Capítulo 26

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-Não entendi porque Jeon e Tae não vieram almoçar conosco...

O muxoxo de Ji-min fez Namjoon sorrir. Normalmente aquele moleque era tão arrogante que não admitia quando se sentia isolado. Mas, com Jung-kook, Jimin dava mostras da sua personalidade carente. Aquela expressão de desalento era tão rara que Kim a observou por alguns instantes antes de responder:

-Eles querem adiantar o trabalho para poder sair mais cedo.

Naquele instante, Hoseok e Min chegaram à mesa. Os dois traziam consigo o almoço. Arrumaram tudo diante dos dois, mas reservaram o melhor pedaço de salmão para Ji-min.

-Ei, por que você serviu o maior para ele? – Apontou Namjoon, encarando o namorado.

-Ji-min está doente... – Jung explicou de forma pausada ao amante, como se ensinasse o alfabeto a uma criança.

-Doente? Desde quando? Esqueceu que a gente inventou isso?

-Namjoon – chamou Min. – Deixe de ser tão egoísta.

-Eu, egoísta?

Observando o sorriso vitorioso de Park e os semblantes recriminadores dos companheiros, Kim resolveu desistir. Talvez fosse porque Ji-min tinha aquele corpo tão frágil, ou talvez porque ele fosse tao bonito, ou até poderia ser os olhos de cachorro abandonado... Enfim, os motivos não importavam... O fato era que tanto Jung quanto Min gostavam de cuidar de Jimin como se cuidassem de um bebê.

-Queria ficar aqui pra sempre... – Park murmurou.

Namjoon quase engasgou quando viu os outros dois presentes levantando-se rapidamente da cadeira e indo abraçar Jimin.

-Logo tudo isso vai ter fim, Ji-min – Hoseok profetizou. – E você vai poder ter sua vida tranquila novamente...

-E, dessa vez, ao lado do Jeon... – Min completou.

-Isso não é maravilhoso? – Jung acariciou a face de Ji-min. – Não vai haver mais mentiras nem segredos entre vocês...

-E teriam o Junior como filho! – Kim riu.

Diante do comentário, Ji-min olhou para o lado e viu o enorme cachorro de pelos castanhos. O animal o encarava com curiosidade, e Ji-min foi incapaz de permanecer sério. Sorriu para ele.

-É sim, Junior! Vamos todos ser uma família!

Logo o rabo do cão começou a sacudir o rabo de um lado para o outro, deixando claro que gostava da expressão nos olhos límpidos de Jimin. Quando Park voltou a olhar os amigos, Jung e Min já haviam se sentado novamente à mesa, e também se serviam da refeição.

-Sabe, Ji-min – Hoseok falou de repente. – Eu estava pensando sobre a americana...

-A Audrey?

-É – Jung afirmou com a cabeça. – Onde ela aprendeu a falar coreano tão bem? Ela não possui nem sotaque! Afinal de contas, é americana e não parece ter nenhum vínculo familiar na Coreia do Sul.

-Além disso – continuou Kim, completando o pensamento do namorado –, o nosso idioma é bem complicado...

Segurando os hachis, Ji-min pensou um pouco antes de responder. O rapaz parecia estar se recordando de uma conversa anterior que tivera com a moça.

-Audrey foi criada num orfanato... – contou, de repente. – Lembro-me que me relatou que lá havia uma freira coreana que a ensinou.

-Uma freira? – Min perguntou, assombrado.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora