Capítulo 5

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Você está sentindo-se bem?

Jung Hoseok ergueu a face, encarando uma jovem senhora.

Não, não se sentia bem. No entanto, não podia dizer isso à mulher. O mundo de aparências ao qual vivia não deixava espaço para reações humanas.

Ao final da tarde, Namjoon apareceu no escritório falando sobre um jantar em família. Convidou Jung, e insistiu por sua presença quando o loiro recusou. Sem saída, Hoseok obrigou-se a deixar os planos de ir até o apartamento de Park, e seguiu o namorado à residência imponente.

Como sempre, os jantares na casa dos Kim eram formais. Por sorte, Jung usava um terno de boa qualidade, e não se sentiu tão deslocado entre os presentes. Logicamente, preferia estar vestindo suas calças largas e camisetas de algodão, mas não tinha alternativa.

Sorriu para mais uma mulher que o encarava sedutora. Mesmo as casadas não tinham escrúpulos perante sua beleza. O que diriam elas se soubessem que dividia a cama – e o coração com o filho mais velho de Yam Kim?

Olhou para o lado a procura de Kim, mas quem surgiu foi Yun, a mãe de seu amado.

— O que houve, querido? – ela questionou, apertando seu braço.

Desculpe – Jung sussurrou. – Estou preocupado com Jimin – explicou.

— Com Jimin? Por quê?

— Ele parecia doente essa tarde.

O sorriso compreensivo dela animou-o.

— Acha que devo ir? – indagou à mulher, ansioso para ver-se livre da festa.

— Se houvesse acontecido algo grave, Jimin teria ligado avisando – ela negou. – Quero muito que fique aqui esta noite. É um jantar especial.

As sobrancelhas de Jung ergueram-se, indagadoras.

— Especial?

— Você é o melhor amigo de meu filho. Sua presença é importante.

As palavras pareciam carregadas de algo que Jung não pôde identificar o que era. Um pequeno formigamento começou a se formar em seu ventre.

— Gosto muito de você, meu querido – a mulher disse.

Naquele momento, Jung notou que estava distraído. Constrangido voltou a encarar a mãe de Kim.

— Tenho-o como meu próprio filho; por isso, fiz questão que estivesse aqui essa noite.

A mulher virou-se de costas e saiu a cumprimentar alguns convidados que acabavam de chegar. Hoseok começou a caminhar em direção a mesa, para servir-se de suco. Estava cansado, preocupado e sem disposição para meditar sobre as enigmáticas palavras. Também não sentia ânimo para sorrir a pessoas que nem conhecia. No entanto, submetia-se a qualquer coisa por Kim.

— Tudo bem? – Kim o questionou, assim que conseguiu chegar até Hoseok.

— Sim...

Mentiu. Obviamente mentiu. Aquele aperto no coração não era nada agradável, e tampouco o rapaz era descuidado para ignorar seu sexto sentido.

— Sabe aquela moça? – Kim aprontou com a cabeça uma garota de aparentemente vinte anos, cabelos longos, negros e pele de porcelana.

— Se fosse mais branca, seria uma gueixa – Jung gracejou.

— Se chama Aera Chin. A família dela é uma das mais importantes da Coréia.

— Nossa! – Hoseok riu. – Que imponente! – exclamou.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora