Capítulo 2

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- Mago! - Jimin exclamou, segurando a coleira.

De onde aquela coisinha tão miúda tirava tanta força? Junior nunca havia puxado de tal maneira a coleira.

Jimin olhou para o sol no seu poente. Suspirou antes de voltar o olhar para o relógio de pulso e constatar, aflito, sua ansiedade.

Dezoito horas. Havia chegado ao parque uma hora antes do combinado com Jeon.

Baixou a face, envergonhado, mas desculpou-se, dizendo a si mesmo que, num dia de trabalho normal, poucas pessoas estariam lá naquele horário e ele podia aproveitar melhor com o filhote.

Abriu o fecho que prendia Mago, e deixou que o cachorrinho corresse campo aberto. O animal parecia muito feliz, e Jimin sorriu.

— Viu só, Junior – murmurou, baixinho. – Estou cuidando bem do seu filhinho...

Jimin sentou num banco. Pegou um livro, começou a ler. Vez ou outra, ele erguia os olhos, observando Mago. O cão estava sempre próximo, correndo ou simplesmente brincando entre as flores.

Meia hora depois, olhou no relógio. Céus, os ponteiros no relógio pareciam andar mais vagarosos. Estava desesperado, reconheceu, envergonhado.

Jeon viria? Claro, foi ele que se auto convidou. Jimin não o chamara, Jeongguk que pediu.

Virando o rosto, olhou para a bolsa com lanche. Jeon havia falado em jantar juntos, e Jimin pensou que seria mais íntimo se o fizessem como piquenique. O parque tinha uma excelente iluminação à noite, boa segurança, e o outono estava ameno.

Seria romântico...

Não!

Seria apenas bom para colocar o papo em dia.

Abandonando o livro – já que não conseguia realmente prestar atenção nas palavras – ele tentou evitar pensar nas implicações daquele encontro. A verdade era que, por mais que dissesse a si mesmo que era apenas um lanche entre dois amigos de infância, passara toda a tarde cozinhando e organizando tudo da forma que mais poderia atrair o líder.

Dez minutos para o combinado, e Park pôs-se a olhar para os lados. Estava apreensivo como nunca então estivera. As mãos começaram a tremer e ele começou a pensar que talvez Jeon tivesse se esquecido. Se assim o fosse, é porque o mesmo não se importava com o compromisso da mesma forma que Jimin.

Passou toda a tarde pensando no encontro. Deu banho em Mago e depois banhou a si mesmo, vestindo uma roupa que sabia que o ex apreciava. Usou o perfume que Jeongguk mais gostava, depois preparou seu melhor sorriso...

Jeon não viria?

Dezenove horas, e nenhuma presença no horizonte. Os vendedores de pipoca começaram a recolher seus carrinhos, e os pais a levar as crianças que brincavam no parquinho embora.

Ao longe um pai caminhava com o filho, conversando alegremente. Park nunca se sentira tão só.

As dezenove e dez Jimin retirou o celular da bolsa. Talvez Jeongguk tivesse tentado ligar... Talvez tivesse pegado trânsito, ou o táxi se atrasara.

Não, nenhum sinal, nenhuma ligação, sequer uma mensagem de texto.

Aos seus pés, Mago choramingou. Parecia estar com sono, então ele o pegou no colo.

— Mais cinco minutos, ok? – pediu ao filhote.

Já estava escuro quando ele colocou os óculos. Não queria que as poucas pessoas que cruzassem por ele naquele ambiente percebessem que estava chorando.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora