Capítulo 5

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Kin olhou no relógio. Faltavam dez minutos para seu compromisso pós-almoço. Karin havia avisado que o novo comercial de salgadinhos teria também a participação de Jung, deixando-o ansioso. Como reagiria o ex-namorado depois da noite fenomenal? Estaria também ansioso por vê-lo?

Hoseok havia dito a Min que nada mudara. Entretanto, Namjoon não pensava assim. Como iria negar toda a atração que mantinham? Era uma questão de tempo, então, para que voltassem as boas. Uma simples palavra de Hoseok, e Namjoon mandaria Aera Chin e o ridículo enlace para o inferno.

Desceu do carro. A garagem estava vazia e ele caminhou em direção ao elevador. Subitamente, sua atenção foi desviada por um som que lembrava muito um bebê chorando.

Curioso, não resistiu e foi em direção ao barulho. Pouco depois, se agachava ao lado de uma caixa de papelão, onde um pequeno gatinho choramingava.

— Céus, mas você é feio, hem? – fez pouco caso.

O animal estava doente, logo se via. A pele esbranquiçada deixava claro que tinha sarna, e a barriga grande no corpo magro, salientava vermes. Teve nojo. Namjoon nunca gostou de gatos, e gatos doentes então... Ao contrário de Jung – que tinha de tudo: gatos, cachorros, macaco, pássaros e até galináceos – ele poderia viver muito bem sem tais seres.

— Bom, tenho que trabalhar – deu as costas, voltando ao elevador.

O som do animal pareceu mais desesperador, e aquilo o enervou.

— Não posso te levar comigo – disse, sem peso na consciência. – Sou muito ocupado, não tenho tempo para cuidar de um gatinho bebê.

Mais miados.

Merda!

Por que demônios o elevador não descia logo?

— Vamos fazer o seguinte – disse, por fim –: se quando eu voltar depois da reunião ninguém ter te salvado ainda, eu te levo pra algum lugar seguro, ok?

Enfim a porta do elevador se abriu. Namjoon praticamente correu para dentro, respirando aliviado. Que Deus ajudasse! Esperava que quando retornasse a garagem, algum idiota já tivesse ficado com pena e salvo o animal.

Logo a porta se abriu novamente, deixando Kim no andar que desejava. O moreno caminhou reto para a sala em que ocorriam as reuniões e contratos na agência. Abriu a porta e observou seu interior.

Karin já estava lá, vestida de preto. Os olhos cansados, como sempre, e a postura seca. Ela ergueu a face, e o cumprimentou.

— Os executivos ainda não chegaram?

— Vão se atrasar cinco minutos – explicou a mulher, voltando os olhos para folhas sobre a mesa que continham a pauta da reunião.

O homem assentiu. Era uma chance perfeita para ele aguardar Jung no estacionamento, e quem sabe até conversarem brevemente.

— Vou beber um pouco d'agua.

Karin sequer respondeu. Aproveitando sua distração, o rapaz rumou novamente para o elevador. Quando a porta se abriu e ele observou os carros na garagem, recordou-se do gato. O miado havia parado, e olhou naquela direção.

Então percebeu Jung ajoelhado com o gatinho no colo. Como ele podia não ter nojo daquela coisa suja e doente? E se pegasse sarna? Mesmo assim, Namjoon foi até seu encontro. De costas, Hoseok não o notou.

— Pode deixar que o papai vai cuidar de você... – ouviu aquele murmuro sensual.

Imediatamente o corpo entrou em ebulição. Se pudesse, deitaria Jung no chão daquele local público e o invadiria sem piedade.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora