Capítulo 31

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— Posso tirar a venda dos olhos agora?

Park riu baixinho e Jeon suspirou. O vento frio balançou seus cabelos e o ar úmido indicou que eles estavam num ambiente aberto, com árvores próximas (a sombra era gelada!). Deu dois passos, sempre sendo guiado pelas mãos macias de Jimin, notando que agora pisava na grama fofa, num lugar de ar tão puro que o fez sentir-se bem.

— Vamos fazer um piquenique? – indagou ao amado, sorrindo.

Jimin riu mais uma vez. Então Jeon sentiu que ele se postava as suas costas, o queixo no seu ombro e as mãos a circular sua cintura.

— Pode tirar a venda – Park autorizou.

Jeon percebeu que os braços de Jimin o apertavam mais, como se houvesse algum tipo de nervosismo envolvido no gesto. Não entendeu, mas puxou a venda, e encarou com espanto a frente de uma enorme casa.

Os muros altos circulavam um terreno imenso, que se perdia de vista. Havia muitas árvores na parte traseira e dos lados, um jardim bonito com uma pequena e delicada fonte e, acima de tudo, total privacidade. Era como um paraíso, completamente restrito.

— Você comprou? – questionou, a felicidade um pouco amarga por não ter sido consultado antes.

— Não, você vai comprar – Jimin riu. – No nosso nome, claro.

Jeon o encarou. As mãos o trazendo para um beijo. Ele sequer sabia o quanto iria gastar com aquele castelo bem no centro de Seul, mas quem se importava? Daria tudo que tinha para ver Jimin feliz.

— Os vizinhos começaram a reclamar de Mago – Park contou, assim que os lábios se afastaram. – Não tive outra escolha a não ser pedir pressa à corretora de imóveis. Expliquei para ela que precisava de um lugar com espaço, e que queria um ambiente onde pudesse ter privacidade. Então ela me contou sobre esse lugar, disse que pertencia a pessoas importantes, mas que os filhos do proprietário foram para a América e ele decidiu vendê-lo para também se mudar para lá. Quando eu vi... – Emudeceu alguns segundos. – Não é lindo? – indagou.

— Parece o paraíso...

Se fosse franco, qualquer lugar no mundo estaria bom para Jeon, se Jimin estivesse ao seu lado. Porém, não havia como não se admirar de algo tão bonito.

— Parece a casa dos Kim – Jeon riu. – Podemos pagar algo assim?

Park jogou a cabeça para trás, gargalhando.

— Mais de vinte anos de carreira com contratos milionários e sem desperdiçar um centavo sequer e você me faz esse tipo de pergunta?

— Você sempre foi tão... rabugento com dinheiro – Jeon devolveu.

— Mas não é um gasto supérfluo – se defendeu. – É um investimento. Algo nosso, que pode garantir nossa velhice tranquila.

— Temos muitos anos de trabalho antes da aposentadoria, Park – riu do exagero.

— Você quer ou não? – Irritou-se.

— Jimin, se você quiser, eu te dou tudo que economizei em todos esses anos – ele segurou seu rosto, trazendo-o para um beijo possessivo. – Eu te dou tudo, minha vida, meus talentos, meu coração. É tudo seu, Jimin... Sempre foi.

Mais um beijo, e outro. Era tão bom poder beijar-se sob os olhos do sol, sem medo de fotos ou comentários. Nunca haviam tido aquela sensação, e o refrigério foi libertador.

— Vem – Jimin o puxou pela mão. – Quero te mostrar o interior dela.

Por dentro, o tamanho era ainda mais intimidador. Porém, Jeon gostou de conhecer cada quarto, cada ambiente. Afinal, cada porta que se abria ele recebia um beijo apaixonado, ou um sorriso cúmplice. Pelos céus, Park estava certo, aquilo havia sido feito para eles.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora