Capítulo 17

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Ele caiu de joelhos, exausto, observando ao seu redor. Havia batalhado a noite toda, lutado contra bandidos e pessoas de má índole, e agora se encontrava no alto de um edifício, observando o nascer do sol.

Havia realmente motivos para lutar? Havia realmente pessoas há quem valesse a pena proteger? Estaria ele jogando sua vida ao leu?

Contudo, o som de um salto alto o tirou da letargia. Jeon Jeongguk voltou os olhos para trás e a viu, linda como a manhã que nascia, os cabelos lisos e negros caindo como uma cascata sombria sobre os ombros claros...

Mal pode expressar seu alívio por observá-la ali, bem. A mulher correu em sua direção e ajoelhou-se a sua frente. Amparou-o nos braços, e deixou-o descansar a cabeça nos ombros pálidos. Ficaram assim por alguns segundos, até que ele voltou o corpo para trás, e a tomou.

Foi um beijo padrão coreano, sem grandes emoções, mais um toque de lábios do que um ardor de almas. Mas, serviu ao propósito, pois pouco depois Jeon ouviu a voz do diretor dando seu Ok.

— Perfeito! – o homem elogiou. – E com essa terminamos por hoje!

A última frase foi recebida com legitimo alívio por todos. Jeon desviou-se da atriz com quem acabara de contracenar uma cena amorosa e foi até sua cadeira, buscando uma garrafa com água. Estava exausto, mal podia esperar para cair em sua cama.

— Foi uma cena perfeita! –Aimi Rya, a atriz que beijara, se aproximou por trás.

Há poucas semanas Jimin e ela foram citados nos tabloides como possível casal romântico. A garota foi transformada do dia pra noite em celebridade, lançou CD e agora estava contracenando com ele num filme importante. A antipatia que nutria por ela era apenas derivada das fofocas que foi obrigado a escutar por semanas, mas até que Aimi não era de todo mal.

— Você tem tempo? – a voz dela parecia hesitante. – Gostaria de tomar um café?

Jeon negou. Estava muito cansado, queria ir dormir, disse. Mas, antes mesmo de ouvir a voz passiva aceitando sua objeção, o som de palmas ficou audível as suas costas.

— Que trabalho magnífico – o som sarcástico e feminino o fez virar-se. – Por pouco não vomitei – criticou cruel.

Jeon arqueou as sobrancelhas.

— Audrey?

Ela sorriu e agarrou seu braço, puxando-o em sua direção. Rosnou levemente para Aimi, do mesmo jeito que fazia Namjoon sempre que sentia alguma ameaça à sua posição ao núcleo do BTS.

— Quero tomar café – a morena disse. – Vamos?

— São seis da manhã...

— Ótima hora para um café – insistiu.

— Não dormi a noite inteira.

— Vai ter muito tempo para dormir dentro de um caixão – a voracidade da voz dela lhe causou súbito tremor. – Vamos?

Aimi não pareceu nada feliz quando viu seu par romântico saindo de braços dados com uma estrangeira, mas nada disse, apenas acompanhou o estranho casal com o olhar.

Graças a Jimin Park, ela que era uma cantora medíocre e uma atriz extremamente limitada, havia conseguido firmar uma das suas músicas nas paradas das rádios coreanas. Contudo, por quanto tempo permaneceria com sucesso? Precisava de algo mais sólido. Até tentara se aproximar de Jimin no dia em que se conheceram, mas o rapaz mal olhara na sua cara. Cumpriu apenas o que lhe havia sido ordenado e sorriu vagamente para ela quando o fotógrafo pediu.

Mas, o que faltava de testosterona em Park, sobrava em Jeon Jeongguk.

E foi assim que ela decidiu que devia se aproximar do Líder do BTS. Contudo, quem disse que era tarefa fácil? Jeon passava cada segundo de folga no telefone, mandando-lhe mensagens via celular, ou simplesmente conversando com Jimin.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora