Capítulo 28

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-É esse o lugar?

A pergunta de Yoongi fez com que Hoseok olhasse para o banco de trás. O membro mais jovem do BTS se encontrava sentado na parte traseira do veículo de Kim. Min parecia um rei, na sua pose arrogante. Mas, mesmo assim, Jung sorriu ao responder:

-É sim.

Apesar das previsões negativas de Yoongi, foi relativamente fácil conseguir o nome da religiosa a qual procuravam.

Como já imaginava Namjoon, católicos eram uma minoria, e freiras eram mais raras ainda. Ao entrarem em contato com a entidade que administrava o grupo religioso no país, descobriram que apenas uma mulher havia ido fazer campo missionário nos EUA nos últimos vinte anos, e que ela fizera aquilo apenas para adquirir experiência para vincular um orfanato na Coreia do Sul. Em menos de uma hora, já estavam a caminho do "Orfanato para meninas de Seul".

-Bem assustador, né? – Foi a observação de Tae ao olhar com mais calma ao ambiente.

Namjoon havia estacionado o carro perante o enorme prédio de tijolos marrons. Algumas árvores secas, castigadas pelo intenso inverno que viviam, asseguravam ainda mais o estilo gótico do lugar.

-Não dá arrepios um lugar assim? – indagou Hoseok.

-Um pouco – confirmou Kim. – Vamos entrar?

Eles abandonaram o carro, e seguiram em fila indiana até a maciça porta de madeira. Por alguns segundos se encararam, como se decidissem quem iria bater no cedro envernizado. Suspirando, Min deu um passo à frente:

-Vocês são dois covardes! – murmurou.

-Precaução não é covardia – Hoseok se defendeu, postando-se atrás do amigo.

-Precaução de quê? – Tae se irritou.

-Olhe pra esse lugar – Kim intrometeu-se. – Não te dá arrepios?

-Deve estar cheio de fantasmas aí... – Hoseok completou.

Já perdendo a pouca paciência que possuía, Min bateu com força na porta.

-Não é você dirigiu-se a Namjoon –, a pessoa mais racional do mundo que não crê em nada sobrenatural?

-Realmente, fantasmas não existem! – afirmou o moreno.

-Oh! – exclamou Tae. – O que faz então atrás do Jung?

-E se eu estiver errado? – replicou.

Min não resistiu, e soltou uma gargalhada. Foi no meio do riso que a porta se abriu. Na frente deles, uma jovem noviça os observava com curiosidade.

-Em que posso ajudá-los? – indagou a mulher.

-Ela não parece assustadora... – Murmurou Jung, que prontamente recebeu um cascudo na cabeça, dado por Yoongi.

Assim que os dois atrás de si aquietaram-se, Min dirigiu-se a jovem.

-Estamos à procura de uma freira chamada – pegou um pedaço de papel do bolso, e leu nele o nome – Sautou Misao.

A jovem sorriu.

-A Madre superiora? – ela deu passagem aos três. – Queiram me acompanhar – solicitou.

Ao invadir aquele lugar, uma coisa ficou clara aos membros da banda: a aparência externa do lugar não representava seu interior. O local era bem iluminado, com paredes claras e limpas. E, em especial, as crianças que passavam por eles eram bem alimentadas e vestidas.

-É raro ver um orfanato assim... – murmurou Min, recordando-se das gravações em abrigo para crianças que fizera anteriormente.

-Nós usamos um padrão americano para criação das crianças – a noviça explicou. – Sabemos que nada substitui a família; mas, na falta dela tentamos dar todo o amor que pudemos. Além disso, nos finais de semana as crianças vão ao asilo fazer companhia aos idosos abandonados. Acaba se tornando uma troca de amor.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora