Capítulo 18

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Namjoon Kim resmungou quando sentiu o pelo macio no rosto. Virou o corpo para o outro lado da cama, ignorando o gato. Em seu sono, sentiu-o descer um pouco entre as cobertas e deitar-se próximo as suas costas. Pouco depois, dormiu confortável.

Contudo, Namjoon é o tipo de pessoa que se revira várias vezes a noite. Pesadelos são rotina para ele. E, também, costuma se mexer na incumbência de arrancar o pijama. Aliás, essa é outra característica do príncipe dos Kim: Namjoon sempre se deita vestido, mas acorda nu. Como ele arranca as roupas, o mesmo nunca sabe, mas sempre que abre os olhos de manhã está pelado.

E foi exatamente por sentir o felino aninhado nos seus músculos que o rapaz abriu os olhos, repentinamente acordado.

O maior problema era ele se revirar. E se por acaso acabasse indo para cima de Minikui? O que faria se esmagasse o bebê com seu peso? Jung arrancaria seu coro e daria seus testículos como complemento alimentar para seus cães. Isso, claro, na melhor das hipóteses. O "anjo do BTS" podia sim estar num mau dia, e tirar seu escalpo.

— Ok, Minikui – sussurrou. – Você tem que dormir no chão – colocou o animal ao lado da cama, em cima de um tapete.

Bom... Muito bom. A cama apenas para ele novamente.

Um leve chacoalhar na coberta fê-lo perceber que o gato havia pulado para cima do leito.

— Você... – Namjoon balbuciou – já aprendeu a saltar?

Que orgulho! Sim, Minikui estava crescendo forte e saudável. Esfregaria o gato na cara de todos que falaram que o felino morreria pela peste e pelos maus cuidados.

Como estava muito feliz, decidiu que daria ao animal a oportunidade de dormir ao seu lado. Num ato de total abnegação, ele deixou o meio da cama e foi para um lado, dando um bom lugar para Minikui.

Porém, pouco depois sentiu novamente o gato próximo demais... e foi assim que Namjoon Kim foi indo cada vez mais em direção a borda.

***

O gosto acre, habitualmente matutino, fez o homem resmungar baixo.

Gemeu baixinho, abrindo os olhos e deparando-se com a figura materna próxima.

Yun tinha o bom costume de levar café da manhã para o filho, sempre que o mesmo não precisava sair muito cedo para trabalhar. Naquele dia em especial, a mãe havia trazido consigo café preto, bolo de laranja, frios e queijo. A boca masculina salivou perante a mesinha que ela tinha nas mãos.

— Por que você está dormindo encolhido na beirada enquanto o gato ocupa a cama toda?

Sentando-se, Namjoon não respondeu.

— Ele tem um olhar estranho, não? É como se nos considerasse medíocres – Yun continuou, colocando a mesa sobre o colo do primogênito.

— Nunca reparei...

— Como não reparar? – a mulher sentou-se em cima dos cobertores. – Você vai sair que horas para trabalhar?

Namjoon bebericou o café.

— Meu primeiro compromisso é ao meio dia, mas pretendo ir ver Min antes...

— Yoongi Min não é gay, é?

A pergunta súbita quase o fez derramar o café sobre o colo.

— Mãe! – ralhou.

— Não confio em mais ninguém da banda.

— Quer parar com isso?

— Estou apenas tentando ajudá-lo a superar essa fase.

De repente a fome passou. Retirou a mesa do colo e se levantou, indo em direção ao banheiro.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora