Capítulo 7

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A manha já estava no seu fim quando o carro de Namjoon Kim estacionou a frente da enorme mansão da família. O rapaz estava dormindo pouco em sua própria casa. Desde que a seus pais o haviam obrigado a enlaçar-se com Aera Chin, mal conseguia colocar os pés dentro de casa e não causar um reboliço com brigas e discussões.

Chutando uma pequena pedra que estava na calçada, o homem pegou o minúsculo gato que dormitava no banco de passageiros.

Suspirou.

Havia passado a noite no apartamento de Min. Apesar de Yoongi reclamar – pois gostava de sua solidão – ele ainda não havia impedido Namjoon de entrar na sua casa. Todavia, por mais que aceitasse a presença do homem, resmungou quando viu o felino. Além de detestar gatos, Min não tolerava nada que pudesse conter bactérias ou doenças. Era um hipocondríaco de carteirinha e já havia tomado três pastilhas de vitamina C e usado diversas vezes um sabonete anti bactericida desde que viu o bichano.

Abriu a porta da frente. Logo os sons de vozes femininas chegaram aos seus ouvidos. Aera e sua mãe passavam os dias organizando o casamento. Isso quando ambas não davam as caras em eventos públicos para se exibirem as suas custas.

— Namjoon! – A voz da mãe apareceu antes que a sua própria presença na porta que dava acesso ao salão. – O que é isso na sua mão? – indagou assim que seus olhos cravaram no animal.

Logo após foi a vez de Aera surgir, vestida com um levíssimo vestido bordô.

— É a reencarnação de Gandhi – respondeu malcriado. – Não vê que é um gato? – questionou, num resmungo.

A mãe balançou a face.

— Por favor, meu filho – ela ergueu as mãos –, o que está fazendo? Essa coisa está pesteada!

Namjoon olhou para o gato.

— Sério? Nem dá pra notar!

Só então a mãe se enervou. Afinal, Namjoon não era um completo descontrolado do nada. Ele tinha a quem puxar.

— Namjoon Kim!

Ignorou-a. Começou a subir as escadas que davam acesso ao segundo andar da mansão, onde ficava seu quarto.

— Não ouse dar suas costas para mim! – ela ameaçou.

Buscando dentro de si um resto de tolerância e paciência, o rapaz voltou o corpo pra mãe.

— Se você quiser um gato, pegue um à sua altura – a mulher foi clara. – Existem belos exemplares de gatos persas e...

— Um momento... – o rapaz a interrompeu. – Você quer me ordenar até o animal que eu vou ter?

— Não desejava fazer isso, mas diante do exemplar de felino que você trouxe não me resta escolha!

Namjoon respirou fundo.

— Mãe – ele balbuciou, devagar –, só não a mando enfiar suas opiniões num lugar impróprio porque é a única mulher do mundo que eu respeito – foi cruel. – Entretanto, não me provoque...

Já estava convicto que o deixariam em paz quando uma voz mais jovem novamente impediu-o.

— Não deve falar assim com sua mãe porque a senhora Yun está correta – Aera o recriminou. – Você tem condições de ter um animal de pedigree.

Toda a ínfima paciência de Namjoon terminou ao ouvir aquela voz.

— Cala a boca! – gritou. – Quem é você para ousar falar comigo?

— Sou sua noiva – ela o enfrentou.

— Isso me lembra que aqui há um mês eu vou poder fazer com você o que eu quiser. E, pode ter certeza, eu pretendo te torturar muito – ameaçou. – Você destruiu a minha vida, cadela! Eu não vou parar enquanto não ver a sua aos cacos!

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora