Apesar de a rotina hospitalar ser desagradável, o tempo passou depressa diante de tantos tratamentos simultâneos que Jimin estava submetido. Nas manhãs, diariamente, ele via o nutricionista. À tarde, as visitas variavam entre o psicólogo e o psiquiatra. E isso tudo em conjunto com o clínico geral, que sempre estava fazendo anotações a seu respeito. Ao final do dia, quando o sol se punha, os fortes medicamentos o colocavam para dormir, e Park só acordava no dia seguinte, para mais um dia de uma rotina intensa.
Assim sendo, o rapaz viu seus dias no hospital se tornarem semanas e, enfim, meses. Dois meses, para ser mais exato. Os quilos iam sendo recuperados aos poucos, enquanto, sentia ele, parte da vida continuava a prosseguir sem sua presença.
Sentia falta do trabalho, mais do que acreditava possível. Repentinamente, tinha crises de choro com ciúmes de Yuu Lee que havia pegado seu papel e que, segundo as críticas, estava substituindo-o muitíssimo bem. Também sentia falta da própria cama, do apartamento, de Junior. O cão, aliás, estava na primeira posição da lista. Todos os dias, Jeon levava fotos do cachorro do celular para que Jimin pudesse ver, e saber que tudo estava bem com o animal.
Um dia, mais ou menos um mês após a internação, Jung e Audrey apareceram no quarto de manhã, no momento que Jimin tomava o café. Só de olhar para o amigo, o moreno sabia que Hoseok estava zangado.
"O que foi?", indagou.
"Ele está irritado porque eu deixei Junior escapar durante uma visita ao sítio" – Audrey começou.
"...E o SEU cachorro" – Hoseok a interrompeu, frisando o "seu" – " pulou a cerca que protegia uma das minhas cadelas no cio, e coabitou com ela!"
Jimin gargalhava só de lembrar o tom de voz com que Jung disse a palavra "coabitou". Audrey depois explicou que a cachorra havia sido encontrava por Jung abandonada próximo ao estúdio, e que o artista não tivera tempo de levá-la ao veterinário para castrá-la. Assim sendo, quando a mesma entrou no cio, o loiro a colocou dentro de um cercado, para ficar protegida dos outros cães.
E assim havia sido, até Junior aparecer.
— Você sabe se a cachorra do Hoseok pegou cria? – Jimin indagou ao namorado sentado aos pés da cama.
Jeon massageava seu tornozelo.
— Ele não me comentou nada – Jeon riu. – No entanto, ficou tão zangado com Junior que não duvido.
Jimin riu. O som cristalino que Jeon tanto amava preencheu o ambiente.
— Seremos avós, Jeon!
— Não sabemos, Jimin – Jeon tentou não dar-lhe esperanças vãs. – Mas, tomara que sim! Todavia, se ficarmos com algum filho de Junior, teremos que nos mudar do nosso apartamento – comentou.
Uma casa maior? Jimin olhou para o teto pensativo. Não era exatamente o seu sonho? Um grande quintal, e talvez até uma criança adotada. Filhos... cachorros... jardim... Jeon. O que mais ele podia querer para ser feliz?
— Bom dia, senhor Jimin? – o médico entrou no quarto, e Jeon largou seu tornozelo, discretamente.
Bom, talvez o que quisesse fosse poder ser o marido de Jeongguk publicamente. Doía-lhe profundamente que tivessem que agir como simples amigos na presença de outras pessoas.
— Bom dia – respondeu.
— Tenho boas notícias – o homem sorriu. – Saiu seus exames, e suas reservas de gordura foram restabelecidas. Assim, juntamente com os outros médicos, decidimos pela alta.
Naquele momento, o constrangimento pelo relacionamento secreto foi esquecido. Tudo que Jimin pensava era "vou para casa" e "vou fazer sexo". Seus olhos voltaram-se para Jeon e viu no olhar escuro do amado o mesmo sentimento.
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Rendição (Jikook)
DragosteA Pedidos - Versão BTS Jeon Jeongguk é descoberto na infância por um caça talentos. Artista nato, ao lado dos amigos tornou-se um dos maiores ídolos do Oriente. Porém, o rapaz que era o sonho de todas as mulheres amava outro homem...