Capítulo 40

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Ao longe os pássaros cantaram, anunciando um novo dia. A doçura da melodia invadiu o quarto. A luz do sol, felizmente, não tivera a mesma sorte. Uma enorme cortina escura impedia que qualquer raio solar acordasse aquele que dormia tão profundamente na cama de casal.

Park Jimin virou-se em seu sono. Ficou de bruços e aspirou o ar perfumado do travesseiro. O lençol que lhe tapava baixou, mostrando as belas nádegas claras que formavam o conjunto perfeito do corpo delicado.

Sorriu.

Embora não fosse a primeira vez que dormia na casa de Jung-kook, era a primeira vez que vinha como namorado. Tão logo descesse para o café da manhã, o rapaz moreno sabia que precisaria encarar a família de Jeon. Porém, não se sentia nervoso, pois bem sabia que ele estaria ao seu lado, num apoio confortador.

Pelo menos fora isso que o rapaz havia lhe dito durante a madrugada, enquanto faziam amor. Quando Jeon pedira-lhe para ir dormir em sua casa, um pânico tomou Park. No entanto, a sensação desconfortável foi embora assim que chegaram à residência. As luzes apagadas deixaram claro que todos já dormiam, e Ji-min respirou aliviado pelo fato. Ao chegar ao quarto de Jeon, sentia-se confiante e tranquilo. Entregou-se ao namorado sem nenhum receio e aproveitou todos os momentos românticos com intensidade.

O barulho da cortina sendo puxada, agregado com a luz que adentrou o ambiente, fez o rapaz acordar totalmente. Sem querer abrir os olhos, gemeu baixinho enquanto tapava a fronte com as mãos.

-Jeon... – reclamou.

-Jung-kook foi até a padaria para comprar uma torta para a manhã de Natal.

A voz de Bae assustou Park. O rapaz virou-se rapidamente, cobrindo-se com o lençol sobre suas pernas. Nervoso, puxou ainda mais o pano até o pescoço, completamente enrubescido.

-O que foi? – a sobrancelha da mãe de Jung-kook ergueu-se, indagadora. – Já vi essa bunda branca um milhão de vezes, então não vá ficar com vergonha de mim agora! – ralhou.

-Mãe...

Se fosse possível abrir um buraco no chão e jogar-se lá dentro, com certeza Ji-min o teria feito.

-Desculpe– desculpou-se, quase em lágrimas.

-Pelo quê?

A senhora Jung-kook encarava-o curiosa.

-Por estar aqui... assim.

-É verdade que na minha época era inimaginável que um casal dividisse o mesmo teto – e leito – sem estarem casados – ela observou. – Mas, não sou uma pessoa tão antiquada. Se você e Jung-kook fazem sexo, que o façam debaixo do meu teto onde posso ficar tranquila sobre onde vocês estão, e não num motel de quinta categoria que pode até ser perigoso.

Park demorou um pouco para compreender que a mãe de Jung-kook não o estava recriminando por ser gay, e sim apenas comentando sobre castidade. Aquilo o aliviou, mas não o acalmou. O corpo demonstrava sua insegurança, e ele parecia pronto a receber uma bofetada.

-Vim apenas colocar flores no quarto de Jung-kook. – Só então Jimin percebeu que a mulher tinha um ramo de lírios nas mãos. – Ele gosta – sorriu, afetuosamente. – Fique tranquilo, meu amor. Se quiser continuar a dormir, fique a vontade. Mas, se já o acordei totalmente, gostaria que tomasse café da manhã comigo.

Era óbvio que Ji-min jamais iria recusar um convite da mãe de Jung-kook. Principalmente se o mesmo vinha combinado com um sorriso tão doce.

Alguns minutos depois, o moreno descia vagarosamente a escada que levava a sala onde eram realizadas as refeições. Calculando cada passo, respirou fundo, adquirindo coragem. Porém, o susto de ver o pai de Jeon sentado à cabeceira da mesa quase o derrubou.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora