Capítulo 34

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-O senhor quer que eu o aguarde?

Jeon voltou os olhos para o motorista do táxi, enquanto lhe pagava a corrida. Moveu a cabeça de forma negativa, ignorando totalmente o olhar atônito do homem que sequer podia imaginar os motivos do rapaz famoso ter pedido que o levasse até o meio do nada, aos pés de uma montanha, à noite.

-Tem certeza? – Insistiu, assim que o rapaz saiu do carro.

No entanto, Jung-kook não o ouviu. O rapaz nem ao menos olhou para trás. Seus pés pareciam flutuar, e o rapaz não conseguia ver com clareza o que tinha a sua frente. Instintivamente, foi seguindo o caminho da estrada que levava a casa em que Jimin estava. Apesar da escuridão reinante, Jeon não hesitou nenhuma vez e continuou a caminhar com os passos firmes.

Para proteger a privacidade de Ji-min, havia pedido que o motorista parasse alguns metros antes, num local da estrada em que não se pudesse avistar a residência. Entretanto, assim que viu o veículo se distanciando, percebeu que não teria como voltar para casa.

-Não importa... – murmurou para si.

Assim que encontrasse Ji-min, o pegaria nos braços e o levaria embora. Nem que para isso precisasse voltar andando para Seul com o mais novo nas costas.

Como faria isso era algo que até mesmo o líder do BTS desconhecia. Desde a ligação de Ji-min, o desespero o estava movendo. A desesperança na voz de Park quando terminou o relacionamento, fez Jeon notar que a situação não mais poderia perdurar. Tirar Jimin do pai seria afrontar a agência que escolhera o genitor de Park para ser quem o cuidasse durante o restabelecimento; no entanto, Jeon preferia perder a carreira a Ji-min.

Afundou o pé esquerdo na neve fofa, e fechou o casaco. O clima estava gelado, e ele sentia muito frio. Tentou caminhar de forma mais rápida, pois apesar de os flocos que caíam do céu serem pequenos, havia o perigo da nevasca se intensificar.

Por sorte, em poucos minutos subiu pela varanda da enorme residência. Mal podia acreditar que Ji-min estivesse a poucos metros de si. Estava tão ansioso para ver Park que pousou a mão na maçaneta da porta, sem se importar em bater. Só percebeu o que fazia quando a mesma não abriu. Percebendo-a trancada, ele começou a bater com força na madeira.

Cinco minutos se passaram, e ninguém apareceu.

Voltou os olhos para as janelas. As luzes estavam apagadas. Não tinha ideia de que horas eram, mas não achava que fosse tão tarde. Mesmo assim, pareciam que todos já estavam dormindo.

-Ji-min – gritou.

Voltou para a neve, e parou abaixo da janela que, da outra vez em que estivera ali, achou que fosse de Park.

-Ji-min! – Gritou mais alto, sem se importar que alguém o ouvisse. – Apareça!

O silêncio foi sua resposta. Sentiu os olhos inundarem-se pelas lágrimas.

-Ji-min! – A garganta ardia.

Desesperado, fez uma pequena bola com a neve que estava ao chão, e lançou-a contra a janela. Sentiu um alívio imenso quando percebeu que, uma a uma, as luzes da casa começavam a se acender.

-Ji-min! – Repetiu, como se precisasse confirmar sua presença. – Eu te amo... – confessou, sufocado pela angústia.

A porta frontal, então, abriu-se. Infelizmente, não era Park quem aparecia sob suas vistas, e sim Shu.

-O que quer?

O pai de Park vinha vestido com um pijama azul, enrolado por um casaco de peles. Parecia possesso de raiva, mas Jeon não se importou.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora