou a face, constrangido. Jimin viu-se subitamente chorando ainda mais, percebendo a culpa estampada no semblante do amante.
— Eu esperei um telefonema seu o dia todo! – gritou. – Passei cada minuto com o celular na mão, na esperança de uma reles mensagem. Eu aceitaria qualquer coisa de você naquele dia, Jeon, mas você sequer apareceu, sequer ligou, sequer se importou! – Expulsou de si todas as palavras que estavam entaladas durante meses. Repentinamente seu semblante ficou mais firme, mais convicto. – Eu mereço mais! – exclamou, cruel. – Eu mereço alguém que se importe comigo de verdade, não apenas quando quer me ver na cama!
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Rendição (Jikook)
RomanceA Pedidos - Versão BTS Jeon Jeongguk é descoberto na infância por um caça talentos. Artista nato, ao lado dos amigos tornou-se um dos maiores ídolos do Oriente. Porém, o rapaz que era o sonho de todas as mulheres amava outro homem...