Capítulo 37

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-Mas... eu... quebrei... seus vasos...

Hoseok contou até dez. Não estava zangado, mas cada vez que Ji-min começava a fungar entre lágrimas, o loiro sentia a paciência se esvair.

-Tudo bem, Ji-min – murmurou, abraçando forte o outro. – Eu realmente não me importo.

-Mas, eram caros...

Só então Hoseok notou o porquê de tantas lágrimas. O preço! Não era a toa que Park era conhecido por ser avarento. Vasos chineses sempre são caros e, muito provavelmente, tão logo Ji-min os tivesse jogado contra a parede, lembrou-se do valor altíssimo dos artefatos e então começou a chorar.

-Mas Jeon vai pagá-los... – Jung suspirou. – Não foi ele o culpado de tudo, afinal?

Ji-min afirmou com a face e escondeu o rosto no peito de Hoseok. Sim, Jeon era o culpado! Como se atrevera a deixá-lo na cama, excitado e não satisfeito?

-Joguei todo o meu charme, e ele nem se importou... – Ji-min recomeçou a chorar. – Ele não vai mais voltar pra mim, Jung...

-Claro que vai! Jeon está zangado, e você sabe muito bem que, quando se zanga, é de difícil personalidade. Mas, isso passa.

-E se não passar?

-Vai passar.

Involuntariamente, Hoseok sorriu. As coisas estavam voltando a sua normalidade, pelo jeito. Park voltava a ser o menino frágil que seguidamente lhe pedia colo. Kim voltava a ser somente seu, e a traição não passaria de uma lembrança ruim. Enfim, só faltava mesmo Park e Jeon se acertarem. E isso precisava ser logo! Afinal, se Jeon continuasse a se fazer de difícil, logo não restariam mais vasos, copos e qualquer material quebrável na casa de Jung.

Baixou a face e observou o rosto molhado do moreno. Reprimiu um suspiro. Ji-min era tão lindo, e Hoseok ficou espantado por saber que Jeon havia conseguido refrear o desejo sexual. Jung-kook devia realmente estar muito zangado!

Havia chegado a dez minutos do estúdio, na companhia de Kim. Acreditou que o namorado iria direto ao quarto de Audrey, ofender a garota. Todavia, mais uma vez, o namorado o surpreendeu.

Espantado, o viu correr em direção ao quarto de Hoseok, e começar a revirar as gavetas.

-O que você procura? – Inquiriu.

Entretanto, Namjoon estava tão absorvido por sua busca que nem percebeu que Hoseok falara com ele. Dessa forma, o rapaz deixou-o sozinho e foi ver Ji-min. Chegou pé ante pé, pois cria que Jeon poderia estar lá com mais novo num momento romântico. Mas, para seu total espanto, encontrou o rapaz sentado ao chão, nu e chorando sobre cacos do que um dia foram seus vasos chineses.

-Você tem certeza que pediu desculpas para Jeon? – Perguntou, mais uma vez.

-Sim – Ji-min afirmou. – Eu disse que o amava... – soluçou.

Arqueando a sobrancelha, Hoseok sugeriu:

-Talvez você deva deixar de ser tão bonzinho...

-O que quer dizer? – Park levantou a cabeça do colo do amigo, e o encarou.

-Às vezes, na cama, a gente tem que ser um pouco... – meditou nas palavras a usar – ousado.

-Jeon e eu somos ousados na cama! – Jimin parecia ofendido.

-Eu sei disso! Vocês devem ser bem ousados porque da outra vez que esteve hospedado em minha casa, não saiam do quarto, e dava para ouvir os gemidos dos dois durante horas – O sorriso de Hoseok era cruel. – E olhe que as paredes são a prova de som!

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora