Capítulo 16

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Jeongguk Jeon sentiu o coração bater numa velocidade recorde. Mesmo assim, tentou aparentar calma e sorriu, encarando o namorado.

— Como? – questionou.

Jimin suspirou.

— Lee Yuu – explicou. – Você o encontrou nas últimas semanas? – repetiu a pergunta.

Jeon fingiu pensar. Sabia que era péssimo com mentiras, mas se esforçou. Não queria expôr a Park as pressões que Yuu o estava submetendo. Pensava na saúde de Jimin, especialmente na sua depressão. Jimin se monstrava a cada dia com mais baixa estima, e ter um lindo, jovem e saudável rapaz atrás do marido não iria ajudar em nada a sua recuperação.

— Eventualmente, pelos corredores da agência ou da emissora – Jeon fingiu indiferença. – Por que pergunta?

Jimin parecia avaliar sua resposta. Jeon sentiu-se em pânico diante da possibilidade de que Jimin percebesse sua mentira.

— Achei muito estranho as flores – Jimin explicou, por fim. – No entanto, provavelmente Hoseok está certo, e Lee apenas teme minha reação por causa do papel na novela.

Jeon balançou a cabeça, concordando. Contendo um suspiro de alívio por Jimin ter chegado àquela conclusão, ele se aproximou da cama com o pano nas mãos.

— Vou limpar você – disse, sorrindo.

— Deixa que eu faça isso...

— Eu sujei, eu limpo! – o tom era doce.

Jimin riu, desavergonhado.

— Também sujei você – constatou. – E você foi se limpar bem longe de mim...

—Você terá muitas oportunidades de me limpar quando voltar pra casa – Jeon prometeu, delicado. – Agora, é minha vez.

Quando Jeon começou a deslizar o pano por suas pernas e ventre, Jimin percebeu o quanto o idolatrava. Certamente, as dúvidas que o estavam perturbando ultimamente não passavam de asneiras provocadas pela forte medicação que tomava.

***

Shipou encarou a mulher, antes de correr em sua direção. O chimpanzé não era acostumado com a presença feminina dentro do apartamento de Jung. Assim sendo, a surpresa o deixava motivado e ansioso, e seus dedos longos e escuros tocavam o rosto dela como se o animal sentisse o desejo de desvendar seus segredos.

— Shipou gostou de você – constatou Hoseok.

Audrey Morgan estava agachada, permitindo que o macaco a examinasse como quisesse. Sabia que era importante o primeiro contato, já que ficaria algum tempo morando com Jung.

— Ele é lindo – ela sorriu. – Deve ser a coisinha mais perfeita do mundo...

— Eu também acho – o loiro riu. – Vem cá, Shipou – chamou o animal. – Vamos mostrar para a tia Audrey o quarto que ela vai ficar.

A suíte em questão era a mesma que ocupava todas as vezes que voltava a Coréia para eventuais visitas. A mulher colocou a mala em cima da cama. Sua aparência demonstrava cansaço, mas não disse nada enquanto abria a maleta e tirava de lá suas roupas.

Jung a observava silenciosamente. Viu, por seguidas vezes, Audrey fazendo o trajeto da cama ao closet, a fim de guardar as roupas. Ele não comentou nada quando percebeu que ela havia trazido mais peças do que uma curta visita exigia, mas não resistiu quando percebeu luvas de lã na parte inferior da mala.

— Estamos no verão – observou. – Por que trouxe luvas?

Audrey não levantou os olhos para respondê-lo.

Rendição (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora